Xavier ficou um pouco confuso. Não sabia se o presidente esperava que o bebê fosse salvo ou não. Se sentiu inseguro ao responder com cuidado, medindo cada palavra: - O médico disse que o feto da Srta. Rafaela é muito resistente e, por enquanto, não houve problemas. - Entendi. - Joaquim respondeu, seu rosto inexpressivo, sem revelar nenhuma emoção. Ele acenou com a mão, dispensando Xavier para que ele voltasse ao trabalho.Naquele momento, Manuel entrou no escritório, sua presença imponente imediatamente percebida por Joaquim.- Como estão as coisas? Algum novo progresso? - Joaquim perguntou com urgência, se levantando da cadeira. Sua expressão, embora controlada, revelava a tensão implícita.- O motorista de Rodrigo insiste que foi Rodrigo quem mandou ele fazer isso. Além disso, Rodrigo estava no carro na hora do incidente, e ele tinha motivos claros para ordenar o ataque. - Manuel disse com um tom grave, suas palavras carregadas de preocupação. - A chance de ganhar esse caso é muito
Rosana hesitou. Deveria abrir aquele arquivo e dar uma olhada? Ela sabia que não deveria violar a privacidade dos clientes de Manuel. No entanto, a enorme curiosidade a consumia, fazendo com que ela desejasse desvendar o mistério. E se realmente tivesse a ver com a família Gonçalves?Decidida, Rosana abriu o arquivo e começou a folheá-lo rapidamente. Em poucos minutos, compreendeu a gravidade da situação: a família Gonçalves estava enfrentando um grande problema! Seus olhos se arregalaram ao ler cada linha. A sensação de urgência aumentou, e sem perder mais tempo, ela se dirigiu para a saída com passos apressados e coração acelerado.A assistente de Manuel a viu e perguntou, com preocupação estampada no rosto: - Srta. Rosana, o Sr. Manuel deve estar voltando em breve. Você não vai esperar por ele?- Eu tenho um compromisso urgente. Desculpe, a entrevista terá que ser remarcada. - Rosana respondeu rapidamente, quase sem fôlego, enquanto se apressava em sair.Ao chegar à porta do escrit
Rosana chegou correndo, ainda ofegante, o rosto corado de tanto esforço. Ela mal conseguia recuperar o fôlego quando exclamou:- Seu pai está em perigo, você sabia?Natacha ficou atônita, seu coração disparando.- Meu pai? O que aconteceu com ele? - Perguntou, a voz trêmula de preocupação.Rosana explicou rapidamente:- Hoje, no escritório de Manuel, vi uma intimação envolvendo seu pai. Parece que ele está sendo acusado de agressão intencional. Além disso, Manuel é o advogado que está cuidando do caso do seu pai.Natacha sentiu o chão sumir sob seus pés. Sua mente ficou em branco por um momento, e ela apertou firmemente as mãos de Rosana, desesperada.- Meu pai cometeu um crime? Quem ele machucou? - Sua voz estava chorosa, os olhos começando a se encher de lágrimas.Rosana balançou a cabeça, frustrada.- O arquivo era muito grosso, não consegui ler todos os detalhes. Só sei que seu pai está em apuros. Você precisa ir para casa e descobrir o que está acontecendo. Eu preciso voltar para
Se Natacha soubesse a verdade, certamente se sentiria culpada ao extremo. Por isso, Joaquim decidiu tratar o incidente como um simples acidente de trânsito, tentando minimizar a gravidade da situação. Ele se esforçava para manter a voz calma e firme, mas a preocupação em seus olhos era evidente.Natacha, porém, não conseguia aceitar a explicação. Seus olhos brilhavam de desespero e incredulidade, enquanto suas mãos tremiam de ansiedade.- Isso não faz sentido. - Disse ela, sua voz quebrando de emoção. - Por que Rosana diria que meu pai foi acusado de agressão intencional? Mesmo que ele tenha atropelado alguém, deve ter sido sem querer.Joaquim tentou tranquilizá-la, colocando uma mão reconfortante em seu ombro.- A outra parte está alegando isso para tentar obter mais dinheiro. Não se preocupe, Manuel é muito experiente em casos criminais. - Ele fez uma pausa, olhando nos olhos dela, tentando transmitir confiança. - Se houver alguma falha na acusação, ele encontrará as provas necessári
