Naiara, diante de Duarte, parecia uma irmãzinha inocente. Ela se aproximou e, com intimidade, enlaçou o braço dele, dizendo: — Eu só queria te dar uma surpresa! E aí, o que achou? Ouvi do Enrico que você voltou para a Cidade Y, então resolvi aparecer de repente. Ficou surpreso? Duarte retirou o braço e, sem se importar muito, acendeu um cigarro: — Surpreso nada, quase morri de susto! — Agora, no coração do Duarte, já não tenho mais espaço nenhum. — Naiara fez uma cara de coitada. Se sentou no sofá e continuou. — Desde que você está com a Lorena, não me mima mais. Antes, você nunca falava assim comigo! Duarte suspirou, se sentindo impotente. Essa irmãzinha lhe dava muita dor de cabeça. Não podia bater, não podia xingar e nem sequer tinha coragem de brigar com ela. Ele soltou um suspiro e disse: — Naiara, você já cresceu. Já tem 25 anos, não pode mais agir como antes. Pelo menos deveria ter um pouco mais de noção. Não estou bravo com você, mas, no fim das contas, você é
— Não! — Duarte recusou sem hesitar, falando com seriedade. — Você já cresceu, não é mais uma criança. Eu sou um homem feito, e agora é tarde da noite. Se ficarmos sozinhos assim, que tipo de situação será essa? Naiara, no entanto, retrucou: — Entre um irmão e uma irmã, qualquer pessoa normal não pensaria nada demais. A menos que essa pessoa seja suja e cheia de desconfianças! Ou será que você tem medo de que a Lorena fique brava? Duarte a repreendeu com um tom frio: — Lorena? Desde quando você a chama assim? Ela é sua cunhada! O coração de Naiara se encheu de ciúmes de Lorena, mas ela não podia demonstrar. Se sentia sufocada de tanta frustração. Ainda assim, naquela noite, Naiara estava determinada a permanecer naquele quarto e não arredou pé: — Não quero saber! De qualquer jeito, eu não tenho coragem de dormir sozinha! Vou dormir com você! Ela fez birra como uma criança. Pelo menos, aos olhos de Duarte, Naiara não passava de uma garotinha manhosa. Duarte não via nel
Lorena só conseguiu armar uma espreguiçadeira e se recostou nela para descansar um pouco. A dor de cabeça não havia diminuído; pelo contrário, seus ossos doíam cada vez mais, como se uma fadiga exaustiva a consumisse por inteiro. Ela levou a mão à testa e sentiu o calor anormal em sua pele. Parecia estar com febre. Soltando um suspiro, murmurou para si mesma: — Que azar! Com dificuldade, Lorena se ergueu e caminhou até o posto de enfermagem. — Com licença, poderia me dar um comprimido para febre? Acho que estou com febre. A enfermeira deu a ela um olhar compreensivo, mas recusou com delicadeza: — Sinto muito, mas este é o setor de internação. Todos os medicamentos daqui são exclusivos para os pacientes hospitalizados. Você pode encontrar uma farmácia em frente ao hospital ou ir ao pronto-socorro para um exame. Lorena sentia o corpo inteiro dolorido e sem forças. Só de pensar em sair para comprar remédio, seu ânimo desmoronava ainda mais. Sem alternativas, agradeceu
Por isso, Lorena explicou: — Não é como você está pensando. Sou a mãe de Domingos, um paciente do seu setor. Ontem eu só estava com febre. O Dr. Ademir achou que eu não tinha onde dormir e, por isso, me deixou passar a noite aqui temporariamente. Após a explicação de Lorena, o jovem médico sorriu ainda mais: — Não precisa se explicar, cunhada! Ouvi dizer que ninguém nunca viu o pai do Domingos! A implicação era clara: Lorena era mãe solo, Ademir era pai solo... Os dois formavam um par perfeito. Foi nesse momento que Ademir entrou na sala dos plantonistas. Ao ver que ainda havia gente ali, ele pareceu um pouco surpreso e, raramente, uma expressão ligeiramente constrangida surgiu em seu rosto. Isso não passou despercebido por seus colegas, que sorriram, se divertindo com a situação. Ademir logo recuperou a compostura e perguntou com naturalidade: — Marco, por que chegou tão cedo hoje? Afinal, ainda eram apenas seis e meia da manhã. Marco sorriu e respondeu: — Minha
Lorena voltou apressada para o quarto de hospital de Domingos, sem nem se dar ao trabalho de medir sua própria temperatura. No entanto, não sabia dizer se era por causa da febre ou por outro motivo, mas seu rosto estava quente. Talvez fosse porque nunca teria imaginado que Ademir, o pai da teimosa Alice, a acolheria por uma noite justamente quando ela mais precisava. Lorena apenas esperava que os colegas de Ademir não entendessem tudo errado e acabassem trazendo problemas para ele. Pela manhã, quando Domingos passou pelos exames de rotina, Ademir apareceu. Depois da noite anterior, Lorena se sentia um tanto constrangida ao encará-lo. Domingos já estava acordado quando Ademir se aproximou e lhe disse que, no futuro, deveria ser um bom filho e cuidar bem da mãe. — Sua mãe teve febre alta ontem à noite e, mesmo assim, ficou aqui para cuidar de você. Quando ela envelhecer, você também vai cuidar dela assim? — Perguntou Ademir. Domingos respondeu com seriedade: — Vou, sim.
