— É, e daí? E se não for, o que tem? — Natacha sorriu. — Mas, de repente, eu quis experimentar a sensação de roubar o marido de outra pessoa. Igualzinho à Srta. Rafaela naquela época. Deve ser muito gratificante, não acha? Mesmo que você tenha um filho e por anos não tenha conseguido se tornar a verdadeira dona da família Camargo, mesmo que esteja sofrendo por dentro, por fora, você sempre pareceu feliz!Natacha expôs diretamente a fachada de Rafaela, destruindo a vaidade que ela mantivera por toda a vida.Era previsível que Rafaela, já fora de si, fosse provocada a ponto de perder a razão. Com raiva, ela avançou sobre Natacha.— Sua mulher maldosa, hoje eu vou te dar uma lição!Enquanto falava, Rafaela já havia agarrado o jaleco branco de Natacha e estendeu a mão para arranhar o rosto dela.Mas Natacha estava preparada e não seria tão facilmente atingida.Nesse momento, ouviram o som da fechadura se mexendo.O olhar de Natacha mudou, e de repente, ela desistiu de resistir.Rafaela apr
Rafaela, com os olhos vermelhos de raiva, encarou Natacha e gritou:— Você é realmente muito ardilosa! Então, você disse aquilo de propósito, me fez cair passo a passo na sua armadilha, para que Joaquim visse tudo, não é?Natacha, se fingindo de vítima, respondeu:— Srta. Rafaela, do que você está falando? Eu realmente não entendo o que você quer dizer.Rafaela nunca imaginou que Natacha pudesse se fingir de frágil desse jeito; era como se ela tivesse engolido uma mosca, se sentindo completamente enojada. E quando olhou para Joaquim, o desprezo e a aversão nos olhos dele eram claros.Rafaela começou a se sentir nervosa e com medo. Ela correu até Joaquim, implorando em lágrimas:— Joaquim, você tem que acreditar em mim, eu não fiz aquilo, foi a Natacha...O olhar de Joaquim era frio, sem qualquer vestígio de calor. Ele disse com indiferença:— Você mudou tanto que eu nem te reconheço mais. Rafaela, desse jeito, como você pode educar bem o Domingos?Rafaela estava desesperada, sem saber
Ao pensar na criança que Natacha havia abortado, uma dor profunda tomou conta do coração de Joaquim. Ele ficou em silêncio por um longo tempo, balançou a cabeça e disse:— Nada disso importa mais. Contanto que Natacha volte para mim, eu posso perdoar tudo!O coração de Rafaela se encheu de tristeza mais uma vez. Ela percebeu que o mais terrível não era matar alguém, mas ferir profundamente o coração de uma pessoa. Joaquim era realmente cruel!Nesse momento, um choro infantil rompeu o silêncio tenso. Domingos estava não muito longe dali, chorando de forma desconsolada.Ao vê-lo, Rafaela correu para ele, pegando ele nos braços:— Domingos, o que houve? Não chore.— Mamãe, por favor, não brigue com o papai, tá bom? — Domingos implorou entre soluços. — Eu não quero que vocês se separem, eu quero que nossa família fique junta.Rafaela rapidamente respondeu:— Tudo bem, nós não vamos nos separar, nossa família sempre ficará junta. — Joaquim, ao ver seu filho tão triste, também se sentiu prof
— O temperamento dela? — Joaquim continuou a perguntar. — Explique melhor, Dora. O que exatamente Rafaela fez?Dora suspirou e respondeu:— O que a Srta. Rafaela faz todos os dias? Nós não sabemos ao certo. Mas o temperamento dela é muito ruim. Nestes últimos cinco anos, quantos empregados ela não expulsou, exceto eu? Quando a Sra. Camargo estava aqui, ela sempre foi tão gentil conosco. Nunca havia brigas constantes entre os empregados e os patrões.Na verdade, Joaquim já tinha ouvido falar dessas coisas antes. Ele próprio podia sentir que Rafaela havia mudado nesses cinco anos, mas não conseguia identificar exatamente como. Aquelas qualidades que ele antes admirava em Rafaela, como a pureza e a bondade, pareciam ter se distorcido e se tornado estranhas para ele.Desde que Natacha havia deixado Joaquim, ele concentrou todas as suas energias no trabalho e no cuidado com o filho. Com a rotina agitada, ele não tinha tempo para se preocupar com os problemas da mansão. Agora, ao ouvir as pa
