Manuel estava parado ao lado da cama de Diego, seus olhos fixos no homem que parecia ter aceitado seu destino. — Esse homem já começou a planejar sua morte. Mesmo que você não pense em si mesmo, pense na Rosana, ao menos. Diego apertou os punhos com força, sua expressão tensa, antes de falar com dificuldade: — Sr. Manuel, obrigado. E... Me desculpe. — Depois de dizer isso, Diego se levantou da cama e fez uma profunda reverência. — O que aconteceu com seu pai... Eu errei. Manuel olhou para ele, surpreso, mas sua voz permaneceu fria e firme: — O que você me deve não vai se resolver com um simples "desculpe". Diego sorriu amargamente, aceitando o peso de suas palavras, e disse: — Eu sei disso. Então, que tal essa ideia? Se eu morrer, aquela pessoa ficará segura. Ele não vai mais ameaçar a Rosana. Se eu morrer, se o Denis morrer, não haverá mais ninguém no mundo capaz de ameaçá-lo. As palavras de Diego caíram sobre Manuel como uma lâmina afiada. Seu coração se apertou de do
Manuel balançou a cabeça e disse: — Não venha me dizer essas coisas! Não importa o motivo, você ainda assim se envolveu neste assassinato! — Sim, eu sou culpado, eu sei que sou culpado. — Diego de repente rompeu em choro, com a voz trêmula. — Por isso, não estou tentando escaper da culpa. Mas agora, você já sabe a verdade, então não pode mais ficar com a Rosa. A não ser que queira que a vida dela esteja sempre em perigo, a qualquer momento, com pessoas do Silvestre de olho nela. O coração de Manuel doeu profundamente. Essa resposta era o que ele mais queria saber, a verdade que ele precisava conhecer. Desde o momento em que Manuel decidiu forçar essa revelação, ele já estava se preparando para perder Rosana. Diego, com medo de que Manuel mudasse de ideia, imediatamente continuou: — Você tem que lembrar, a pessoa culpada sou eu. A Rosa é inocente. Eu não quero que minha filha, por causa dos pecados que cometi no passado, acabe perdendo a vida. Manuel suspirou profundamen
— E então, o que você acha? — Disse a Sra. Maria, puxando a mão de Rosana. — Eu, pelo menos, já deixei claro a minha posição, não tenho objeções. Quanto ao seu pai, não vou mais vê-lo daqui para frente, se não, muito provavelmente, ainda vou ficar incomodada. Rosana olhou para a Sra. Maria com uma expressão cheia de desculpas. — Desculpe, tia Maria... — Está bem, não vamos falar mais sobre isso. — A Sra. Maria suspirou profundamente. — Olha só, como foi que acabei trazendo isso à tona? O erro é do seu pai, não é culpa sua, eu não vou descontar em você. Nesse momento, a empregada que estava na porta disse: — O Sr. Manuel voltou! A Sra. Maria se levantou imediatamente e foi até a porta, dizendo, visivelmente descontente: — Esse fim de semana, o que você foi fazer? Como é que só está voltando agora? Se tivesse voltado mais cedo, podia até ter ido ao médico para fazer um exame. Manuel passou por ela, sem expressão no rosto. — Estou cansado, vou para o meu quarto agora.
