As palavras de Marcelo surpreenderam Esther. Ela nunca imaginou ouvir algo assim dele. Seu beijo começou suave, mas logo se tornou mais intenso, carregado com uma possessividade masculina que a fez se sentir atordoada. Cada movimento dele era urgente, quase desesperado, e ela podia sentir o calor de seu corpo misturado ao cheiro de álcool.Quando Marcelo começou a desabotoar seu pijama, o frio cortante a trouxe de volta à realidade. Ela olhou rapidamente para seu abdômen e, assustada, empurrou Marcelo com força.— Não, não pode! Marcelo estava tão envolvido que o empurrão a fez despertar. Ao ver a reação de Esther, ele notou o medo e a aversão em seus olhos, e seu desejo se dissipou rapidamente. Ele fechou a camisa e a olhou com uma expressão fria.— Você está se guardando para Luiz ou para Enrico? — questionou, sua voz gelada.A reação dela indicava claramente que seu avesso ao toque de Marcelo era devido ao amor que ela sentia por outro homem. Esther estava ciente de que estava gráv
Esther terminou a última garfada e pousou o garfo, sentindo a tensão acumulada entre ela e Joana. Sabia que a sogra guardava ressentimentos há tempos. Marcelo já tinha desafiado Joana várias vezes por causa dela, o que só aumentava o desgosto da mulher.Levantando-se, Esther encarou Joana com determinação.— Mãe, na verdade, você nunca quis que eu tivesse um filho do Marcelo, não é? — Perguntou ela, com uma voz firme.A pergunta pegou Joana de surpresa, mas ela rapidamente controlou suas emoções. — Por que você está dizendo isso? — Joana respondeu, com uma expressão fria. Ela arqueou as sobrancelhas, tentando manter a compostura, mas seus olhos traíam um lampejo de desconforto.— Você sempre quis que a Sofia se casasse com o Marcelo. Como poderia querer que eu tivesse o filho do Marcelo? Você sabe que ele nunca se aproxima de mim, sempre me dá aqueles remédios e diz que meu útero não é confiável, só para me rebaixar. — Respondeu Esther, seus olhos fixos nos de Joana, cheios de determi
Essas palavras fizeram Marcelo parar abruptamente e encarar Gilberto com uma expressão que misturava confusão e frustração. — Qual mulher? — A pergunta saiu com uma frieza que parecia cortar o ar.Gilberto, preso entre a lealdade ao patrão e a necessidade de informar, se sentia desconfortável. Ele pensava sobre como a vida de um casal havia chegado a esse ponto, com a esposa ajudando o marido a encontrar uma amante. A situação era complexa e difícil para ele, e ele sentia o peso da responsabilidade.— É… Sr. Marcelo, a sua amante de uma noite. — Gilberto respondeu, o rosto expressando claramente seu desconforto.Marcelo estava furioso, sua irritação amplificada pela rejeição de Esther no dia anterior. Agora parecia que ela estava forçando a situação, trazendo outra mulher para ele. Sentia que ela estava tentando provocar uma reação, como se quisesse que ele se envolvesse com outras mulheres para então se sentir satisfeito.A expressão de Marcelo estava implacável, quase gelada, mas el
Esther olhou para Nicole, que estava tão certa de si que quase a fez acreditar. Mas com Gilberto ali e trabalho para resolver, ela não tinha tempo para discutir. Então, Esther se afastou, suas mãos tremendo levemente enquanto segurava sua bolsa, um peso enorme em seu peito.Três horas depois, Esther ainda não havia retornado. A porta da sala de reuniões foi aberta e, quando a reunião terminou, Marcelo saiu da sala. Seu rosto mostrava uma mistura de cansaço e impaciência, sua mandíbula estava tensa.— Sr. Marcelo, aquela mulher está na sala de descanso. — Informou Gilberto, que estava ao lado.Marcelo franziu a testa, com uma expressão gelada no rosto, e olhou para o relógio com um sorriso irônico. Ele estava surpreso com a persistência dela. Virou-se e seguiu em direção à sala de descanso, cada passo pesado com a irritação crescente.Dentro da sala de descanso, apenas Nicole estava presente. Ela estava tão cansada que, ao ver que ninguém estava por perto, encostou-se no sofá e relaxou
