Foi então que Manuel finalmente compreendeu o motivo pelo qual Rosana havia aparecido de repente. Ao ouvir as perguntas insistentes de Rosana, Manuel soltou uma risada fria e disse, com um tom cortante:— Então, você acha que eu fui até seu pai ontem para forçá-lo a se suicidar? É assim que você me vê? — Não é isso que aconteceu? — Rosana respondeu, sua voz carregada de desilusão. — Você fez a mesma coisa antes, não mentiu para mim? Se você não consegue perdoar meu pai, então você poderia simplesmente me dizer isso, sem precisar me manter na ignorância enquanto tenta encontrar outra forma de pressionar meu pai até ele morrer! Se for isso, então você realmente é uma pessoa terrível, Manuel! Você sabia? Desde o momento em que soube que você me manteve ao seu lado só para me torturar, eu passei a achar você sombrio e assustador. Eu tentei me convencer, tentei acreditar que você havia mudado, mas agora eu vejo que não mudou nada!Nesse momento, alguém bateu na porta do escritório.Manuel
— Mas eu realmente estou preocupada. — Rosana não pôde segurar as lágrimas, deixando-as rolar. — Porque eu sei que meu pai cometeu um erro terrível naquele acontecimento, e por isso, tenho medo de que você e sua mãe ainda se importem. Eu quero me redimir pelo que ele fez, mas não consigo encontrar uma maneira de fazer isso direito. Estou tão confusa. Manuel falou suavemente para acalmá-la: — Você não precisa se redimir pelo seu pai, você é você, ele é ele. E além disso, também estou tentando fazer minha mãe superar o passado. Fique tranquila, tudo está indo para uma boa direção, não vai acontecer nada de ruim. — Depois, Manuel secou as lágrimas de Rosana e continuou. — O que você quer almoçar? Já está na hora de comer. Depois que a gente se alimentar, eu te acompanho até o hospital para ficar com seu pai. Já que ele tem tendência ao suicídio, seria bom você passar mais tempo com ele, cuidar do estado emocional dele. Rosana olhou Manuel com gratidão e disse: — Obrigada. — De n
Manuel pegou o celular e ligou para Cláudio, instruindo ele a ir imediatamente à delegacia para verificar as câmeras de segurança e registrar o boletim de ocorrência.Rosana, ao ver a atitude de Manuel, perguntou:— Você suspeita que alguém tenha empurrado meu pai? Não foi ele quem se jogou sozinho?Manuel olhou para ela com um olhar profundo, balançou a cabeça e respondeu:— Não sei. Quando conseguirmos as imagens das câmeras, saberemos a verdade.Nesse momento, as portas da sala de emergência se abriram, e todos se apressaram em se aproximar.Rosana, ansiosa, perguntou:— Doutor, como está meu pai?O médico, com sinceridade, informou:— O paciente não corre mais risco de vida, mas ele aspirou água. Vamos fazer um exame de tomografia para verificar a situação dos pulmões.Todos suspiraram aliviados.Logo, Cláudio ligou para Manuel:— Sr. Manuel, acabei de verificar as câmeras do parque. De fato, alguém empurrou Diego. Mas essa pessoa estava usando uma roupa de proteção solar e estava
Depois de um longo silêncio, Rosana finalmente perguntou, visivelmente desapontada: — Então, você não sente nenhuma culpa pelo que fez ao pai do Manuel? E ainda tem a coragem de me culpar, dizendo que eu não te salvei?— Culpa? — Diego respondeu com um riso frio. — Eu fiz tudo por interesse. Só posso culpar a minha má sorte, que, depois de tantos anos, o Manuel me encontrou para se vingar de mim.Rosana ficou surpresa, seus olhos se arregalaram. Ela negou com a cabeça e falou, com pesar: — Eu sempre achei que meu pai fosse um homem íntegro. Mesmo depois de saber o que você fez, eu tentei me convencer de que você deveria ter uma boa razão para isso. Mas eu estava errada... Eu preferia não ter um pai como você, nunca!Com essas palavras, Rosana se virou furiosa e saiu, sem olhar para trás.Na porta, Manuel, que tinha ouvido a discussão do outro lado, estava ainda mais confuso. Quando viu Rosana saindo do quarto aos prantos, o desconcerto aumentou.— Rosa! — Manuel correu até ela e se
