Rosana não conseguiu retirar a mão que estava presa. Um pânico discreto a fez abaixar a voz e dizer, com uma tensão crescente:— Manuel, não seja tão cruel. Se eu gritar agora, o Dedé e os outros logo ouvirão.Manuel ainda segurava sua mão com força. Seu rosto não demonstrava nem um pingo de nervosismo, apenas uma frieza implacável enquanto retrucava:— Você realmente esqueceu o que eu te disse? Você se afastou de mim e já está tão ansiosa para se tornar madrasta de alguém?Rosana, consumida pela raiva, sacudiu a mão de Manuel com força e respondeu, ainda mais irritada:— Isso não tem nada a ver com você! Manuel, já terminamos. Agora, com quem eu estou, não é mais da sua conta!Antes que ela pudesse se afastar completamente, Manuel a segurou pelo braço com força e, num movimento brusco, a puxou para si, trazendo ela para um abraço apertado.Rosana nem teve tempo de reagir, quando Manuel já estava erguendo seu rosto, puxando-lhe os lábios com um beijo ardente e urgente.O beijo de Manue
Manuel respondeu de forma monótona, suas palavras vazias, enquanto seus olhos escuros nada expressavam. Tamires, por outro lado, parecia completamente imersa no momento, apreciando cada segundo do seu "encontro" com ele.Durante o almoço, montaram a churrasqueira e a mesa, se preparando para assar os peixes que haviam pescado e as carnes que trouxeram prontas. Durval estava visivelmente contente com a festa.Quando chegou a hora de servir o peixe, Dedé, como sempre, dava a parte do peixe mais macia e sem espinhas para seu filho, Durval, já que ele adorava aquela parte. No entanto, dessa vez, Dedé tirou a carne do peixe e colocou diretamente no prato de Rosana:— Prove o peixe que eu preparei, Rosana. — Dedé sorriu gentilmente para ela. — Só o Durval é que costuma experimentar minha comida.Rosana, instintivamente, deu um olhar rápido para Manuel, temendo que ele perdesse o controle. Felizmente, ele não olhava para ela. Ela ainda não estava acostumada com as atitudes de Dedé, tão abert
Manuel disse tranquilamente:— Vá logo para casa.Tamires sentiu uma pontada de tristeza no peito. De repente, se aproximou e deu um beijo suave na bochecha de Manuel, se apressando a descer do carro:— Manuel, nos vemos amanhã!Enquanto observava a figura de Tamires se afastando, uma nuvem assustadora pairava nos olhos de Manuel.Tamires, de excelente humor, mal havia entrado em casa quando foi chamada por seu pai:— Pare aí! — Silvestre estava sentado no sofá, com um semblante irritado. — Você novamente saiu com o Manuel? E ainda tem coragem de voltar?Tamires se apressou a responder:— O que é isso, pai? Hoje fomos eu, meu irmão e o Durval, juntos para um piquenique! Eles também acabaram de voltar!Silvestre olhou ela com um olhar afiado:— Eu aconselho você a se separar do Manuel o quanto antes! Esse homem está se aproximando de você com segundas intenções. Ele vai usar você e nos levar à ruína, fazendo a família Godoy falir!Tamires sentiu um frio na espinha, mas logo franziu a te
Silvestre semicerrava os olhos, liberando um brilho gelado, e declarou: — Eu não tenho medo daquele homem na prisão. Agora, toda a família dele está em minhas mãos, o que ele ousaria dizer? O que realmente me preocupa é esse Manuel. Ele quer usar minha filha contra nós! Dedé curvou levemente os lábios em um sorriso e disse: — Pai, eu tenho uma ideia. Algo que pode não só aliviar a tensão entre você e Tamires, mas também nos ajudar a descobrir o que Manuel está planejando. Silvestre imediatamente demonstrou interesse e perguntou: — E o que seria? Dedé começou a falar lentamente, com um tom calculado: — Para ser sincero, já estamos mergulhados nesse lamaçal. Sendo assim, por que não arrastamos Manuel para dentro também? Manuel não vive dizendo que ama Tamires? Se ele realmente ama Tamires, então ele deveria vir para o nosso lado. Silvestre compreendeu de imediato, e seus olhos brilharam com aprovação ao olhar para o filho: — Você está dizendo que, agora, Manuel já sabe
