Mas agora era um momento crítico, e Naiara não podia mais se dar ao luxo de hesitar. Ela precisava usar Enrico para derrubar Lorena primeiro, custasse o que custasse. No entanto, por mais que Naiara suplicasse, Enrico permaneceu em silêncio. Perdendo a paciência, ela soltou a mão dele e disse com irritação: — Então até você quer ajudar a Lorena, não é? Por quê? Por que todo mundo quer ajudá-la? Os olhos de Enrico brilharam com um traço de hesitação antes que ele respondesse: — Eu não estou ajudando a Lorena. Mas o chefe sempre foi bom para mim, e ela é a mulher que ele gosta. Eu não posso ajudar você a traí-lo. Naiara, por que seus olhos só enxergam ele? Você não consegue olhar para mais ninguém? Além dele, há outros homens que também se importam com você. — Eu não preciso! — Naiara rebateu em um tom afiado. — Eu já te disse, além do Duarte, eu não quero mais ninguém! Se você não vai me ajudar, então suma da minha frente! A partir de agora, não existe mais nada entre nós,
Natacha realmente ficou furiosa com Duarte! Sua voz, tomada pela raiva, carregava um leve tom choroso enquanto discutia com ele: — Eu estou te ajudando! Se você não quer acreditar em mim, tudo bem, mas ainda por cima me difamar? Como é que eu posso ter um irmão como você?! Duarte soltou uma risada fria e disse: — Fazer o quê? Essa é uma pergunta que, no futuro, você pode fazer para o papai e a mamãe quando estiver lá embaixo! Natacha olhou para o irmão à sua frente, completamente incapaz de compreender sua lógica absurda. Se sentia impotente diante dele. Ela já tinha ouvido Joaquim dizer que Duarte entendia muito bem as mulheres tanto que tinha deixado o rosto de Melissa inchado de tanto bater nela. Mas agora... Como ele podia ser tão cego a ponto de não enxergar a verdade sobre essa mulher chamada Naiara? Por isso, Natacha falou, indignada: — Irmão, então vou te dizer de forma bem clara: eu sou mulher, e eu entendo as mulheres! Naiara definitivamente não te vê apenas
— Mas você fez a tia Lorena ir embora! — Disse Domingos, insatisfeito. — E nem sequer foi atrás dela. Duarte suspirou, sem saída: — Eu fiquei para cuidar de você, não foi? Se não fosse por você, a Lorena não teria me ligado tão tarde, e esse mal-entendido entre nós nunca teria acontecido. Domingos pensou consigo mesmo: “A culpa é sempre dos outros, e você nunca erra nada?” Mas essa era uma daquelas verdades que ele jamais ousaria dizer em voz alta. Em vez disso, murmurou teimosamente: — De qualquer forma, você tem que fazer as pazes com a tia Lorena. Senão... Eu vou ficar sem mãe. Duarte soltou um suspiro e disse: — Tudo bem, vou pedir para alguém ficar de olho em você. Vou atrás da Lorena. Domingos mal podia esperar para que ele fosse logo, como se, a cada segundo de atraso, Lorena se afastasse ainda mais. — Vai logo! Não precisa se preocupar comigo! — Exclamou, empurrando Duarte para fora com urgência. Duarte, com os pensamentos tomados por Lorena, acelerou o pa
Duarte perdeu a paciência num instante e, com um sorriso frio, disse:— Então, quais são os seus princípios? É só ficar imaginando o tempo todo que há algo estranho entre Naiara e eu? Você e Natacha já discutiram isso, não é? Desde que a Naiara apareceu, vocês já não a suportam! Então, o que você quer? Só porque vocês ficam especulando sem motivo, eu deveria deixar de me importar com a Naiara a partir de agora?Lorena se sentia cada vez mais cansada, realmente muito cansada. Com uma pessoa cujos princípios eram tão diferentes, não adiantava falar nada. Ele só se afundava em seu próprio mundo, sem nunca sair dele, sem jamais tentar olhar a situação de forma racional e objetiva, ver as coisas como realmente eram.Lorena já não tentava mais dialogar com Duarte, e não reagiu a nada do que ele havia acabado de dizer. Duarte o olhava com os olhos cheios de expectativa, esperando que ela o entendesse. Mas, para sua surpresa, Lorena disse:— Você vai ao hospital? Eu estou indo ver o Do