Rosana nunca tinha visto Manuel chorar antes. Ela até achou que estava vendo errado. Manuel piscou, tentando forçar um sorriso, e a puxou de volta para seus braços, sem deixar que ela visse seus olhos vermelhos. — Sim, eu chorei, porque acho que fiz tudo errado. — Manuel disse, sua voz rouca. — Eu, um homem grande, como pude deixar você vir até mim para me pedir em casamento? O coração de Rosana se aqueceu, como se estivesse sendo envolvido por mel. Somente com a presença de Manuel ela conseguia afastar sua ansiedade e insegurança. Ao pensar sobre tudo o que haviam passado juntos, ela se deu conta de quantos desafios enfrentaram lado a lado, sem nunca se soltar das mãos um do outro. Era por isso que ela acreditava: o amor que compartilhavam superava até o ódio. Eles realmente poderiam ficar juntos. Manuel sabia que, se continuasse assim, sua emoção poderia se perder de vez. Então, ele procurou uma desculpa para se afastar, dizendo: — Ah, preciso ir para o escritório res
Rosana pensou por um momento, bateu na própria cabeça e disse:— Eu pensei que fosse um sonho! Esta manhã, acho que ouvi o Manuel dizendo que ia viajar a trabalho. Estava tão cansada na hora que nem prestei atenção. Então, ele realmente foi viajar, né?— Deixa pra lá, não vamos falar mais do Manuel, não tem jeito! — Disse a Sra. Maria, com um tom de resignação. — Agora eu percebo que ter um filho homem nem é tão bom assim, melhor seria ter uma filha, que é mais atenciosa e compreensiva.Rosana sorriu, apertando os lábios. Ela se aproximou, se sentou ao lado da Sra. Maria e disse:— Sra. Maria, ontem à noite conversei com o Manuel e decidimos que, daqui a um tempo, vamos nos casar.— Sério? — A Sra. Maria ficou radiante e, imediatamente, juntou as mãos, murmurando algo baixinho. — Isso é maravilhoso! O Manuel finalmente se estabilizou!Rosana também sorriu e disse, olhando para a Sra. Maria:— Então, a senhora nunca mais vai precisar sentir inveja de quem tem uma filha. Quando eu e o Ma
Além disso, Manuel realmente acompanhou Tamires pessoalmente na escolha do vestido, e não fez questão de impedi-la de se arrumar de maneira tão sofisticada para o evento. Mais tarde, o rosto delicado de Tamires, somado ao seu luxuoso vestido preto, realmente chamou a atenção de muitos. Vários homens se aproximaram para pedir uma dança, mas todos foram gentilmente recusados por Tamires. Ela mesma achou engraçado, pois não conseguia deixar de se sentir um tanto diminuta, como se fosse uma sombra de Manuel, seguindo ele para onde quer que fosse. No entanto, ao ver quantas pessoas se aproximavam de Manuel para conversar ou fazer brindes, Tamires percebeu que, no País F, ele também era muito conhecido. Quando a festa terminou, Manuel já havia bebido bastante e estava claramente bêbado. — Manuel, você... Está bem? Consegue andar? — Tamires segurou ele com cuidado. — Vai devagar, tenha cuidado com os degraus. Manuel, com uma mão sobre o ombro de Tamires, andava de maneira desaje
Tamires finalmente deixou escapar um sorriso e perguntou: — Sério? E a Srta. Rosana, o que vai ser dela? Manuel suspirou e respondeu: — Eu me encarrego disso, me dê um tempo. Tamires, que antes sentia uma pontada de culpa por ter enganado Manuel de forma tão baixa, agora, com o que queria, viu toda a sua culpa se transformar em alegria e excitação. De repente, ela se lançou nos braços de Manuel, envolvendo seu pescoço, e sua voz tremia de emoção: — Manuel, obrigada. Eu sabia que você não era como os outros homens irresponsáveis. Você, para mim, sempre foi a pessoa mais especial. Tamires expressava seus sentimentos, mas nos olhos de Manuel havia uma frieza glacial. ... Se passaram quase uma semana desde que Manuel saiu para a viagem de negócios. Rosana, observando as ligações no celular que eram sempre recusadas, começou a se sentir estranhamente inquieta. "Por que Manuel não atende minhas ligações? Desde que ele chegou ao País F, ele me ligou uma vez para dar notí
Rosana ouviu as palavras de Sra. Maria, que, entre suas preocupações, claramente pensava nela, e não pôde deixar de se sentir tocada. — Tia, pode ficar tranquila, eu entendi. Depois que Sra. Maria saiu, Rosana tentou ligar para Manuel novamente. Desta vez, a chamada finalmente foi atendida. No entanto, quem atendeu foi Tamires: — Srta. Rosana, sou eu. Manuel está tomando banho. O coração de Rosana deu um salto, e ela apertou o celular com força, sem acreditar nas palavras de Tamires. Então, Rosana questionou, com uma pontada de desconfiança: — Srta. Tamires, por que o celular de Manuel está com você? — Porque ele está tomando banho. — Respondeu Tamires, com calma. — Estamos nos preparando para voltar para o Brasil hoje, e estou ajudando o Manuel a organizar as coisas. Há algo urgente que eu possa passar para ele? Rosana sentiu um nó apertando seu coração e, com frieza, respondeu: — Não, obrigada. — E desligou a ligação. Ela respirou fundo, sentindo sua mente con