Manuel observou, sem saber o que pensar, a figura de Rosana, radiante de felicidade. Ele sentiu uma mistura de sentimentos contraditórios. Aquela mulher, que antes parecia tão amarga e assustadora, agora, ao saber que poderia ver o pai, se transformou completamente. Mas ele sabia que nunca mais veria seu próprio pai.Depois de tomar o café da manhã, Manuel dirigiu até a prisão com Rosana.Ele ficou aguardando do lado de fora enquanto Rosana seguia sozinha para a sala de visitas.Diego, surpreendido, mal podia acreditar que em pouco mais de um mês já havia tido duas visitas de sua filha. Ele estava extremamente emocionado.Do outro lado do vidro grosso, Rosana observava seu pai com o rosto pálido e os cabelos grisalhos, com as marcas do tempo e das dificuldades estampadas em sua pele. As lágrimas escorreram imediatamente.— Pai, desculpe, ainda não consegui tirar você daqui... — Rosana disse, a voz embargada. — Como você tem passado? Está tudo bem? Ninguém tem te maltratado, né?Dieg
A respiração de Manuel ficou mais pesada, e ele avisou com firmeza:— Se você quer continuar vendo ele todo mês, então pare de fazer tantas perguntas. Se você insistir em me incomodar, vou garantir que tanto você quanto seu pai se sintam ainda mais desconfortáveis.As palavras de Manuel causaram um calafrio profundo em Rosana, como se seu coração tivesse sido jogado em um abismo congelado."Então, eu estava certa?"Porém, as palavras de Manuel a fizeram hesitar. Ela sabia que, quando ele falava, cumpria o que dizia, e Rosana não se arriscaria a tentar desafiar sua vontade. Ela decidiu que, se não podia perguntar mais a Manuel, aguardaria até o mês seguinte, quando fosse visitar Diego novamente, para tentar descobrir mais com seu pai.Nesse momento, o celular de Rosana tocou. Era uma ligação de Isabelly.Após atender e desligar, Rosana olhou para Manuel e disse:— Eu preciso ir até a editora de revistas. Houve uma nova atualização sobre o colapso da ponte, e Isabelly e as outras não est
Ronaldo rapidamente retirou os documentos que trouxe e explicou:— É o seguinte, o projeto de construção que a nossa empresa, o Grupo Pereira, está fazendo… ontem um operário morreu no canteiro de obras. Inicialmente, nossa proposta era pagar à família dele cem mil reais, porque, afinal, o homem vinha de uma família rural, com poucas despesas. Para eles, cem mil reais seria uma quantia enorme! Mas, eu não esperava que a família pedisse um milhão de reais! Você não acha que estão exagerando?Manuel imediatamente entendeu o que Ronaldo queria dizer e já tinha uma ideia de como as coisas aconteceram. Afinal, pessoas como Ronaldo, empresários, às vezes, para economizar, não implementam as medidas de segurança adequadas no canteiro de obras, o que facilita acidentes.Manuel já havia lidado com casos parecidos, mas, na verdade, ele não gostava de cuidar desse tipo de assunto. Sempre que pegava um caso assim, ele lembrava da morte injusta de seu pai, há muito tempo.Manuel se sentou na cade
Uma expressão de desagrado passou pelo rosto de Manuel, que olhou friamente para a porta e disse:— Não vou te acompanhar, pode ir embora!Ronaldo, enfurecido, saiu de casa.A situação no canteiro de obras já havia deixado Ronaldo bastante preocupado, e a rejeição de Manuel ao casamento com sua filha só aumentava sua angústia. Era fácil imaginar o quanto Ronaldo estava devastado naquele momento.Ao voltar para casa, encontrou Joyce, que também estava lá.Ronaldo franziu a testa e perguntou:— Hoje você está de folga, como assim está em casa? Não vai ver a Sra. Maria, da família Marques?Joyce, surpresa, respondeu:— Mas o senhor não tinha dito que eu não poderia ir à família Marques?Ronaldo soltou um suspiro e explicou:— A situação agora é diferente. Quando a gente pensa em casar, tem que escolher uma boa família, e a família Marques é a melhor opção para você. Além disso, Manuel tem uma rede de contatos muito forte e um status social elevado. Se você se casar com ele, isso vai ser b