Lorena não sabia bem o que estava sentindo. Estaria com raiva? Com ciúmes? Ou seria simplesmente incapaz de suportar as provocações de Naiara?Hoje, Lorena tinha que fazer Duarte tomar uma atitude. Havia algo em sua postura que transmitia claramente que ela e Naiara só poderiam coexistir uma na vida de Duarte.Mas Duarte estava em dúvida.Depois de pensar por um tempo, ele finalmente falou:— Que tal se eu mandar a Naiara voltar para o exterior? Eu a mando de volta para a escola agora, e ela só volta nas férias, se voltar.Lorena já sabia que a punição que Duarte tinha para Naiara não passaria de algo superficial, sem efeito algum.Não era à toa que Naiara tinha virado o que era, uma mulher cheia de artimanhas e com tanta atitude rebelde!Porém, dessa vez, Lorena não estava disposta a ceder. Com firmeza, disse:— Isso não resolve nada! O que é isso de punição? Naiara deveria estar na escola, isso não é castigo de jeito nenhum.Duarte não esperava que Lorena, que sempre foi tão bondosa
Enrico suspirou e disse: — Ela insiste em procurar um homem. Eu não consigo impedi-la. Duarte estava visivelmente irritado, sem conseguir evitar a preocupação: — Não tem ninguém que não me dê trabalho, não é? Duarte apertou os dentes e disse: — Fique de olho na Naiara. Vou para aí agora mesmo. ...Clube Nuvem.Naiara, com uma garrafa de bebida nas mãos, olhava para Enrico com satisfação. Nos olhos de Naiara não havia sequer um vestígio de embriaguez. Ela falou com um tom um tanto de triunfo, perguntando: — E aí? O Duarte chegou, não é? A expressão de Enrico estava longe de ser boa, e ele sussurrou, como se estivesse reprimindo um pânico: — Esta é a última vez. Da próxima, não me peça para colaborar com você em algo assim. Se o chefe descobrir que fui enganado por você, tanto eu quanto você estaremos perdidos! Naiara, no entanto, deu um sorriso cheio de confiança e disse: — O Duarte não vai me punir, pode deixar! Não demorou muito, e Duarte apareceu, como esp
Duarte deu um leve suspiro, acendeu um cigarro e desejou um momento de solitude.Antes de sair, ele ainda deu uma última instrução a Enrico:— Ah, e você vai ficar de olho na Naiara, ok? Não quero que, à noite, quando ela acordar, acabe fazendo alguma bobagem.Enrico, surpreendido por receber uma tarefa dessas do chefe, ficou imensamente feliz. Nunca havia imaginado que teria a chance de ficar ao lado de Naiara enquanto ela dormia.Assim, Enrico seguiu as instruções de Duarte e voltou para o quarto de Naiara....No hospital.Lorena estava sentada sozinha no quarto de Domingos, com uma expressão exausta, como se tivesse sido drenada de todas as suas forças. Lorena nunca imaginou que uma simples discussão pudesse ser tão desgastante a ponto de deixá-la assim.— Tia Lorena, onde está papai? — Perguntou Domingos, com um cuidado infantil. — Ele não te pediu desculpas?O simples menção de Duarte fez com que o rosto de Lorena mudasse imediatamente, como se a lembrança a incomodasse. Com um
Lorena não sabia que Ademir havia se encontrado com Duarte à tarde. Ela estava de mau humor, com a cabeça confusa, e por isso não pensou muito nas palavras de Ademir.Nesse momento, Domingos olhou para Ademir e falou:— Dr. Ademir, você pode ajudar tia Lorena emprestando outro termômetro? Ela parece estar com febre novamente, a mão dela estava muito quente há pouco.— Não, não, não é necessário. O Dr. Ademir provavelmente ainda não jantou. Domingos, vamos deixar o Dr. Ademir ir embora logo, tá bom? Ele está se esforçando muito.Lorena rapidamente tentou mudar de assunto, com medo de que, como no dia anterior, acabasse causando mais problemas ao doutor.Mas a atenção de Ademir estava totalmente voltada para a forma como Domingos a havia chamado.— Tia? — Ademir a olhou surpreso e perguntou. — Você não é a mãe do Domingos?Lorena ficou sem reação, um pouco constrangida, e respondeu:— Eu não dei à luz ao Domingos, mas eu já o considero como meu filho.Lorena não sabia se Ademir entenderi