Luiz se lembrou de como era um garoto gorducho no ensino médio, sempre inseguro e sem coragem para se aproximar de Esther. Naquela época, ele só podia observá-la de longe, sem que ela soubesse. — Agora sou a melhor versão de mim mesmo. — Disse Luiz, com um sorriso carinhoso, seus olhos fixos nos de Esther.Esther ficou surpresa ao ouvir sobre os sentimentos de Luiz. Ela nunca tinha reparado nisso antes. Luiz, com um olhar cheio de afeto, continuou falando: — Esther, quando estava no País M, voltei uma vez só. Na época em que soube que você estava machucada e tinha começado o ensino médio. Eu só pude te ver de longe, e fiquei feliz em ver que você estava bem. Naquele momento, decidi que quando eu voltasse, faria o possível para te dar felicidade. Esther estava sem palavras, seus pensamentos corriam desordenadamente. Ela entendia o sentimento dele, mas era um amor que durava há anos. Luiz, com certeza, gostava dela há mais tempo do que ela gostava de Marcelo.— Durante todos esses ano
Naquele momento, Esther sentiu como se tivesse sido atingida por um raio. Seu rosto ficou pálido, seu corpo rígido, incapaz de se mover. Ela queria sair dali, mas seus pés pareciam colados ao chão, e seus olhos não conseguiam desviar deles. Ela não esperava que, ao sair do banheiro, os encontraria se beijando.No entanto, no instante seguinte, Marcelo afastou a mão de Mayara. Seus olhos se encontraram com os de Esther, ambos congelaram por um momento. Havia dúvida e dor no ar. Esther sentiu um aperto no peito, como se algo estivesse esmagando seus sentimentos. Ela mordeu o lábio, tentando conter o choro que ameaçava explodir.Marcelo não teve tempo de explicar nada, apenas se afastou de Mayara.— Srta. Mayara, por favor, mantenha a compostura. — Disse ele, seus olhos ainda fixos nos de Esther, tentando captar sua reação.Mayara havia seguido Marcelo para fora, tentando encontrar uma oportunidade. Ela acreditava que nenhum homem resistiria a uma mulher bonita como ela. Nunca havia sido
O relacionamento entre eles não podia avançar mais. Esther sentiu um nó se formar em sua garganta, mas engoliu a seco, organizando todas as suas emoções. Levantou a cabeça e forçou um sorriso breve, antes de olhar para trás, para Mayara.— Sr. Marcelo, como sua secretária, sei que não devo ver o que não devo ver, nem ouvir o que não devo ouvir. Tudo o que acontece aqui ficará em segredo, não direi nada a ninguém.Mayara, percebendo a tensão, rapidamente se aproximou, com um sorriso que mal escondia sua intenção, e provocou:— Sr. Marcelo, parece que você está preocupado com algo por causa da presença de Srta. Esther. Se for esse o caso, saiba que essa pessoa é sua secretária e ela é de confiança. Eu sei que durante todos esses anos o senhor nunca teve escândalos ou uma namorada pública. Não estou buscando status, podemos manter um relacionamento em segredo, o que acha?Enquanto Mayara falava, Esther sentia cada palavra como uma facada. Ela queria gritar, mas sabia que não adiantaria.