- Eu sei, eu sei. - Joaquim respondeu, com um tom calmo e reconfortante, enquanto acariciava suavemente o braço de Rafaela. - Mas, Rafaela, o bebê está bem. Isso é uma bênção no meio de tudo isso, não é? Rafaela soluçava de forma desesperada, seu corpo tremendo de emoção: - Eu sempre pensei que minhas pernas poderiam se recuperar. Se não fosse por ouvir aquelas duas enfermeiras conversando lá fora, eu ainda estaria na ilusão de que poderia voltar a dançar. Eu me sinto tão culpada por este bebê, por ter uma mãe que é uma inválida!Seus olhos estavam arregalados de angústia, e as lágrimas corriam sem parar por suas bochechas pálidas.- Não fale assim. - Joaquim disse, segurando o rosto dela entre as mãos, seus polegares limpando as lágrimas que escorriam. - Você deu a esse bebê a vida, isso é o mais importante. Eu vou encontrar os melhores especialistas para cuidar de você. Suas pernas ainda têm esperança.Rafaela balançou a cabeça com determinação, os lábios trêmulos revelando sua dor
Rafaela, com lágrimas escorrendo pelo rosto, suplicou, sua voz um sussurro trêmulo. - Joaquim, eu não tenho mais nada. Minhas pernas estão estragadas. Se você me deixar agora e ficar com a filha do homem que fez isso, qual é o sentido da minha vida? Joaquim abaixou os olhos, escolhendo com cuidado as palavras enquanto segurava a mão de Rafaela. - Natacha é Natacha, e o pai dela é o pai dela. Não podemos misturar as coisas. Eu acredito que Natacha jamais faria algo assim. Se ela soubesse que o pai dela causou esse acidente, ela se sentiria profundamente culpada e me ajudaria a compensar você. - Ele tentou manter a voz firme, mas a incerteza pairava no ar.Ele queria ficar mais um pouco, confortá-la, mas sabia que Rafaela continuaria insistindo em recuperá-lo ou a difamar Natacha. Ele sentiu que não havia mais motivo para continuar ali. Com um suspiro pesado, ele se levantou e soltou com gentileza a mão dela. - Descanse bem. - Ele disse, se levantando. - Vou embora, mas me ligue se p
- Não, por favor, não faça isso. - Implorou Rafaela, agarrando a mão de Duarte com desespero. Sua pele estava fria e pálida, e seus olhos refletiam um medo profundo. - Duarte, pelo tempo que passamos juntos, não seja tão cruel. Além disso, eu estou carregando o nosso filho. Duarte soltou uma risada fria, sua expressão implacável. - Mas parece que o seu coração é de Joaquim. Você realmente se importa com nosso filho? Ele se inclinou para mais perto, o hálito quente contra o rosto de Rafaela, enquanto seu olhar a perfurava.- Eu errei. - Rafaela admitiu, seu tom um misto de desespero e resignação. Ela tentou manter a calma, mas sua voz vacilava. - Prometo que nunca mais farei nada contra o nosso filho. Sei que não posso esconder nada de você. Por favor, me dê outra chance. - Seus olhos suplicantes buscavam algum vestígio de misericórdia nos olhos de Duarte, mas ela encontrou apenas dureza.Duarte a observou por um momento, seus olhos cheios de desconfiança e raiva. - Se lembre de uma
- Ah, senhora, o que trouxe você aqui tão cedo? - Dora exclamou, surpresa, ao ver Natacha na cozinha. Natacha forçou um sorriso, visivelmente chateada.- Dora, eu não consegui dormir. Posso ajudar você a preparar o café da manhã?Dora, hesitante, balançou a cabeça.- Mas ainda está escuro, senhora. Volte para a cama e descanse mais um pouco. Caso contrário, não terá energia para o estágio durante o dia.Natacha insistiu, tentando parecer mais animada do que realmente se sentia.- Não se preocupe, Dora. Realmente, não consigo dormir. Me deixe ajudar você, por favor.Dora suspirou, sabendo que não conseguiria impedir Natacha.- Senhora, se o Sr. Joaquim souber disso, ele certamente ficará zangado. Por favor, descanse.Natacha baixou os olhos, a tristeza evidente em seu rosto.- Dora, meu pai está em perigo. Não posso fazer nada para ajudar ele diretamente, mas posso retribuir de alguma forma.Dora ficou comovida, vendo a jovem tão madura para a sua idade.- Senhora, você tem um coração