Duarte estava em cima de Lorena, tirando o próprio casaco, e disse:— Lorena, eu sou bom demais com você, não é? Vai chamar a polícia? Agora você viu, o que os policiais vão poder fazer comigo?— Você é um sem vergonha! — Lorena gritou com raiva. — Duarte, você é um pervertido! Mesmo que a polícia não possa fazer nada com você, eu jamais vou conseguir amar alguém como você!Lorena usava toda a linguagem cruel que conseguia imaginar para atacar Duarte.Porque, além das palavras, Lorena não tinha nada com que pudesse confrontar Duarte.No segundo seguinte, Duarte tirou a gravata e, aproveitando o momento, a usou para amarrar as mãos de Lorena. Em seguida, ele usou o cinto para prender seus tornozelos.Lorena ficou aterrorizada e balançou a cabeça desesperadamente:— Não! Me solta! Me solta!Mas não adiantava....Mais uma tortura de forças desiguais.No final, Lorena desmaiou depois de ser submetida àquela agonia imposta por Duarte.Enquanto olhava as marcas deixadas em seu corpo branco,
Teodoro se assustou, olhando para Ademir com os olhos arregalados de surpresa. — Como você sabe disso? Não vai me dizer que é algum tipo de espião, né? Ademir, sem disposição para brincadeiras, pediu a Teodoro que contasse com mais detalhes tudo o que havia acontecido à tarde. À medida que Teodoro ia narrando os eventos, Ademir foi apertando o volante com mais força, e seu coração começou a se apertar, uma sensação que ele só sentia em situações de extrema gravidade, como nas mesas de operação, quando se deparava com casos urgentes e complicados. Mas agora… agora ele sentia essa ansiedade por Lorena. Na verdade, poderia até dizer que estava arrependido. Se soubesse, nunca teria contado aquelas coisas a ela. Certamente, Lorena soube dos acontecimentos de anos atrás e, com isso, teria ido até Duarte, provocando uma grande discussão. Além disso, o temperamento daquele homem… Ademir sabia bem o quanto ele poderia ser difícil. Lorena certamente sairia perdendo nessa história
Com o som de um estalo, os cacos de vidro se cravaram na carne de Duarte.Duarte franziu a testa com força, como se apenas aquela dor fosse capaz de preencher o vazio que havia em seu coração, aquele espaço vazio e desolado.O lavatório do banheiro logo se tingiu de vermelho com o sangue.Lorena deu um olhar fugaz, arrastando seu corpo cansado para fora do banheiro.Ela não sentia mais dor, não se preocupava mais.O sangue de Duarte, comparado à morte do irmão de Lorena, comparado ao fato de que Duarte destruiu tudo o que Lorena tinha, o que era aquilo diante de tudo o que já havia acontecido?Alguns momentos depois, Duarte saiu do banheiro, com a mão ferida ainda sangrando.Os lábios de Duarte estavam pálidos, e mesmo sentado no sofá, ele não parecia se importar em cuidar da ferida, mostrando um rosto de desespero.Lorena abriu a gaveta e pegou o livro que Ademir lhe havia emprestado.A capa do livro já estava marcada por profundos sinais de uso, e Lorena já o havia lido duas vezes po
... Hospital.Ademir estava se sentindo cada vez mais distante de Natacha recentemente. Ambos estavam ocupados com seus próprios trabalhos, e até nas cirurgias eles mal se viam juntos. Afinal, ele não sabia qual papel Natacha realmente desempenhava na relação dele com Lorena. Mas havia uma coisa certa! Isso porque, Natacha sabia perfeitamente a causa da morte do Dr. Gabriel, e mesmo assim, estava enganando Lorena junto com seu irmão. Se Natacha realmente estivesse do lado de Lorena, Duarte sendo seu irmão, ela provavelmente não iria agir de forma tão desmedida. Por isso, Ademir começou a pensar que, talvez, antes ele tivesse visto apenas a parte boa de Natacha no trabalho e ignorado o fato de que as pessoas têm dois lados. Ao lembrar da conversa de Teodoro, Ademir não pôde evitar se preocupar com Lorena. Além disso, Ademir havia tentado ligar para Lorena diversas vezes, mas o celular dela estava sempre desligado. Sentado em seu escritório, Ademir estava com a mente dist