— Desculpe, Sr. Marcelo. Hoje foi minha culpa por não ter agido a tempo para impedir a situação. Vou me certificar de que isso não se repita no futuro. — Esther se desculpou rapidamente, sentindo o peso da tensão no ar e temendo que Marcelo se irritasse ainda mais.Ela fez um pedido de desculpas tão rápido e não tentou argumentar, então Marcelo comentou, seu olhar afiado fixo nela: — Você percebeu rápido, mas me diga, foi por interesse pessoal ou profissional?Ela tinha agido de maneira pessoal antes. Embora estivesse magoada, não disse uma palavra. Esther respondeu, tentando manter a calma apesar do coração acelerado:— Claro que foi por motivo profissional. Enquanto eu for sua secretária, tenho que ser responsável pelo meu comportamento. Se precisar, pode até descontar meu salário. Não vou reclamar.Marcelo ficou em silêncio por um momento, visivelmente descontento. Ele não estava disposto a discutir mais, então, com um rosto severo, ele se afastou e agiu como se a conversa anterior
Esther levantou o olhar e viu Gilberto abrindo a porta do carro, balançando-a gentilmente. Sentindo uma pontada de preocupação, ela se endireitou e perguntou: — O que aconteceu?— O Sr. Marcelo bebeu bastante hoje e ainda não está acordado. — Gilberto explicou, seu tom era calmo, mas seus olhos revelavam uma leve preocupação.Esther olhou na direção de Marcelo e o viu encostado no banco, dormindo profundamente, respirando calmamente, sem sinais de que estava prestes a acordar. Ele devia estar realmente cansado. Normalmente, ele nunca chegava a esse ponto de embriaguez completa. Era raro vê-lo tão bêbado a ponto de dormir profundamente, o que fez seu coração apertar de leve.Ao chegar à entrada de casa, Esther decidiu chamar os empregados para ajudar a colocar Marcelo de volta. — Vou pedir para alguém ajudar a levá-lo para dentro. Gilberto, já está bem tarde. Vá descansar, por favor. — Esther disse, voltando-se para ele com um sorriso cansado, mas agradecido.Gilberto assentiu, apreci
Esther rapidamente enxugou as lágrimas do rosto, tentando parecer normal antes de voltar a olhar para Marcelo. — Você bebeu bastante hoje. Melhor deitar e dormir. — Disse Esther, tentando manter a voz estável.— Você estava chorando? — Marcelo perguntou e franziu a testa, notando algo errado em seu tom. Esther abaixou a cabeça, sem saber como responder. — Entrou areia nos olhos. — Murmurou, mas a desculpa soava frágil até para ela. Seus olhos ainda brilhavam com as lágrimas recentes, e ela tentou desviar o olhar.— Por que estava chorando? — Marcelo insistiu, seu interesse genuíno. Ele raramente via Esther chorar, e quando o fazia, era porque estava realmente triste. Seus olhos a analisavam, procurando a verdade em seu rosto.Ela hesitou um momento antes de falar. — Enquanto limpava você, vi que estava cheio de feridas. Nunca tinha notado antes quantas cicatrizes você tem. — Confessou, a voz trêmula. Ela sentiu um aperto no coração ao lembrar das cicatrizes.Marcelo ficou surpreso
Ele tinha cicatrizes nas costas definidas, longas e profundas, como marcas de batalhas passadas. Essas cicatrizes, que cobriam sua pele perfeitamente esculpida, traziam uma beleza trágica, uma beleza marcada por histórias de dor e luta. Esther observava Marcelo, admirando seu corpo forte e musculoso. Apesar de sua aparência inabalável, ela sabia que ele carregava o peso do mundo, sustentando a família Mendes com suas próprias forças. Ela tocou suavemente suas costas, e o corpo de Marcelo ficou tenso por um momento. Seus olhos, profundos e intensos, revelavam uma alma ferida, mas ele não se afastou do toque dela. — Já não dói mais. — Murmurou ele, com uma voz rouca.As cicatrizes que ele carregava não eram apenas na pele, eram marcas que perfuravam o coração de Esther. Ela manteve em silêncio, apertando as mãos em punho. Marcelo nunca falava sobre essas marcas, e talvez para ele, eram lembranças de um passado doloroso. Isso incluía o tempo em que esteve ao lado dela. Esther mordeu os
As palavras de Marcelo surpreenderam Esther. Ela nunca imaginou ouvir algo assim dele. Seu beijo começou suave, mas logo se tornou mais intenso, carregado com uma possessividade masculina que a fez se sentir atordoada. Cada movimento dele era urgente, quase desesperado, e ela podia sentir o calor de seu corpo misturado ao cheiro de álcool.Quando Marcelo começou a desabotoar seu pijama, o frio cortante a trouxe de volta à realidade. Ela olhou rapidamente para seu abdômen e, assustada, empurrou Marcelo com força.— Não, não pode! Marcelo estava tão envolvido que o empurrão a fez despertar. Ao ver a reação de Esther, ele notou o medo e a aversão em seus olhos, e seu desejo se dissipou rapidamente. Ele fechou a camisa e a olhou com uma expressão fria.— Você está se guardando para Luiz ou para Enrico? — questionou, sua voz gelada.A reação dela indicava claramente que seu avesso ao toque de Marcelo era devido ao amor que ela sentia por outro homem. Esther estava ciente de que estava gráv