Rosana já estava bastante irritada com Denis, e suas palavras a deixaram ainda mais incomodada. O fato de ele insistir em dizer que Armando era puro e excelente parecia implicar que Rosana, com suas condições, não merecia o filho dele, tão perfeito e diferente. Essa ideia fez o coração de Rosana apertar, e ela não hesitou em responder com uma firmeza cortante.Ela olhou diretamente nos olhos de Denis e disse, com clareza:— Sr. Denis, acho que o senhor está nos confundindo. Eu não tenho nenhum contato com o seu filho, e não o estou perseguindo. Já deixei bem claro para o Armando que não somos compatíveis, e não tenho intenção de continuar com ele.Denis, visivelmente irritado, rebateu:— Mas o Armando, por sua causa, não atende mais as nossas ligações, nem volta para casa. Então, se você realmente não se importa, por que não liga para ele agora e repete o que acabou de dizer? Rosana, sobre o processo do seu pai, realmente não posso pegar. E mesmo que você continue insistindo com o Ar
"Há pouco tempo, Denis viu que eu conhecia o Manuel e ficou visivelmente surpreso. Se o Manuel tivesse falado com ele em particular, Denis jamais teria ficado com a expressão que teve." Rosana levantou o olhar para o perfil sério de Manuel e perguntou: — Então não foi você quem fez o Denis recusar o caso do meu pai? Manuel respondeu calmamente: — Isso é realmente importante? — Claro que é! — Rosana percebeu que tinha entendido mal Manuel, e, se sentindo um pouco culpada, perguntou com certo desânimo. — Mas, então, por que você não me explicou isso ontem? Manuel deu um sorriso sem jeito e respondeu: — Se eu tivesse explicado, você acreditaria em mim? Rosana se virou, emburrada, e disse: — Você tem tanto poder, se quisesse me complicar, não seria nada difícil. Além disso, na história do Cristóvão, você também me deixou ser enganada por ele. Quem sabe o que você está querendo agora? Manuel riu com a atitude de Rosana, e com um gesto, virou o corpo dela de volta para si
Isabelly sorriu e fez um gesto de incentivo com as mãos, dizendo: — Sr. Manuel, boa sorte! Manuel não conseguia entender a mentalidade dessas crianças, tão estranha. Mas, por outro lado, era bom ver que Rosana tinha uma subordinada tão leal. Ele concordou e respondeu: — Então, cuide da Rosana para mim daqui pra frente. Em seguida, Manuel se apressou para sair, indo atrás de Rosana. O vermelho ainda não havia desaparecido do rosto de Rosana, que, irritada, deu um soco em Manuel, dizendo: — Tudo sua culpa! Ainda bem que quem viu foi a Isabelly, imagina se fosse outra pessoa, segunda-feira ninguém sabe o que iriam dizer de mim! Manuel segurou a mão de Rosana e a conduziu até o carro, sorrindo suavemente: — Você tem tanto medo que descubram nosso relacionamento? Ficar comigo te deixa tão constrangida? Rosana olhou para o homem ao volante e respondeu: — Então me diga, como você se sentiria se os outros começassem a dizer que você é meu ex-marido e que me sustento? Ro
Rosana sentiu como se tivesse voltado no tempo, talvez aos primeiros momentos do seu relacionamento, quando tudo era tão novo, tão tenso, mas ao mesmo tempo cheio de expectativa. Ela soltou um suspiro suave e perguntou: — Sr. Manuel, você sabe que dia é amanhã? Manuel sorriu levemente, mas logo ficou com um olhar curioso, e perguntou: — Que dia? Não é fim de semana amanhã? Rosana sentiu seu coração se apertar. “Então, Manuel não sabe que amanhã é o Dia dos Namorados? Eu pensei que ele estivesse se preparando para...” Enquanto Rosana ainda processava seus pensamentos, Manuel falou de forma casual: — Nunca celebrei o Dia dos Namorados antes. Se você souber o que fazer, pode organizar o dia para nós. Nesse instante, Rosana se sentiu como uma adolescente inexperiente, com o coração acelerado, quase como se fosse um pequeno cervo, indefeso e animado. Ela corou, e seus olhos, grandes e brilhantes como estrelas, estavam cheios de curiosidade e uma inocência encantadora. Pe