Nicole ficou imóvel, com o rosto pálido e as mãos se apertando com força. Marcelo a observava com uma expressão severa, franziu a testa e perguntou com frieza: — É tão difícil responder?Naquele momento, Esther chegou correndo, exatamente quando ouviu Marcelo fazendo a pergunta incisiva. Ela se atrapalhou ao tentar abrir a porta e decidiu recuar, seus dedos tremendo levemente enquanto girava a maçaneta.Nicole, sob a pressão do olhar de Marcelo e sua atitude agressiva, se sentia cada vez mais tensa. Ela levantou o olhar para o homem impassível à sua frente, notando o perigo em seus olhos. Sentindo-se encurralada, disse com voz hesitante: — Naquele hotel havia muitos homens ricos. Eu precisava de dinheiro. Se eu pudesse encontrar um homem rico, não precisaria trabalhar tanto.Marcelo franziu ainda mais a testa, seu olhar agora repleto de desprezo. O que ela estava dizendo era, basicamente, que estava disposta a trocar seu corpo por dinheiro. Em uma sociedade onde muitos faziam exatam
Nicole chorava intensamente, sua emoção à flor da pele, como se realmente tivesse passado a noite com Marcelo. As lágrimas escorriam pelo seu rosto, suas mãos tremiam, e seu corpo parecia prestes a desmoronar a qualquer momento. Esther, insegura sobre a situação e já com a decisão tomada, decidiu se retirar da sala de descanso, deixando Nicole sozinha com suas emoções turbulentas.Ao sair, Esther encontrou seus colegas no escritório, todos curiosos sobre o que tinha acontecido. Eles estavam falando entre si, especulando sobre a presença da jovem desconhecida na sala de descanso por várias horas, e a expressão fria de Marcelo ao sair.— Esther, o que aconteceu lá dentro? — Perguntou um dos colegas, atraindo a atenção dos outros. Os olhares de todos se voltaram para ela, cheios de expectativa e curiosidade.— Vocês estão tão interessados assim? Que tal perguntar diretamente ao Sr. Marcelo? — Respondeu Esther, diante da curiosidade crescente. Seu tom autoritário e o olhar sério fizeram c
A empregada trouxe o café e colocou na mesinha de centro com um movimento delicado. — Srta. Nicole, o seu café. — Disse ela, com um sorriso cortês.Nicole, ainda tímida e sem ousar relaxar, ao ver a empregada, rapidamente largou a almofada que segurava e se sentou adequadamente. — Ah, obrigada. — Ela respondeu com educação, com um leve sorriso, levantando o olhar.Ela observou a xícara sobre a mesa, ainda soltando vapor. A porcelana era linda, e o café tinha pétalas de rosa, exalando um aroma delicado e refinado. Pegou a xícara com cuidado, sentindo o calor através da fina cerâmica, e tomou um gole, deixando o sabor suave se espalhar por sua boca. Ela se sentiu imediatamente sofisticada.— É muito gostoso. Nunca tomei um café tão bom assim. — Comentou ela, seus olhos brilhando de admiração.Talvez porque nunca tivesse estado em um lugar tão luxuoso, tudo o que via e experimentava ali parecia o melhor que já tinha visto. Até o café parecia diferente do que estava acostumada em outros
Esther ignorou Nicole e saiu, indo direto para o carro que a esperava na porta. Sem ter o que fazer, Nicole apenas observou o carro partir, sentindo um aperto no coração. Seus olhos seguiram o veículo até ele desaparecer no horizonte.Quando o carro desapareceu ao longe, Nicole desviou o olhar, sentindo-se mais sozinha do que nunca. Apesar do luxo ao seu redor, ela se sentia estranhamente solitária na enorme mansão, como se o vazio do ambiente ecoasse dentro dela.O que mais a incomodava era o fato de Marcelo acreditar nela, mas Esther não. Sempre considerou Esther uma pessoa boa, e essa desconfiança a machucava muito. Talvez, se explicasse melhor, Esther finalmente acreditaria nela.Com esse pensamento como um pequeno consolo, Nicole respirou fundo e, um pouco mais aliviada, voltou para dentro da casa. A empregada estava ocupada arrumando o quarto para ela. — Srta. Nicole, o quarto está pronto. — Informou educatamente, quando terminou.— Ah, obrigada. — Respondeu Nicole, forçando u
