Rosana sentiu como se tivesse voltado no tempo, talvez aos primeiros momentos do seu relacionamento, quando tudo era tão novo, tão tenso, mas ao mesmo tempo cheio de expectativa. Ela soltou um suspiro suave e perguntou: — Sr. Manuel, você sabe que dia é amanhã? Manuel sorriu levemente, mas logo ficou com um olhar curioso, e perguntou: — Que dia? Não é fim de semana amanhã? Rosana sentiu seu coração se apertar. “Então, Manuel não sabe que amanhã é o Dia dos Namorados? Eu pensei que ele estivesse se preparando para...” Enquanto Rosana ainda processava seus pensamentos, Manuel falou de forma casual: — Nunca celebrei o Dia dos Namorados antes. Se você souber o que fazer, pode organizar o dia para nós. Nesse instante, Rosana se sentiu como uma adolescente inexperiente, com o coração acelerado, quase como se fosse um pequeno cervo, indefeso e animado. Ela corou, e seus olhos, grandes e brilhantes como estrelas, estavam cheios de curiosidade e uma inocência encantadora. Pe
— Roda-gigante? — Manuel disse, com um tom de desgosto. — Você já tem idade para saber que essas coisas são entediantes. Viajar na roda-gigante é bem menos emocionante do que uma montanha-russa!Rosana deu um olhar para Manuel e respondeu:— Você não entende nada.Ela se lembrou de um livro que leu há algum tempo, que dizia que, quando a roda-gigante chegava ao topo, casais que faziam uma promessa de ficarem juntos para sempre podiam ver seus desejos se realizarem. Embora...Rosana sabia que ela e Manuel não eram exatamente um casal, e que o desejo que ela fizesse ali não se realizaria. Ainda assim, quem não precisa de um sonho? Mesmo que fosse uma ilusão. Justo naquele momento, o celular de Manuel tocou.Rosana olhou para a tela e viu o nome "Joyce" no visor. De repente, sua expressão de alegria se apagou, dando lugar a uma sombra de desconforto.Manuel, que inicialmente não queria atender a ligação de Joyce, hesitou. No entanto, Joyce insistiu, ligando várias vezes seguidas, até q
Joyce, no entanto, permanecia na sala de enfermagem, e Manuel não conseguia afastá-la. Ela precisava garantir que, ao acordar, Sra. Maria fosse encontrar sua imagem em primeiro plano. Enquanto Joyce mantivesse Sra. Maria ao seu lado, ela acreditava que não havia como Manuel não se casar com ela. ... Do outro lado, Rosana não teve uma boa noite de sono. Finalmente, a manhã chegou, mas Manuel ainda não havia voltado. Rosana baixou os cílios, melancólica. “O que eu estou pensando? A mãe de Manuel acabou de ter um problema, e eu ainda estou esperando que ele volte para passar o feriado comigo?” Apesar de se convencer o tempo todo, Rosana se sentia mal e decepcionada. Afinal, a expectativa que ela tinha ontem era muito grande, e a decepção agora era proporcional. Para tentar desviar sua mente, embora fosse domingo, Rosana foi trabalhar. No setor de editoria de revistas, não havia ninguém. Todos tinham ido comemorar o Dia dos Namorados. Rosana ligou o computador e suspi
Rosana olhou para Manuel, e de repente, com um movimento rápido, ficou na ponta dos pés e envolveu o pescoço dele com os braços. Ela o beijou suavemente perto dos lábios e, com um sorriso tímido, disse: — Obrigada, Sr. Manuel. Eu achei que não conseguiríamos passar o Dia dos Namorados juntos. Na verdade, até fiquei meio invejosa de ver os outros comemorando. Manuel sentiu um aperto no coração ao olhar para os olhos vermelhos de Rosana, com aquele rosto doce e inocente. Ele queria provocá-la um pouco, mas, como o bife havia acabado de ser feito, ele sabia que deveria aproveitá-lo enquanto ainda estava quente. Assim, se contenha, falou com a voz rouca e baixa: — Vai lavar as mãos. Vamos comer. Ah, e sobre as flores... Você gostou? Rosana, com os olhos cheios de pequenas lágrimas cintilantes, concordou com força: — Gostei. E, então, como um coelhinho apressado, ela correu para o banheiro para lavar as mãos. Ficando diante do espelho, Rosana olhou seu rosto corado e não pôd
