Rafaela, com lágrimas escorrendo pelo rosto, suplicou, sua voz um sussurro trêmulo. - Joaquim, eu não tenho mais nada. Minhas pernas estão estragadas. Se você me deixar agora e ficar com a filha do homem que fez isso, qual é o sentido da minha vida? Joaquim abaixou os olhos, escolhendo com cuidado as palavras enquanto segurava a mão de Rafaela. - Natacha é Natacha, e o pai dela é o pai dela. Não podemos misturar as coisas. Eu acredito que Natacha jamais faria algo assim. Se ela soubesse que o pai dela causou esse acidente, ela se sentiria profundamente culpada e me ajudaria a compensar você. - Ele tentou manter a voz firme, mas a incerteza pairava no ar.Ele queria ficar mais um pouco, confortá-la, mas sabia que Rafaela continuaria insistindo em recuperá-lo ou a difamar Natacha. Ele sentiu que não havia mais motivo para continuar ali. Com um suspiro pesado, ele se levantou e soltou com gentileza a mão dela. - Descanse bem. - Ele disse, se levantando. - Vou embora, mas me ligue se p
- Não, por favor, não faça isso. - Implorou Rafaela, agarrando a mão de Duarte com desespero. Sua pele estava fria e pálida, e seus olhos refletiam um medo profundo. - Duarte, pelo tempo que passamos juntos, não seja tão cruel. Além disso, eu estou carregando o nosso filho. Duarte soltou uma risada fria, sua expressão implacável. - Mas parece que o seu coração é de Joaquim. Você realmente se importa com nosso filho? Ele se inclinou para mais perto, o hálito quente contra o rosto de Rafaela, enquanto seu olhar a perfurava.- Eu errei. - Rafaela admitiu, seu tom um misto de desespero e resignação. Ela tentou manter a calma, mas sua voz vacilava. - Prometo que nunca mais farei nada contra o nosso filho. Sei que não posso esconder nada de você. Por favor, me dê outra chance. - Seus olhos suplicantes buscavam algum vestígio de misericórdia nos olhos de Duarte, mas ela encontrou apenas dureza.Duarte a observou por um momento, seus olhos cheios de desconfiança e raiva. - Se lembre de uma
- Ah, senhora, o que trouxe você aqui tão cedo? - Dora exclamou, surpresa, ao ver Natacha na cozinha. Natacha forçou um sorriso, visivelmente chateada.- Dora, eu não consegui dormir. Posso ajudar você a preparar o café da manhã?Dora, hesitante, balançou a cabeça.- Mas ainda está escuro, senhora. Volte para a cama e descanse mais um pouco. Caso contrário, não terá energia para o estágio durante o dia.Natacha insistiu, tentando parecer mais animada do que realmente se sentia.- Não se preocupe, Dora. Realmente, não consigo dormir. Me deixe ajudar você, por favor.Dora suspirou, sabendo que não conseguiria impedir Natacha.- Senhora, se o Sr. Joaquim souber disso, ele certamente ficará zangado. Por favor, descanse.Natacha baixou os olhos, a tristeza evidente em seu rosto.- Dora, meu pai está em perigo. Não posso fazer nada para ajudar ele diretamente, mas posso retribuir de alguma forma.Dora ficou comovida, vendo a jovem tão madura para a sua idade.- Senhora, você tem um coração
- Pode ir agora.Ele dispensou Dora e olhou na direção do andar de cima, com uma expressão de preocupação estampada no rosto. Nesse momento, Natacha já estava pronta e descia as escadas. Ela pensou que Joaquim a esperava, como de costume, para levá-la ao trabalho.Ao chegar à porta, Natacha rapidamente pegou os sapatos dele e colocou eles ao seus pés, como se esperasse que ele os trocasse. Joaquim olhou para a mulher humilde à sua frente e, de repente, sentiu uma onda de raiva. Ele puxou Natacha para o lado, trocou os sapatos e disse:- Eu quero uma esposa, não uma empregada! - Disse ele, saindo furioso da mansão.Natacha ficou parada, completamente atônita. “Esta manhã ele não estava feliz?” Ela pensou. “Por que de repente ele estava tão zangado comigo? O que eu disse de errado? O que fiz para desagradá-lo?” Sem ter respostas, Natacha foi sozinha para o hospital. Depois de uma manhã agitada, ela pegou o celular e, hesitante por um longo tempo, finalmente teve coragem de enviar
