Depois de um dia e meio de provas exaustivas, Natacha voltou para o carro com um suspiro de alívio que parecia levar consigo todo o cansaço acumulado. Joaquim a acolheu em seus braços, oferecendo um abraço reconfortante, e perguntou com um sorriso: — Foi difícil. O que você quer comer hoje à noite?Natacha riu, um som doce e libertador após tanta tensão, e perguntou: — Por que você não pergunta como foi minha prova?— Minha esposa é uma nerd, claro que se saiu bem. Nem preciso perguntar. — Joaquim tocou o nariz dela com carinho, os olhos cheios de ternura. — Você acertou. A prova foi tranquila, tudo o que estudei caiu. — Natacha riu alto, sentindo o coração aquecer com a confiança dele. Joaquim segurou a mão dela com firmeza, seus olhos brilhando intensamente com uma mistura de orgulho e amor. — Então amanhã podemos ir registrar nosso casamento, Sra. Camargo?O coração de Natacha bateu mais rápido, um sorriso radiante iluminando seu rosto. Ela abraçou o pescoço dele e disse, quase
Assim, os dois tomaram o café da manhã e foram para o cartório de registro civil. Embora tivessem avisado no dia anterior, garantindo atendimento imediato, Natacha não queria furar a fila. Portanto, chegaram bem cedo, logo no início do expediente.Foram os primeiros.Joaquim segurava a mão de Natacha, e os dois sorriram um para o outro. A felicidade era evidente no ar, e a promessa de um futuro juntos estava prestes a se concretizar. Quando entraram na sala de registro, Xavier apareceu de repente, ofegante, e parou diante de Joaquim.— Sr. Joaquim.Ele parecia nervoso e hesitante, lançando um olhar preocupado para Natacha, sem saber como começar a falar. A testa de Xavier estava perlada de suor, e ele tentava controlar a respiração acelerada. Percebendo a situação, Joaquim disse a Natacha:— Espere aqui um instante, eu já volto.Natacha pensou que poderia ser um problema na empresa e concordou docilmente, embora uma pequena sombra de preocupação começasse a se formar em seu coração.—
Observando os casais entrando no cartório, Natacha sentiu um aperto no coração. A cada sorriso que via, a cada par que passava de mãos dadas, a sensação de que algo estava errado só aumentava. Ela suspirou levemente e disse a Xavier, com um tom resignado: — Pode me levar para casa, por favor.Xavier soltou um suspiro de alívio. Ninguém sabia, mas ele estava suando frio, com medo de que o segredo de Joaquim fosse descoberto e causasse uma crise familiar....Chegando à casa da família Camargo, Xavier deixou Natacha na porta e foi embora rapidamente, como se estivesse fugindo de uma situação desconfortável. Ao vê-la, Dora foi recebê-la com um sorriso acolhedor.Natacha parou por um momento e perguntou, com um tom ligeiramente curioso: — Dora, hoje não é seu dia de folga? Você não saiu?Dora sorriu, um sorriso que tentava transmitir normalidade e conforto.— Vocês são tão bons para mim. Não quis aproveitar a folga. Além disso, não tenho nada para fazer na minha cidade. Decidi aproveita
Finalmente, Natacha se levantou da cama, vestiu um casaco e decidiu ir até a empresa de Joaquim. Mesmo que não pudessem registrar o casamento, estar ao lado dele enquanto trabalhava a deixaria mais tranquila. Ela se sentia um pouco surpresa por se tornar tão dependente de Joaquim. Não queria se separar dele nem por um minuto. Pegou um táxi e foi para a sede do Grupo Camargo.Os altos executivos e a secretária do presidente conheciam Natacha, mas a recepcionista, por outro lado, não tinha tantas oportunidades de conhecê-la.— Olá, senhorita, com quem gostaria de falar? — A recepcionista perguntou educadamente, um sorriso profissional nos lábios.— Olá, eu sou Natacha, esposa do Joaquim. Estou aqui para falar com ele. — Natacha disse, tentando parecer confiante apesar da ansiedade que crescia em seu peito.A recepcionista, ao perceber quem era, deu um sorriso simpático para ela. — Ah, claro, Sra. Camargo! Mas o Sr. Joaquim não veio à empresa hoje. Que tal esperar na sala de descanso?N
