As palavras de Daniela tocaram exatamente na maior curiosidade de Natacha. Embora ela não quisesse reencontrar os pais biológicos que a abandonaram, o desejo de saber por que eles a deixaram sempre esteve presente em seu coração. Seus pensamentos corriam desenfreadamente, misturados com medo e ansiedade.— Aqui fora está frio e desconfortável para conversar. Vamos para o carro. Prometo que o que tenho para te contar é realmente interessante. — Percebendo a hesitação de Natacha, Daniela insistiu. Seus olhos brilhavam com uma promessa que Natacha sabia ser perigosa, mas irresistível.Natacha, com uma sensação crescente de que sua origem poderia ser algo horrível, acabou concordando e entrou no carro com Daniela. A cabine do carro estava quente, mas Natacha sentia um frio interno, uma premonição de que algo terrível estava para acontecer. Mal havia se acomodado quando sentiu uma mão pressionando um pano branco contra seu nariz. Antes que pudesse reagir, desmaiou, o medo e a surpresa cong
Daniela não queria contar sobre o passado de Natacha, mas usou isso como uma isca para atraí-la e deixá-la inconsciente. Natacha se odiava por ter sido tão ingênua, acreditando nas mentiras de Daniela e caindo em sua armadilha novamente. A raiva por sua própria credulidade se misturava ao medo que corria pelas suas veias.— Saia daqui! Você sabe quem eu sou? — Natacha gritou para Igor, com raiva e medo. — Eu sou a esposa de Joaquim! Se você fizer algo comigo, ele vai acabar com você! — Seus olhos ardiam de pânico, e seu corpo tremia enquanto tentava manter a postura firme.— Você acha que me assusta? Joaquim não pode fazer nada aqui. Pode gritar à vontade, ninguém vai te salvar! — Igor riu com desprezo. A frieza em seus olhos era perturbadora, e o tom de voz revelava um prazer sádico na situação.Com isso, Igor avançou sobre Natacha como um predador faminto, tentando rasgar suas roupas. — Saia, saia! — Ela lutou com todas as suas forças, mas era impossível competir com a força de um ho
Ao sair do quarto, Natacha, com o coração ainda acelerado, esbarrou em um garçom que passava por ali. Seus olhos estavam arregalados de pânico, e ela respirava pesadamente. O garçom, percebendo seu estado alarmante, olhou instintivamente para dentro do quarto. Ao avistar a cena, ele soltou um grito apavorado.— Meu Deus, um assassinato! Assassinato! — Sua voz ecoou pelos corredores, aumentando o caos.Imediatamente, os seguranças do clube se mobilizaram e, com olhares duros, prenderam Natacha, acusando ela de ser a assassina. Seus braços foram torcidos para trás com brutalidade, e ela sentiu a dor aguda percorrer seus nervos.— Me soltem! Não é o que parece! Ele tentou me agredir! — Gritou Natacha desesperada, as lágrimas começando a rolar pelo seu rosto. — Foi legítima defesa! O gerente do clube chegou logo em seguida, sua expressão era uma máscara de raiva contida. Ele se lembrou das instruções de Rafaela, que parecia ter planejado tudo meticulosamente, mas ficou surpreso ao ver Ig
No fundo, tudo se resumia ao ressentimento de Joaquim! Duarte resmungou, seus olhos queimando de raiva e frustração, e ordenou ao gerente com uma voz carregada de desprezo:— Solte ela!— O quê? O gerente olhou para ele, incrédulo, sentindo seu coração acelerar de pavor. Duarte nunca foi conhecido por ser misericordioso. O que estava acontecendo? Seus pensamentos estavam a mil, tentando entender o motivo da ordem inesperada.Natacha também não conseguia acreditar. Esse homem, que parecia um chefe da máfia, realmente ia deixá-la ir embora? Seus olhos estavam arregalados, e sua respiração, descompassada, fazia seu peito subir e descer rapidamente. Duarte, percebendo que ela ainda estava ali, falou mais firme, seu tom cortante como uma lâmina:— Ainda não foi?Natacha recobrou a consciência e saiu correndo, quase tropeçando de tão apressada. Sentia seu coração batendo tão forte que parecia querer saltar do peito. Duarte observou ela enquanto se afastava, seus olhos fixos nela, pensat
