Natacha de repente segurou a mão de Joaquim e suplicou:— Você pode ajudar a Rosana? Manuel é seu amigo, ele vai te ouvir.Joaquim não esperava que Natacha tivesse tanta confiança em Rosana. No dia a dia, ele e Natacha sempre tinham desentendimentos, e Natacha era a primeira a duvidar dele, a suspeitar dele. Mas, em relação a Rosana, Natacha conseguia ter essa confiança incondicional.Joaquim não pôde deixar de sentir um pouco de ciúmes de Rosana.“Quando será que Natacha vai estar assim ao meu lado?”— Joaquim, por que você não diz nada? — Natacha perguntou, já um pouco ansiosa. — Você vai ou não vai ajudar a Rosana? Por favor, ajude ela. Você não viu como Rosana estava com medo do Manuel. Eu realmente me sinto mal, não posso ver Rosana ser tratada assim.Joaquim baixou os olhos levemente e disse friamente:— Desculpe, eu já disse que não vou ajudar a família Coronado. Não tenho essa obrigação ou responsabilidade...Natacha, furiosa, retrucou:— Como você pode ser tão frio? É algo que
— Embora a Rosana diga que é por vontade própria, qualquer um pode ver o quanto ela está desconfortável ao lado do Manuel. Joaquim não vai ajudar. Pai, você pode pensar em algo para ajudar a Rosana? — Natacha falou para si mesma, sua voz baixa e carregada de preocupação. Seus olhos estavam fixos no pai, uma súplica silenciosa presente em cada palavra.Rodrigo estava coberto de suor frio, sentindo um calafrio subir pela espinha. Um pressentimento sombrio pairava sobre ele, uma sensação de que algo terrível estava prestes a acontecer. Ele tentou limpar a mente, mas cada tentativa só aumentava sua ansiedade.Natacha notou a expressão perturbada do pai e perguntou preocupada: — Pai, você está bem? Parece pálido. — Sim... não é nada demais. — Respondeu Rodrigo, balançando a cabeça rapidamente, mas por dentro, estava em completa desordem, incapaz de encontrar calma. Seus pensamentos eram um turbilhão de imagens e lembranças, cada uma mais angustiante que a outra. Ele tentou sondar. — A fal
Natacha estava extremamente frustrada e jogou o celular de lado antes de descer as escadas. Embora fossem apenas oito horas, Dolores já estava acordada desde cedo e havia terminado o café da manhã às sete.Sentada no sofá com um olhar preocupado, Dolores parecia perdida em pensamentos. Quando viu Natacha descer, seu rosto se contorceu em uma expressão de insatisfação. — Desde que você voltou, só tem trazido problemas. Eu realmente não entendo, se você está com Joaquim, por que não fica na casa da família Camargo? Por que tem que ficar vindo para cá o tempo todo?Natacha, confusa e já irritada, perguntou: — O que eu fiz de errado desta vez?Dolores sempre teve esse comportamento com ela. Quando precisava de Natacha, a tratava bem, mas quando não precisava, a tratava como uma estranha, quase como uma inimiga. — Seu pai saiu hoje cedo, cheio de preocupações, nem tomou café da manhã. Quando você não está aqui, tudo está bem. Por que quando você vem, ele fica assim? Você já é adulta, não
— E você acha o quê? — Manuel ajustou os óculos de armação dourada, seu olhar afiado perfurando Rodrigo. Ele sorriu friamente, um sorriso que não chegava aos olhos, e disse. — A morte do meu pai não é algo que se possa esquecer assim. Eu deixei vocês viverem em paz por tantos anos, já foi muita consideração da minha parte.Rodrigo, sentindo um calafrio subir pela espinha, perguntou nervoso: — Então me diga, o que preciso fazer para você deixar Natacha em paz? Tanto ela quanto Rosana são inocentes. Eu e Diego somos os culpados, nos deixe pagar por nossos crimes. Por que envolver duas jovens?— Sr. Rodrigo, você está brincando? Um homem que matou e não teve coragem de admitir agora vem me falar de moral? Elas são inocentes, mas e eu? Perdi meu pai aos dez anos, isso é justo? — Os olhos de Manuel ficaram sombrios, e ele disse friamente, com a voz cheia de desprezo. Ele continuou, com uma voz gélida e amarga. — Você sabe o que precisa fazer. Mas se lembre, Rodrigo, a dívida de sangue nunc