As palavras de Daniela tocaram exatamente na maior curiosidade de Natacha. Embora ela não quisesse reencontrar os pais biológicos que a abandonaram, o desejo de saber por que eles a deixaram sempre esteve presente em seu coração. Seus pensamentos corriam desenfreadamente, misturados com medo e ansiedade.— Aqui fora está frio e desconfortável para conversar. Vamos para o carro. Prometo que o que tenho para te contar é realmente interessante. — Percebendo a hesitação de Natacha, Daniela insistiu. Seus olhos brilhavam com uma promessa que Natacha sabia ser perigosa, mas irresistível.Natacha, com uma sensação crescente de que sua origem poderia ser algo horrível, acabou concordando e entrou no carro com Daniela. A cabine do carro estava quente, mas Natacha sentia um frio interno, uma premonição de que algo terrível estava para acontecer. Mal havia se acomodado quando sentiu uma mão pressionando um pano branco contra seu nariz. Antes que pudesse reagir, desmaiou, o medo e a surpresa cong
Daniela não queria contar sobre o passado de Natacha, mas usou isso como uma isca para atraí-la e deixá-la inconsciente. Natacha se odiava por ter sido tão ingênua, acreditando nas mentiras de Daniela e caindo em sua armadilha novamente. A raiva por sua própria credulidade se misturava ao medo que corria pelas suas veias.— Saia daqui! Você sabe quem eu sou? — Natacha gritou para Igor, com raiva e medo. — Eu sou a esposa de Joaquim! Se você fizer algo comigo, ele vai acabar com você! — Seus olhos ardiam de pânico, e seu corpo tremia enquanto tentava manter a postura firme.— Você acha que me assusta? Joaquim não pode fazer nada aqui. Pode gritar à vontade, ninguém vai te salvar! — Igor riu com desprezo. A frieza em seus olhos era perturbadora, e o tom de voz revelava um prazer sádico na situação.Com isso, Igor avançou sobre Natacha como um predador faminto, tentando rasgar suas roupas. — Saia, saia! — Ela lutou com todas as suas forças, mas era impossível competir com a força de um ho
Ao sair do quarto, Natacha, com o coração ainda acelerado, esbarrou em um garçom que passava por ali. Seus olhos estavam arregalados de pânico, e ela respirava pesadamente. O garçom, percebendo seu estado alarmante, olhou instintivamente para dentro do quarto. Ao avistar a cena, ele soltou um grito apavorado.— Meu Deus, um assassinato! Assassinato! — Sua voz ecoou pelos corredores, aumentando o caos.Imediatamente, os seguranças do clube se mobilizaram e, com olhares duros, prenderam Natacha, acusando ela de ser a assassina. Seus braços foram torcidos para trás com brutalidade, e ela sentiu a dor aguda percorrer seus nervos.— Me soltem! Não é o que parece! Ele tentou me agredir! — Gritou Natacha desesperada, as lágrimas começando a rolar pelo seu rosto. — Foi legítima defesa! O gerente do clube chegou logo em seguida, sua expressão era uma máscara de raiva contida. Ele se lembrou das instruções de Rafaela, que parecia ter planejado tudo meticulosamente, mas ficou surpreso ao ver Ig
No fundo, tudo se resumia ao ressentimento de Joaquim! Duarte resmungou, seus olhos queimando de raiva e frustração, e ordenou ao gerente com uma voz carregada de desprezo:— Solte ela!— O quê? O gerente olhou para ele, incrédulo, sentindo seu coração acelerar de pavor. Duarte nunca foi conhecido por ser misericordioso. O que estava acontecendo? Seus pensamentos estavam a mil, tentando entender o motivo da ordem inesperada.Natacha também não conseguia acreditar. Esse homem, que parecia um chefe da máfia, realmente ia deixá-la ir embora? Seus olhos estavam arregalados, e sua respiração, descompassada, fazia seu peito subir e descer rapidamente. Duarte, percebendo que ela ainda estava ali, falou mais firme, seu tom cortante como uma lâmina:— Ainda não foi?Natacha recobrou a consciência e saiu correndo, quase tropeçando de tão apressada. Sentia seu coração batendo tão forte que parecia querer saltar do peito. Duarte observou ela enquanto se afastava, seus olhos fixos nela, pensat