Joana gostava de diminuir Esther para alimentar seu próprio senso de superioridade. Ver Esther magoada e com a aparência pálida só aumenta o prazer de Joana, que exibia um sorriso de satisfação ao perceber o efeito de suas palavras. — Está vendo, Esther? — Disse Joana com um tom de voz ácido, os olhos brilhando com malícia. — Você deveria aprender a não se meter onde não é chamada.Sem mais querer insistir, ela decidiu parar de atormentar Esther, pois considerou que já conseguiu o que queria. Falar mais seria apenas perder tempo. Joana se virou com um ar de triunfo e saiu, deixando Esther sozinha com seus pensamentos.O que Joana disse não era completamente sem fundamento. A mansão ainda abrigava outra mulher. Na visão de Esther, Marcelo era um homem que sabia a hora de ser reservado e nunca demonstraria afeto por mulheres de maneira leviana. Ele foi rápido em rejeitar Mayara, mas não fez o mesmo com Nicole, que agora vivia na outra mansão. Isso não parecia um claro caso de esconder u
As palavras dele deram a Nicole o conforto que ela precisava, e ela se sentou bem perto dele. — Sr. Marcelo, você acha que eu posso mesmo entrar na faculdade? — Perguntou Nicole, com olhos brilhando de expectativa.— Sim. — Ele respondeu com um sorriso gentil.Nicole sorriu radiante, mostrando as covinhas no rosto. — Sr. Marcelo, você é tão bom para mim. Você é a pessoa mais gentil que eu já conheci! — Comentou ela, segurando o braço dele com carinho e um brilho de admiração nos olhos.Essas palavras fizeram Marcelo hesitar por um momento. Ele fechou o jornal que estava lendo e o colocou de lado. Esther observava a cena. Era raro ver Marcelo tão à vontade, especialmente em comparação com a frieza que ele demonstrava ao estar com Sofia. A felicidade de Nicole, que parecia satisfeita apenas com a possibilidade de estudar, a tornava diferente de muitas outras pessoas. Ela era inocente, com uma pureza quase infantil, e isso despertava o desejo de protegê-la.Aquela simplicidade e inocê
Ele fez como ela desejava, então ela deveria estar feliz, certo? Esther mordeu os lábios, tentando conter as emoções que borbulhavam dentro dela, sem dizer uma palavra.Nicole, ao perceber os semblantes pesados de ambos, tentou aliviar a tensão do momento. — Srta. Esther, fique para jantar comigo, por favor. — Disse ela, com um sorriso radiante. — Vou te contar, a empregada que cozinha aqui é realmente talentosa. Ela faz qualquer prato que você queira. Não é incrível? Você precisa experimentar a comida dela! Esther desviou o olhar para Nicole, seus lábios ainda ligeiramente tremendo. — Acho que não é necessário... — Recusou ela, tentando manter a voz firme, embora um traço de hesitação fosse perceptível.— Claro que é, claro que é. — Respondeu Nicole rapidamente, lançando um olhar suplicante para Marcelo, como se buscasse sua aprovação sem pedir diretamente. — Sr. Marcelo, posso pedir para a Srta. Esther ficar para jantar comigo? Eu estou aqui há tanto tempo, sem ninguém para fazer
Esther olhou para Nicole e percebeu o brilho de admiração nos olhos dela. Era aquele olhar típico de quem desejava conhecer tudo sobre alguém, de quem queria se tornar a pessoa que mais entendia Marcelo.— Eu conheço um pouco sobre ele. — Respondeu Esther de forma evasiva. — O que exatamente você quer saber?— Quero saber tudo. Se eu souber mais sobre ele, talvez consiga evitar deixar ele irritado. — Disse Nicole, não escondendo sua curiosidade.— E você acha que, conhecendo tudo sobre ele, fazendo tudo para agradar ele, ele vai gostar mais de você? — Esther, então, perguntou.— Srta. Esther, você percebeu, né? Acha que Sr. Marcelo sabe disso? — Nicole ficou um pouco envergonhada e corou. Esther ficou em silêncio, observando Nicole. Ela não disfarçava sua ambição..— Mas isso não adianta. Ele percebe tudo, e se eu tentar agradar ele demais, pode parecer que estou sendo interesseira. — Murmurou Nicole, refletindo sobre a situação, pensando em como agradar Marcelo. — Eu não tenho um bom