No entanto, Duarte não conseguia aceitar essa realidade. Ele se recusava a acreditar e negava com todas as forças: — Você está mentindo! Rena, eu sei, você não consegue me aceitar agora por causa do que aconteceu com seu irmão. Tudo bem, vou te dar tempo, eu acredito que você me ama. Assim que você deixar isso para trás, estarei disposto a gastar minha vida, minha existência, para te compensar.Lorena então percebeu que, por trás de muitas palavras que se disfarçavam de amor, existia uma grande dose de egoísmo. Lorena não sabia exatamente o que Duarte queria dizer com seu amor. No entanto, para Lorena, amor deveria ser igualitário, respeitoso, e uma conexão entre as almas. Pelo menos, não deveria envolver vidas de maneira tão cruel. Se não fosse pela situação envolvendo seu irmão, Lorena sentia que talvez pudesse viver essa vida ao lado de Duarte, de forma insensível e mecanizada. Na verdade, Lorena já tinha pensado em passar a vida com ele. Por isso, depois de descobrir
Lorena estava sentada na grande loja de pianos, observando o vazio do estabelecimento e as fileiras de pianos frios e impessoais.Mais tarde, Natacha chegou, e ao ver aquela cena, ficou extremamente irritada.Natacha não podia acreditar que, ao invés de se desculpar sinceramente e conquistar o perdão de Lorena, o irmão havia, mais uma vez, começado a aprisioná-la como antes.Natacha tentou entrar na loja, mas foi impedida pelos seguranças.— Sra. Camargo, sem a ordem e permissão do proprietário, ninguém pode se aproximar da Srta. Lorena. Pedimos que a senhora se retire. Natacha pegou o celular e disse:— Vocês não vão abrir caminho, é isso? Meu irmão realmente acha que, por ser sua irmã, eu não vou chamar a polícia?Dito isso, Natacha fez a ligação para a polícia bem na frente dos seguranças.Ela não acreditava que ninguém fosse ser capaz de controlar Duarte.Já que ninguém podia, Natacha decidiu deixar que a lei tratasse de Duarte, para evitar que ele cometesse crimes.Foi nesse mome
Quando Natacha ouviu a palavra "casamento", ela achou que Duarte estava dizendo algo completamente absurdo. Ele havia machucado profundamente uma jovem como Lorena, havia tantas questões externas ainda sem serem resolvidas, e agora Duarte só pensava em se casar? Natacha inicialmente queria tentar convencer Duarte, mas, para sua surpresa, ele se virou para um dos seus funcionários e disse: — Levem a Sra. Camargo de volta. Duarte estava totalmente concentrado em levar Lorena para pegar a certidão de casamento. Não havia mais tempo para discutir com Natacha. Natacha estava furiosa, mas não conseguia resistir à pressão daqueles dois homens. Eles a colocaram rapidamente no carro e seguiram de volta para a família Camargo. Duarte também entrou na loja de pianos. Lorena estava sentada na sala de descanso, diante da enorme janela de vidro, olhando fixamente para o que estava além, como uma rosa prestes a murchar. Duarte sentiu uma leve dor no peito, e caminhou lentamente até
Os funcionários ficaram aterrorizados, completamente sem imaginar que, embora aquele homem parecesse tão refinado e elegante, ele fosse, na verdade, um traficante de pessoas. Afinal, Duarte estava vestindo um terno hoje, e, somado ao seu corpo bem definido e sua postura, qualquer um poderia perceber que ele não se parecia em nada com um criminoso. Os funcionários achavam que, naquele dia, eles estavam apenas brigando por conta do casamento.Porém, naquele momento, Lorena, aos prantos, implorava:— Eu te imploro, chame a polícia, me ajude! Sua voz estava cada vez mais alta, carregada de desespero.Duarte, furioso, a puxou para perto de si, dizendo com raiva:— O que você está dizendo? Lorena, pare de me provocar! Minha paciência tem limite!Ao ouvir essas palavras, os funcionários ficaram ainda mais desconfiados. Imediatamente, os seguranças apareceram e impediram que saíssem. O pessoal então começou a acionar a polícia.Foi quando Lorena finalmente respirou aliviada.Duarte, por sua v