Gabriel ajudava Natacha a entrar na casa, seu braço ao redor dela oferecendo suporte e conforto. Ela estava visivelmente abalada, seus olhos arregalados de medo e o corpo tremendo de frio e choque. — Esta é minha aluna. — Explicou Gabriel, tentando manter a calma na voz. — Ela passou por uns apuros. Mãe, pode ir descansar. Vou pedir para prepararem um quarto de hóspedes para ela. Lorena, com o rosto cheio de preocupação, observava Natacha. — Está muito frio lá fora, a menina está tremendo. — Disse, seu tom cheio de compaixão. — Vamos fazer um pouco de chá de gengibre para ela, não quero que ela pegue um resfriado. — Obrigado, mãe. Deixo isso com você. — Gabriel olhou para sua mãe com gratidão. Depois que Lorena saiu, Gabriel voltou sua atenção completamente para Natacha. Ele a conduziu até uma cadeira, e ela se sentou pesadamente, como se suas pernas não pudessem mais suportar seu peso. Com uma voz gentil e cheia de cuidado, ele perguntou: — Natacha, pode me contar o que acontece
O pai de Gabriel é um professor renomado em uma prestigiada instituição de medicina no exterior, sendo contratado por um alto salário. Por isso, ele passava a maior parte do tempo fora do país. Embora Lorena tivesse autonomia nas pequenas questões da família Nunes, assuntos importantes como o casamento eram sempre passados pelo crivo do pai.Gabriel suspirou, a preocupação marcada em seus olhos, e disse: — Ainda é cedo para falarmos sobre isso. Não quero assustar ela agora, nem quebrar essa barreira invisível. Eu só não consigo suportar vê-la sofrer ou ser enganada.Lorena, cheia de preocupação, observou o filho com um olhar carregado de dúvidas. Sabia que o coração dele estava no lugar certo, mas temia as consequências de seu envolvimento com Natacha. Afinal, a família Nunes sempre foi muito liberal e aberta na educação dos filhos. Por isso, Lorena sempre foi muito permissiva. Mas agora, o problema é que seu filho não só se envolveu com uma de suas alunas, como essa aluna estava gráv
Natacha havia deixado seu celular no Clube Nuvem e não sabia se Joaquim tinha voltado para casa. Se ele descobrisse que ela não estava lá, será que ele a procuraria? Ela não pôde evitar que as lágrimas enchessem seus olhos, a visão ficando embaçada enquanto tentava controlar a respiração. Cada pensamento sobre Joaquim a fazia sentir um aperto no peito, como se um peso invisível estivesse pressionando seu coração.Por que, nos momentos em que mais precisava, Joaquim nunca estava ao seu lado? Talvez o susto que havia levado durante o dia, combinado com o chá de gengibre que havia tomado, a tivesse deixado exausta. Deitada na cama, ela se encolheu, puxando o cobertor até o queixo, buscando um conforto que parecia sempre escapar. Seus olhos começaram a se fechar, e ela adormeceu em um estado de sonolência confusa, com os pensamentos ainda circulando em sua mente....Ela acordou assustada, aterrorizada com um pesadelo. Em seu sonho, ela via o rosto horrível e sórdido de Igor e o estranh
Gabriel ficou preocupado com o estado de Natacha. Ele a segurou pelos ombros e disse, com urgência, os olhos cheios de preocupação: — Calma, eu só não quero que você entregue tudo a um homem assim. Não quero ver você se machucar… Natacha estava tão desesperada que não quis ouvir mais nada. Seus olhos estavam arregalados, a respiração acelerada, como um animal encurralado. Ela empurrou a mão dele com força e saiu correndo, confusa e aflita, o coração batendo descontroladamente. Gabriel, percebendo o que havia acontecido, correu atrás dela, seu próprio coração martelando no peito com a urgência de alcançá-la. Infelizmente, Natacha estava correndo rápido demais, e quando Gabriel chegou à porta, ela já havia saído, sua silhueta desaparecendo na distância.— Gabriel, para onde você vai? — Lorena o deteve, segurando ele pelo braço com firmeza. — Me solte, mãe! — Gabriel estava desesperado, os olhos fixos na direção em que Natacha havia fugido. — Ela não está bem, pode acontecer algo com