Natacha então tirou do armário o cachecol que havia tricotado para ele e disse:- Amanhã vai esfriar de novo, isto é para você.Joaquim deu um olhar para o grosso cachecol cinza escuro.Se fosse antes, ele realmente ficaria muito feliz com essa iniciativa dela.Mas agora, ele só sentia que toda a submissão e gentileza dela para com ele eram para agradar Rodrigo.Ou talvez, fosse por outros motivos?Ela não tinha dito antes aos amigos?Ele e ela eram apenas uma encenação, apenas se aproveitavam um do outro!Quanto mais Joaquim pensava, mais irritado ficava. Pegou o cachecol e jogou ele de qualquer jeito no pequeno sofá ao lado, dizendo:- Eu não gosto de usar essas coisas.Ao terminar de falar, ele já havia entrado na cama, fechando os olhos e se virando de costas para ela.Uma sombra de decepção passou pelos olhos de Natacha.Afinal, Isadora estava certa.O cachecol torto e desajeitado que ela tricotou claramente não estava à altura. Com seu status e posição, como ele poderia gostar di
Natacha de repente ficou animada e perguntou ansiosamente:- Então... Qual foi o resultado?- Um pouco complicado, ainda estou resolvendo as relações.Joaquim não contou a Natacha a gravidade da situação, apenas disse isso para acalmá-la.Natacha viu uma esperança e sabia que essas coisas não se resolvem da noite para o dia.Assim, ela sorriu aliviada e disse:- Então ainda há esperança, certo?- Claro. - Joaquim a abraçou, confortando ela. - Você não precisa se preocupar com nada, eu cuido de tudo.Natacha hesitou um pouco e perguntou com cuidado:- E Rafaela? Você realmente a mandou para o exterior?O rosto de Joaquim ficou tenso, mas, felizmente, a luz fraca do quarto impediu que Natacha visse.Ele não queria mentir para ela, mas Rafaela estava intimamente ligada a Rodrigo, e ele não ousava contar a verdade.Então, ele respondeu:- Sim, já a mandei embora.Natacha não esperava que ele cumprisse sua promessa.Sentindo o peito quente e a respiração quente do homem, ela se aconchegou a
Na entrada do hospital, ela encontrou Isadora.Por que ela está tão feliz hoje?Isadora olhou para o carro luxuoso que acabara de partir e perguntou:- Seu marido trocou de carro?Natacha sorriu e concordou.Vendo que ela estava de bom humor, Isadora perguntou, confusa:- E aquela história da amante? Como foi resolvida?Ao mencionar esse assunto, Natacha se sentiu desconfortável e respondeu baixinho:- Ele mandou aquela mulher para o exterior.Isadora perguntou, surpresa:- Ah? E a criança?- A criança ainda está aqui.O bom humor de Natacha desapareceu instantaneamente.Isadora, sem palavras, disse:- Natacha, acorde, essa mulher foi para o exterior aproveitar a vida, gastando o dinheiro do seu marido. Como você ainda pode estar tão feliz? Você acha que isso resolveu o problema? Só porque ela foi para o exterior, isso significa que ela nunca mais voltará com a criança?Na verdade, Natacha entendia tudo o que Isadora estava dizendo.Mas, com seu pai em perigo, Joaquim era a única pesso
Xavier levou Manuel até a sala do presidente.- Presidente, Sr. Manuel está aqui.- Certo, pode sair. - Joaquim dispensou Xavier e perguntou imediatamente. - E então? Você foi à delegacia hoje, descobriu alguma coisa nova?Manuel se sentou à sua frente, tomou um gole de chá e disse:- Nem me fale. Em tantos anos, esse é um dos poucos processos judiciais verdadeiramente desafiadores que já enfrentei.- Como assim? - Joaquim perguntou. - Até você está achando difícil?Manuel torceu a boca e respondeu:- Sou advogado, não sou um milagreiro! Sinceramente, a chance de ganhar esse caso é mínima. As provas são conclusivas, e além disso, Rafaela está grávida, então o juiz certamente será favorável a ela.Joaquim franziu a testa e perguntou:- O motorista anterior insistiu que foi Rodrigo quem o instruiu. Você já investigou o passado desse motorista?- Já mandei investigar e não há nada suspeito. Ele é solteiro, só tem uma mãe idosa e gravemente doente em casa. Além disso, a polícia encontrou r