Zeca, numa situação de total desespero, estava deitado no chão, e disse:— Sr. Duarte, realmente não fui eu, foi Lorena quem me forçou a fazer isso! Eu te imploro, me deixe em paz!Quanto mais Zeca implorava, mais Duarte se divertia.— Lorena, veja, esse é o homem de quem você tanto gostava. — Duarte deu um empurrão em Zeca, fazendo ele cair aos pés de Lorena, e riu. — Seu gosto é realmente peculiar. Você queria me deixar por um homem como esse!Lorena olhou rapidamente para Zeca e perguntou:— Duarte, o que você pretende fazer com ele?A família Santos já estava em ruínas há tempos, e Zeca não tinha mais nenhum apoio. Além disso, Duarte tinha até tirado uma arma hoje, o que fez Zeca quase perder o controle.Antes, Zeca tentava transferir toda a culpa para Lorena, mas agora, ele percebeu que Duarte também tinha sentimentos por ela.Por isso, Zeca se ajoelhou diante de Lorena, suplicando:— Rena, pelo que já passamos juntos, por favor, peça para o Sr. Duarte me perdoar e me deixar ir!D
Duarte se esforçou por um bom tempo, mas não obteve o resultado desejado. Naturalmente, perdeu a paciência com Zeca.Duarte disse a Enrico:— Vá entregar as provas à polícia e leve ele para a delegacia!Assim, Enrico e os outros arrastaram Zeca para fora, e seus gritos de suplica foram ficando cada vez mais distantes.Lorena não olhou sequer uma vez para Zeca.Duarte a observava, pensativo.“Será que Lorena realmente não me ama por causa de outro homem?”Pouco tempo depois, a campainha de casa tocou novamente.Duarte foi até a porta e, ao ver que era Natacha, sua expressão se fechou imediatamente.Ele não abriu a porta, mas falou por ela:— O que você quer?— O que você fez com a Lorena? Irmão, se continuar assim, você vai cometer um crime! Isso é prisão ilegal! — Natacha falou com uma voz cada vez mais severa.Duarte deu uma risada fria e respondeu:— Há algum tempo, Lorena e eu saímos da delegacia. Nem os policiais disseram nada, e você já quer me acusar de algo!Natacha não entendeu
Duarte serviu uma xícara de café para Teodoro e, com calma, disse:— Cooperar com o trabalho de vocês é nosso dever.Teodoro observou Duarte, que não tinha nada a ver com o homem rude e irracional descrito por Ademir.Pensando nas instruções de Ademir, Teodoro perguntou:— Não sei como a Srta. Lorena tem estado ultimamente. Notei que a loja de pianos dela está fechada há algum tempo. Aconteceu alguma coisa?O rosto de Duarte mudou ligeiramente, mas logo ele se recompôs, mantendo uma expressão calma.Duarte sorriu e disse:— Sr. Teodoro, um momento, Lorena está em seu quarto lendo. Vou pedir que ela venha.Após dizer isso, Duarte se dirigiu para o quarto.Como a casa tinha excelente isolamento acústico, Lorena não sabia que alguém havia chegado.Nos últimos dias, Lorena se dedicava a ler os livros que Ademir lhe havia dado.Quando Duarte se sentia disposto, ele a forçava a ter relações com ela, e ela simplesmente suportava.Quando Duarte não tinha necessidades, Lorena passava o tempo le
Ao olhar para o celular que Teodoro lhe estendeu, Lorena sentiu um breve choque, mas logo o pegou com rapidez.— Obrigada, Sr. Teodoro. — disse ela, agradecendo, enquanto dava um olhar para Teodoro, sem saber se ele havia percebido algo.“Se Teodoro realmente começar a desconfiar de Duarte, isso seria maravilhoso. Pelo menos, isso significaria que ainda tenho uma chance.”No entanto, o olhar frio de Duarte se voltou para Teodoro.Duarte sentia que a visita do policial àquela hora da noite não tinha nada a ver com um simples retorno de visita. Mas a razão mais profunda, ele ainda não conseguia identificar.Naquele dia, Teodoro claramente não demonstrou nenhuma suspeita, então, quando exatamente Duarte começou a desconfiar dele?Após entregar o celular a Lorena, Teodoro olhou rapidamente para Duarte. Como policial, ele logo percebeu a expressão estranha nos olhos do homem. Pelo visto, como Ademir havia dito, o pedido de ajuda de Lorena talvez fosse mais sério do que um simples desentend