Afinal, Natacha tinha visto com seus próprios olhos os sentimentos profundos e a obsessão de Duarte por Lorena. Ela simplesmente não acreditava que Duarte usaria uma viagem de negócios como desculpa para ficar com outra mulher, muito menos se essa mulher fosse Naiara. No entanto, Lorena apenas curvou os lábios em um sorriso sarcástico e disse: — Que história é essa de irmão e irmã? Irmão e irmã sem nenhum laço de sangue? Você acredita nisso? As palavras de Lorena deixaram Natacha momentaneamente confusa. "Será possível que Naiara e Duarte realmente tenham esse tipo de relação?" Com esse pensamento, Natacha decidiu: — Vou ligar para o meu irmão. Ela pegou o celular e rapidamente discou o número de Duarte. Naquele momento, Duarte acabava de voltar para casa depois de resolver alguns assuntos do lado de fora. Enquanto isso, Naiara ainda estava irritada porque, na noite anterior, Duarte não havia dormido com ela. Trancada no quarto, se recusava a ver qualquer pessoa.
- Sra. Camargo, parece que o Sr. Joaquim não vai voltar esta noite. Que tal você ir dormir primeiro? – Sugeriu Dora, com gentileza, olhando para a luz ainda acesa no quarto.Um traço de decepção cruzou os olhos de Natacha Gonçalves.Naquele momento, o som do motor do carro ecoou no quintal.Natacha, sem sequer colocar os chinelos, correu para a janela para dar uma olhada.Era realmente o carro esportivo prateado de Joaquim Camargo que entrava na garagem.Ela respirou fundo e olhou para o seu conjunto de lingerie sexy, seu coração batendo de forma descontrolada como um tambor.Dois anos de casamento, ele sempre dormia no quarto de hóspedes e nunca tocou ela.Natacha sabia que o casamento deles foi arranjado pelo avô Paulo e não era a vontade de Joaquim.Mas já se passaram dois anos, eles não podiam continuar assim para sempre, certo?Será que Joaquim achava que ela era apenas uma universitária sem diploma, que não sabia de nada?Será que ele achava que ela era muito passiva?Com esses p
Joaquim já havia perdido completamente a razão.Não se sabia se foi a comida ou a bebida que estava batizada na festa naquele dia.Naquele momento, ele era impulsionado pelo desejo, incapaz de controlar seus sentimentos.Ao tocar a mulher macia e perfumada na cama.Seu desejo explodiu num instante como uma flecha disparada.A inocência e o choro impotente dela simplesmente enlouqueceram ele!Uma hora inteira se passou.O homem finalmente estava satisfeito e adormeceu.Natacha se sentiu como se todo o seu corpo tivesse sido esmagado até os ossos.Ela se levantou com dor, se vestiu às pressas e saiu do quarto às pressas.Entrou apressadamente no elevador e acabou esbarrando em uma jovem mulher.- Desculpe. – Murmurou Natacha.Ela estava pálida, entrou rapidamente no elevador e apertou o botão de fechar a porta.Rafaela Costa saiu do elevador e imediatamente olhou para trás.Ela não podia acreditar que estava vendo Natacha pela fresta do elevador.Aquela não era a esposa de Joaquim? A mul