Nicole ficou imóvel, com o rosto pálido e as mãos se apertando com força. Marcelo a observava com uma expressão severa, franziu a testa e perguntou com frieza: — É tão difícil responder?Naquele momento, Esther chegou correndo, exatamente quando ouviu Marcelo fazendo a pergunta incisiva. Ela se atrapalhou ao tentar abrir a porta e decidiu recuar, seus dedos tremendo levemente enquanto girava a maçaneta.Nicole, sob a pressão do olhar de Marcelo e sua atitude agressiva, se sentia cada vez mais tensa. Ela levantou o olhar para o homem impassível à sua frente, notando o perigo em seus olhos. Sentindo-se encurralada, disse com voz hesitante: — Naquele hotel havia muitos homens ricos. Eu precisava de dinheiro. Se eu pudesse encontrar um homem rico, não precisaria trabalhar tanto.Marcelo franziu ainda mais a testa, seu olhar agora repleto de desprezo. O que ela estava dizendo era, basicamente, que estava disposta a trocar seu corpo por dinheiro. Em uma sociedade onde muitos faziam exatam
Nicole chorava intensamente, sua emoção à flor da pele, como se realmente tivesse passado a noite com Marcelo. As lágrimas escorriam pelo seu rosto, suas mãos tremiam, e seu corpo parecia prestes a desmoronar a qualquer momento. Esther, insegura sobre a situação e já com a decisão tomada, decidiu se retirar da sala de descanso, deixando Nicole sozinha com suas emoções turbulentas.Ao sair, Esther encontrou seus colegas no escritório, todos curiosos sobre o que tinha acontecido. Eles estavam falando entre si, especulando sobre a presença da jovem desconhecida na sala de descanso por várias horas, e a expressão fria de Marcelo ao sair.— Esther, o que aconteceu lá dentro? — Perguntou um dos colegas, atraindo a atenção dos outros. Os olhares de todos se voltaram para ela, cheios de expectativa e curiosidade.— Vocês estão tão interessados assim? Que tal perguntar diretamente ao Sr. Marcelo? — Respondeu Esther, diante da curiosidade crescente. Seu tom autoritário e o olhar sério fizeram c
A empregada trouxe o café e colocou na mesinha de centro com um movimento delicado. — Srta. Nicole, o seu café. — Disse ela, com um sorriso cortês.Nicole, ainda tímida e sem ousar relaxar, ao ver a empregada, rapidamente largou a almofada que segurava e se sentou adequadamente. — Ah, obrigada. — Ela respondeu com educação, com um leve sorriso, levantando o olhar.Ela observou a xícara sobre a mesa, ainda soltando vapor. A porcelana era linda, e o café tinha pétalas de rosa, exalando um aroma delicado e refinado. Pegou a xícara com cuidado, sentindo o calor através da fina cerâmica, e tomou um gole, deixando o sabor suave se espalhar por sua boca. Ela se sentiu imediatamente sofisticada.— É muito gostoso. Nunca tomei um café tão bom assim. — Comentou ela, seus olhos brilhando de admiração.Talvez porque nunca tivesse estado em um lugar tão luxuoso, tudo o que via e experimentava ali parecia o melhor que já tinha visto. Até o café parecia diferente do que estava acostumada em outros
Esther ignorou Nicole e saiu, indo direto para o carro que a esperava na porta. Sem ter o que fazer, Nicole apenas observou o carro partir, sentindo um aperto no coração. Seus olhos seguiram o veículo até ele desaparecer no horizonte.Quando o carro desapareceu ao longe, Nicole desviou o olhar, sentindo-se mais sozinha do que nunca. Apesar do luxo ao seu redor, ela se sentia estranhamente solitária na enorme mansão, como se o vazio do ambiente ecoasse dentro dela.O que mais a incomodava era o fato de Marcelo acreditar nela, mas Esther não. Sempre considerou Esther uma pessoa boa, e essa desconfiança a machucava muito. Talvez, se explicasse melhor, Esther finalmente acreditaria nela.Com esse pensamento como um pequeno consolo, Nicole respirou fundo e, um pouco mais aliviada, voltou para dentro da casa. A empregada estava ocupada arrumando o quarto para ela. — Srta. Nicole, o quarto está pronto. — Informou educatamente, quando terminou.— Ah, obrigada. — Respondeu Nicole, forçando u