Manuel estava parado ao lado da cama de Diego, seus olhos fixos no homem que parecia ter aceitado seu destino. — Esse homem já começou a planejar sua morte. Mesmo que você não pense em si mesmo, pense na Rosana, ao menos. Diego apertou os punhos com força, sua expressão tensa, antes de falar com dificuldade: — Sr. Manuel, obrigado. E... Me desculpe. — Depois de dizer isso, Diego se levantou da cama e fez uma profunda reverência. — O que aconteceu com seu pai... Eu errei. Manuel olhou para ele, surpreso, mas sua voz permaneceu fria e firme: — O que você me deve não vai se resolver com um simples "desculpe". Diego sorriu amargamente, aceitando o peso de suas palavras, e disse: — Eu sei disso. Então, que tal essa ideia? Se eu morrer, aquela pessoa ficará segura. Ele não vai mais ameaçar a Rosana. Se eu morrer, se o Denis morrer, não haverá mais ninguém no mundo capaz de ameaçá-lo. As palavras de Diego caíram sobre Manuel como uma lâmina afiada. Seu coração se apertou de do
Manuel balançou a cabeça e disse: — Não venha me dizer essas coisas! Não importa o motivo, você ainda assim se envolveu neste assassinato! — Sim, eu sou culpado, eu sei que sou culpado. — Diego de repente rompeu em choro, com a voz trêmula. — Por isso, não estou tentando escaper da culpa. Mas agora, você já sabe a verdade, então não pode mais ficar com a Rosa. A não ser que queira que a vida dela esteja sempre em perigo, a qualquer momento, com pessoas do Silvestre de olho nela. O coração de Manuel doeu profundamente. Essa resposta era o que ele mais queria saber, a verdade que ele precisava conhecer. Desde o momento em que Manuel decidiu forçar essa revelação, ele já estava se preparando para perder Rosana. Diego, com medo de que Manuel mudasse de ideia, imediatamente continuou: — Você tem que lembrar, a pessoa culpada sou eu. A Rosa é inocente. Eu não quero que minha filha, por causa dos pecados que cometi no passado, acabe perdendo a vida. Manuel suspirou profundamen
— E então, o que você acha? — Disse a Sra. Maria, puxando a mão de Rosana. — Eu, pelo menos, já deixei claro a minha posição, não tenho objeções. Quanto ao seu pai, não vou mais vê-lo daqui para frente, se não, muito provavelmente, ainda vou ficar incomodada. Rosana olhou para a Sra. Maria com uma expressão cheia de desculpas. — Desculpe, tia Maria... — Está bem, não vamos falar mais sobre isso. — A Sra. Maria suspirou profundamente. — Olha só, como foi que acabei trazendo isso à tona? O erro é do seu pai, não é culpa sua, eu não vou descontar em você. Nesse momento, a empregada que estava na porta disse: — O Sr. Manuel voltou! A Sra. Maria se levantou imediatamente e foi até a porta, dizendo, visivelmente descontente: — Esse fim de semana, o que você foi fazer? Como é que só está voltando agora? Se tivesse voltado mais cedo, podia até ter ido ao médico para fazer um exame. Manuel passou por ela, sem expressão no rosto. — Estou cansado, vou para o meu quarto agora.
Rosana nunca tinha visto Manuel chorar antes. Ela até achou que estava vendo errado. Manuel piscou, tentando forçar um sorriso, e a puxou de volta para seus braços, sem deixar que ela visse seus olhos vermelhos. — Sim, eu chorei, porque acho que fiz tudo errado. — Manuel disse, sua voz rouca. — Eu, um homem grande, como pude deixar você vir até mim para me pedir em casamento? O coração de Rosana se aqueceu, como se estivesse sendo envolvido por mel. Somente com a presença de Manuel ela conseguia afastar sua ansiedade e insegurança. Ao pensar sobre tudo o que haviam passado juntos, ela se deu conta de quantos desafios enfrentaram lado a lado, sem nunca se soltar das mãos um do outro. Era por isso que ela acreditava: o amor que compartilhavam superava até o ódio. Eles realmente poderiam ficar juntos. Manuel sabia que, se continuasse assim, sua emoção poderia se perder de vez. Então, ele procurou uma desculpa para se afastar, dizendo: — Ah, preciso ir para o escritório res