- Sra. Camargo, parece que o Sr. Joaquim não vai voltar esta noite. Que tal você ir dormir primeiro? – Sugeriu Dora, com gentileza, olhando para a luz ainda acesa no quarto.Um traço de decepção cruzou os olhos de Natacha Gonçalves.Naquele momento, o som do motor do carro ecoou no quintal.Natacha, sem sequer colocar os chinelos, correu para a janela para dar uma olhada.Era realmente o carro esportivo prateado de Joaquim Camargo que entrava na garagem.Ela respirou fundo e olhou para o seu conjunto de lingerie sexy, seu coração batendo de forma descontrolada como um tambor.Dois anos de casamento, ele sempre dormia no quarto de hóspedes e nunca tocou ela.Natacha sabia que o casamento deles foi arranjado pelo avô Paulo e não era a vontade de Joaquim.Mas já se passaram dois anos, eles não podiam continuar assim para sempre, certo?Será que Joaquim achava que ela era apenas uma universitária sem diploma, que não sabia de nada?Será que ele achava que ela era muito passiva?Com esses p
Joaquim já havia perdido completamente a razão.Não se sabia se foi a comida ou a bebida que estava batizada na festa naquele dia.Naquele momento, ele era impulsionado pelo desejo, incapaz de controlar seus sentimentos.Ao tocar a mulher macia e perfumada na cama.Seu desejo explodiu num instante como uma flecha disparada.A inocência e o choro impotente dela simplesmente enlouqueceram ele!Uma hora inteira se passou.O homem finalmente estava satisfeito e adormeceu.Natacha se sentiu como se todo o seu corpo tivesse sido esmagado até os ossos.Ela se levantou com dor, se vestiu às pressas e saiu do quarto às pressas.Entrou apressadamente no elevador e acabou esbarrando em uma jovem mulher.- Desculpe. – Murmurou Natacha.Ela estava pálida, entrou rapidamente no elevador e apertou o botão de fechar a porta.Rafaela Costa saiu do elevador e imediatamente olhou para trás.Ela não podia acreditar que estava vendo Natacha pela fresta do elevador.Aquela não era a esposa de Joaquim? A mul
Natacha olhou apressada para ele, se engasgando ao dizer: - Você precisa me ouvir, ontem eu... - Chega. – Joaquim interrompeu ela, seus olhos caindo nas marcas vermelhas em seu decote.Estava claro que eram marcas deixadas depois de transar com alguém. Sua voz era calma e cruel, continuando. – Eu também tenho responsabilidade por deixar você sozinha por esses dois anos. Não culpo você por fazer isso. Mas, Natacha, a família Camargo não pode aceitar uma mulher suja como matriarca.Natacha ficou atordoada, todas as suas explicações pareciam vazias agora.Era verdade que quem acreditaria em explicações para isso?Além disso, mesmo que ela provasse que foi tramada por Daniela e Marta, ela ainda estaria suja.Natacha forçou um sorriso amargo, dizendo: - Então, você quer dizer que... O divórcio?Joaquim concordou com calma: - Do lado do meu avô, eu espero que você seja clara sobre querer se divorciar. Posso dar a você uma última chance de manter sua dignidade, para que ele não saiba que
Quando Joaquim chegou em casa, já passava das onze da noite. A mansão estava estranhamente silenciosa, com apenas uma luz noturna acesa na sala de estar. Natacha estava sentada no sofá, parecendo estar esperando por ele o tempo todo. Joaquim tirou o casaco, afrouxou a gravata e falou com um leve tom de impaciência: - O divórcio não foi acordado ao meio-dia? Não vou te prejudicar no que diz respeito à propriedade. Você pode confiar nisso. Ele pensou que ela queria mais dinheiro. Natacha interrompeu ele, com uma voz rouca: - Joaquim, é por causa daquela mulher que você quer se divorciar de mim? Joaquim mudou sua expressão por um momento, mas logo voltou a sua calma de sempre. Ele não queria mais esconder isso dela, nem se dava ao trabalho de esconder. - Sim, tenho que dar a ela uma explicação, é o que devo a ela. – Admitiu Joaquim, com calma. - Só hoje percebi como você é hipócrita. Ao meio-dia, você se fez de vítima, me fez sentir culpada, me forçou a me divorciar. Talvez naqu