As palavras de Rafaela finalmente convenceram Enrico. Ele concordou e disse:— Rafaela, vou tentar, mas precisamos fazer isso com o máximo de discrição possível, sem chamar muita atenção.Nos olhos de Rafaela, brilhou um traço de crueldade. Assim que conseguisse colocar as mãos nas crianças, ela garantiria que Natacha se arrependesse pelo resto da vida....No exterior, em uma creche.Era quase hora de saída, e Adriano aguardava a chegada da babá para buscá-lo. De repente, um homem alto e magro se aproximou, aparentando estar muito apressado:— Você é o Adriano, certo?— Quem é você? — Adriano perguntou, desconfiado, enquanto olhava o homem com cautela.O homem fingiu estar desesperado e respondeu:— Sou colega da sua mãe, Susan. Ela acabou de chegar ao aeroporto, mas sofreu um acidente de carro. Sua mãe está no hospital, sendo operada agora. Vamos rápido, eu levo você e sua irmã até lá! Onde está sua irmã?Ele estendeu a mão, mas Adriano imediatamente escondeu as mãos atrás das costas
Adriano, ainda assustado, bateu levemente no peito, tentando se acalmar, enquanto a professora o levava de volta para casa. A babá, apavorada com o que havia acontecido, imediatamente ligou para Natacha.Naquele momento, Natacha estava concentrada no planejamento do próximo tratamento de Domingos. Ao ouvir que Adriano quase havia sido levado por um golpista, ela ficou tão chocada que se levantou de repente.Com a voz trêmula de medo, Natacha perguntou:— E agora? As crianças estão bem?— Pode ficar tranquila, as crianças estão seguras, mas eu acho que o exterior está ficando muito perigoso. Além disso, você quase nunca está em casa, e eu sozinha não consigo cuidar deles do jeito certo — respondeu Suellen, a babá, ainda assustada. Embora tivesse criado Adriano e Otília desde pequenos, ela sabia que eles não eram seus filhos. Com tantos perigos à espreita, Suellen temia não ser capaz de proteger as crianças como Natacha esperava.Natacha refletiu por um longo tempo, até que finalmente t
Assim, o grupo retornou primeiro para a casa de Natacha na Cidade M. Suellen levou as duas crianças para verem seus quartos, afinal, havia muita bagagem que precisava ser organizada. Na sala de estar, Gabriel, com o olhar cheio de preocupação, perguntou:— Você realmente pensou bem nisso? Você trouxe as duas crianças para cá, não tem medo que o Joaquim descubra? Se o Joaquim souber que essas crianças são dele, já pensou nas consequências?Natacha suspirou e contou a Gabriel sobre o que aconteceu com Adriano nos últimos dias, enquanto estava no exterior. Ela negou com a cabeça e disse:— Eu não posso mais deixar as crianças no exterior, mas meu experimento está pela metade, também não posso desistir agora. Só pude escolher essa forma, trazendo-os para perto de mim. Eu sei que, se eu tivesse discutido isso com você, certamente não teria concordado com a minha decisão.Gabriel respeitava e entendia Natacha. Ela era uma pessoa obstinada, que não abandonaria sua carreira por causa dos f
No entanto, o futuro parecia tão sombrio, sem fim à vista, e Natacha também se sentia solitária e assustada. Ao pensar na segurança de seus filhos, ela finalmente aceitou a sugestão de Gabriel. Natacha assentiu e disse:— Certo, então vou deixar que Otília e Adriano fiquem temporariamente na sua casa. Quando meu contrato com o Hospital Cidade M terminar este ano, e eu resolver as coisas por aqui, voltaremos para o exterior.Gabriel olhou para Natacha com preocupação e perguntou:— Você poderia me contar o que planeja fazer depois?Ele estava realmente preocupado que, no fim das contas, Natacha também acabasse pagando um preço alto por suas decisões.Natacha deu um sorriso irônico e respondeu:— Que planos eu teria? Dr. Gabriel, só quero que você cuide bem de Otília e Adriano, e quanto ao resto, não se preocupe, pode ser assim?Gabriel e Natacha trocaram um olhar cheio de compreensão, e ele concordou levemente, dizendo:— Desde que não envolva a sua segurança, deixarei que você faça o