Mas o que Joaquim estava pensando? Só falou para ela escolher as fotos e não disse nada sobre ela voltar. Sem ele dar o primeiro passo, como ela poderia se convidar de volta?Natacha mordeu o lábio, constrangida. O coração dela estava dividido entre o orgulho e a necessidade de apoio. — São muitas fotos. Eu sozinha não consigo decidir, precisamos ver juntos, né? — Ela disse, a voz ligeiramente trêmula.Joaquim entendeu a indireta e, com um tom levemente divertido, respondeu: — Então eu vou te buscar?— Pode ser. — Natacha respondeu suavemente, sentindo um alívio imediato.Depois de ela desligar o telefone, Rodrigo finalmente relaxou. Ele segurou as mãos da filha, olhando-a com carinho e preocupação. — Quando voltar, pare de ser teimosa. Se a oportunidade aparecer, considere se reconciliar com ele. Eu conheço bem as pessoas, e Joaquim é uma boa escolha. Pelo menos, ele te ama de verdade.Natacha concordou, mas seu coração estava pesado com a preocupação pelo pai. Ela sentia que algo
Essa declaração quebrou o clima doce que havia no carro. — Já te disse, ela e o bebê vão ficar no exterior. Não vou deixar que voltem para atrapalhar sua vida. Natacha, minha esposa sempre será você. — Joaquim apertou o volante, sua voz firme e determinada.Natacha forçou um sorriso amargo, sentindo o peso daquelas palavras. O que ela ainda esperava? O bebê de Rafaela já estava grande, como ele poderia abandoná-lo? Afinal, era uma vida. A dúvida e a insegurança a corroíam por dentro. Ela engoliu todas as palavras que queria dizer. Joaquim suspirou, desanimado, e parou de falar sobre o casamento. Rafaela sempre seria um obstáculo entre eles, uma barreira difícil de superar. Ele desejava que Natacha pudesse superar isso e aceitar a realidade, mas ela ainda parecia resistir. Talvez só o tempo pudesse resolver.— A propósito, amanhã volto para o estágio no hospital. No mês que vem tem prova de pós—graduação, preciso focar nos estudos e aprender mais na prática. — Natacha mudou de assunto
— Mas... Mas... — Natacha repetia “mas” sem conseguir terminar a frase. A hesitação estava estampada em seu rosto, e as lágrimas começavam a se formar nos olhos. Ela sabia que, se Joaquim forçasse ela a fazer amor, o bebê em sua barriga correria perigo. A sensação de desespero era avassaladora, cada batida do coração parecendo mais pesada e lenta.Vendo isso, Joaquim sentiu seu coração afundar. Ele sempre teve controle sobre as situações, mas ali, diante da fragilidade de Natacha, se sentia impotente. Com um tom triste e abatido, ele perguntou: — Então você me rejeita tanto assim? Nunca pensou em recomeçar comigo?Natacha mordeu o lábio inferior, incapaz de encontrar uma resposta. Sob o olhar severo de Joaquim, ela permaneceu em silêncio, se sentindo esmagada pela culpa e pelo medo. As palavras ficaram presas na garganta, enquanto o peso de sua decisão se tornava insuportável.— Entendi. Mas, se é assim, por que tiramos fotos de casamento? Você está desperdiçando nossos sentimentos! —
No Grupo Camargo.Joaquim tinha passado mais uma noite no escritório. Seus olhos estavam vermelhos e cansados, e ele não conseguia disfarçar a irritação. Seu humor estava péssimo, e ele se sentia preso em um ciclo vicioso de indecisão e frustração. Ele não sabia mais o que fazer com Natacha. Soltar ela, ele não conseguia; mas se a segurasse, ela jamais lhe daria o coração de novo. Cada vez que pensava nela, seu peito se apertava, uma mistura de amor e desespero.Na noite anterior, além de estar bravo com Natacha, ele estava mais irritado consigo mesmo. Ele não entendia como deixou as coisas chegarem a esse ponto. Como conseguiu decepcionar duas mulheres ao mesmo tempo? Ele se perguntava, olhando para a escuridão além da janela. O reflexo do vidro mostrava um homem cansado e desiludido, alguém que ele mal reconhecia.Enquanto olhava para a janela, tentando encontrar alguma clareza nos pensamentos, a secretária bateu na porta, interrompendo seus devaneios.— Sr. Joaquim, tem um senhor de