Na verdade, Rosana não queria se embriagar. Ela queria viver aquele maravilhoso e feliz Dia dos Namorados com clareza, aproveitando cada segundo. Com os olhos brilhando de alegria, Rosana se levantou e, de forma decidida, foi até Manuel, se sentando em seu colo. Ela envolveu o pescoço dele com as mãos e o encarou com seus grandes olhos, cheios de sinceridade. — Sr. Manuel, este é o Dia dos Namorados mais feliz da minha vida. Eu me sinto tão feliz. Eu vou lembrar desse dia para sempre... Enquanto falava, sua voz se quebrou um pouco. Não pôde evitar pensar em um futuro em que, caso se afastasse de Manuel, talvez não encontrasse outro homem que fosse capaz de amá-la tanto quanto ele. Manuel, sentindo a proximidade de Rosana, percebeu a energia delicada dela e, ao mesmo tempo, a crescente paixão em seus próprios olhos. Seu beijo começou suave, tocando a testa de Rosana, depois o nariz, e, finalmente, seus lábios, explorando de forma lenta e tentadora. Rosana não resistiu e, ass
A Sra. Maria sentia que estava cada vez mais dependente de Joyce.Ela sorriu com um olhar cheio de apreço e disse:— Joyce, desta vez eu te devo muito. Se não fosse pelas suas visitas constantes, se não fosse por você estar ao meu lado e me salvar no momento em que desmaiei, eu muito provavelmente não teria sobrevivido. Eu realmente invejo seus pais, por terem uma filha tão maravilhosa como você.Joyce se apressou em responder:— Tia, se a senhora gosta de mim, então me adote como sua filha de criação!A Sra. Maria negou com a cabeça e respondeu:— Adotar você como minha filha de criação seria até um desperdício. Você, uma jovem tão excelente, deveria ser a dona da nossa família Marques! Me conte, Joyce, você ainda tem algum interesse por Manuel?Joyce corou ligeiramente, e com uma voz suave, respondeu:— Não adiantaria nada, tia. O coração de Manuel simplesmente não está em mim.A Sra. Maria corrigiu ela imediatamente:— Menina boba, você queria dizer que o coração de Manuel está com
Mas a Sra. Maria já havia tomado a palavra:— Olha só, onde é que você vai encontrar uma nora tão excelente e compreensiva quanto a Joyce? E você ainda não a valoriza! Manuel, vou te dizer uma coisa: nesse assunto de casamento, você vai ter que me obedecer. Se não, eu deixo de tomar meus remédios, não trato a minha doença, e vou morrer na sua frente!— Mãe! — Manuel interrompeu com uma voz severa. — O que é isso que a senhora está dizendo? O que tem a ver a sua saúde com a minha decisão sobre o casamento?A Sra. Maria, sabendo o quanto o filho era devoto, ficou ainda mais determinada e respondeu:— A questão do seu casamento é, sem dúvida, a coisa mais importante para mim. Enquanto isso não for resolvido, eu não vou conseguir ficar tranquila o suficiente para cuidar da minha saúde.Manuel ficou em silêncio por um momento, então se virou para Joyce e disse:— Vem comigo, vamos conversar.Joyce se levantou imediatamente e seguiu Manuel até fora do quarto.Manuel ficou parado no fim do co
Os olhos profundos de Manuel não demonstraram a menor emoção. Ele nem sequer olhou mais para Joyce e seguiu direto para o quarto.Sra. Maria, nervosa, perguntou:— E a Joyce? Vocês ficaram tanto tempo lá fora, será que brigaram de novo? Vou te avisando, se você deixar a Joyce ir embora, não vou te deixar em paz!Nesse momento, a voz de Joyce chegou, ela entrou sorrindo e se aproximou de Sra. Maria, chamando:— Mãe.Sra. Maria olhou Joyce, surpresa por um momento, mas logo sorriu e respondeu:— Vocês...Joyce respondeu, tranquila:— Sim, nós nos entendemos. O Manuel é tão obediente, como ele poderia contrariar a sua vontade?Sra. Maria, aliviada, disse:— Que bom, agora que vocês estão bem, fico mais tranquila. — Embora Sra. Maria pudesse perceber claramente que a expressão do filho não estava nada feliz, ela ainda tentou dar um conselho. — Manuel, um dia você vai me agradecer por ter escolhido uma nora tão boa para você.Manuel forçou um sorriso, curvando ligeiramente os lábios, e resp