Duarte estava em cima de Lorena, tirando o próprio casaco, e disse:— Lorena, eu sou bom demais com você, não é? Vai chamar a polícia? Agora você viu, o que os policiais vão poder fazer comigo?— Você é um sem vergonha! — Lorena gritou com raiva. — Duarte, você é um pervertido! Mesmo que a polícia não possa fazer nada com você, eu jamais vou conseguir amar alguém como você!Lorena usava toda a linguagem cruel que conseguia imaginar para atacar Duarte.Porque, além das palavras, Lorena não tinha nada com que pudesse confrontar Duarte.No segundo seguinte, Duarte tirou a gravata e, aproveitando o momento, a usou para amarrar as mãos de Lorena. Em seguida, ele usou o cinto para prender seus tornozelos.Lorena ficou aterrorizada e balançou a cabeça desesperadamente:— Não! Me solta! Me solta!Mas não adiantava....Mais uma tortura de forças desiguais.No final, Lorena desmaiou depois de ser submetida àquela agonia imposta por Duarte.Enquanto olhava as marcas deixadas em seu corpo branco,
Teodoro se assustou, olhando para Ademir com os olhos arregalados de surpresa. — Como você sabe disso? Não vai me dizer que é algum tipo de espião, né? Ademir, sem disposição para brincadeiras, pediu a Teodoro que contasse com mais detalhes tudo o que havia acontecido à tarde. À medida que Teodoro ia narrando os eventos, Ademir foi apertando o volante com mais força, e seu coração começou a se apertar, uma sensação que ele só sentia em situações de extrema gravidade, como nas mesas de operação, quando se deparava com casos urgentes e complicados. Mas agora… agora ele sentia essa ansiedade por Lorena. Na verdade, poderia até dizer que estava arrependido. Se soubesse, nunca teria contado aquelas coisas a ela. Certamente, Lorena soube dos acontecimentos de anos atrás e, com isso, teria ido até Duarte, provocando uma grande discussão. Além disso, o temperamento daquele homem… Ademir sabia bem o quanto ele poderia ser difícil. Lorena certamente sairia perdendo nessa história
Com o som de um estalo, os cacos de vidro se cravaram na carne de Duarte.Duarte franziu a testa com força, como se apenas aquela dor fosse capaz de preencher o vazio que havia em seu coração, aquele espaço vazio e desolado.O lavatório do banheiro logo se tingiu de vermelho com o sangue.Lorena deu um olhar fugaz, arrastando seu corpo cansado para fora do banheiro.Ela não sentia mais dor, não se preocupava mais.O sangue de Duarte, comparado à morte do irmão de Lorena, comparado ao fato de que Duarte destruiu tudo o que Lorena tinha, o que era aquilo diante de tudo o que já havia acontecido?Alguns momentos depois, Duarte saiu do banheiro, com a mão ferida ainda sangrando.Os lábios de Duarte estavam pálidos, e mesmo sentado no sofá, ele não parecia se importar em cuidar da ferida, mostrando um rosto de desespero.Lorena abriu a gaveta e pegou o livro que Ademir lhe havia emprestado.A capa do livro já estava marcada por profundos sinais de uso, e Lorena já o havia lido duas vezes po
... Hospital.Ademir estava se sentindo cada vez mais distante de Natacha recentemente. Ambos estavam ocupados com seus próprios trabalhos, e até nas cirurgias eles mal se viam juntos. Afinal, ele não sabia qual papel Natacha realmente desempenhava na relação dele com Lorena. Mas havia uma coisa certa! Isso porque, Natacha sabia perfeitamente a causa da morte do Dr. Gabriel, e mesmo assim, estava enganando Lorena junto com seu irmão. Se Natacha realmente estivesse do lado de Lorena, Duarte sendo seu irmão, ela provavelmente não iria agir de forma tão desmedida. Por isso, Ademir começou a pensar que, talvez, antes ele tivesse visto apenas a parte boa de Natacha no trabalho e ignorado o fato de que as pessoas têm dois lados. Ao lembrar da conversa de Teodoro, Ademir não pôde evitar se preocupar com Lorena. Além disso, Ademir havia tentado ligar para Lorena diversas vezes, mas o celular dela estava sempre desligado. Sentado em seu escritório, Ademir estava com a mente dist