Rosana estava com o coração pesado e confuso. Sentada em sua mesa de trabalho, frequentemente se perdia em pensamentos, sempre imaginando sobre Ivone e aquela tal de irmã. Foi então que Thainá entrou na sala, fechando a porta com um ar misterioso.— O que aconteceu? — Rosana perguntou, com uma expressão de dúvida. — Tem algo que você precisa me contar?Thainá falou baixinho, se aproximando de Rosana:— Eu ouvi dizer que o empreiteiro responsável pelo colapso da Ponte da Cidade M confessou que os materiais usados na construção da ponte foram fornecidos pelo Grupo Godoy. Isso significa que, provavelmente, o colapso aconteceu porque os materiais fornecidos pelo Grupo Godoy eram de baixa qualidade.Rosana ficou surpresa, e perguntou, incrédula:— Sério? De onde você tirou essa informação?— A irmã do meu marido está no grupo de investigação que veio para a Cidade M na segunda fase do caso do colapso da ponte. Foi ela quem me contou. — Thainá refletiu por um momento antes de continuar. — S
Ivone, no entanto, pegou as sacolas que havia comprado e disse:— Rosa, minha filha, eu fui lá fora e comprei algumas roupas e sapatos para você. Esta manhã, quando vi que você estava tão simples, achei que, com a sua idade, você deveria se vestir com mais sofisticação, como uma flor. Você merece o melhor. — Com essas palavras, Ivone tirou uma peça de roupa de grife da sacola e continuou. — Olha só esta blusa, eu acho que tem tudo a ver com o seu estilo. E, além disso, comprei dois pares de sapatos de salto de couro de cordeiro. Experimente eles, são bem confortáveis. Eu perguntei para a Keila e ela me disse que esse é o seu número, então, deve servir.— Eu não preciso disso. — Rosana respondeu, com a voz fria. — Sra. Ivone, por favor, não volte mais aqui. Não finja que se importa comigo. Eu já me acostumei a viver sem mãe, e mesmo que você queira me reconhecer agora, eu não quero mais te reconhecer. Por favor, vá embora!Ivone, com a voz trêmula, segurou suavemente a mão de Rosana:—
Rosana forçou um sorriso e assentiu com a cabeça, dizendo: — Eu sei o que fazer.Ivone rapidamente falou: — Rosa, não me entenda mal. Eu vim aqui, não por causa da Gisele. O mais importante é que, à medida que envelheço, começo a entender cada vez mais o verdadeiro significado da família. Eu sinto tanto a sua falta.— Tudo bem. — Rosana respondeu suavemente. — Então vamos entrar, não deixe a Gisele esperando sozinha lá dentro.Assim, as duas, mãe e filha, voltaram para a casa.Rosana se aproximou da irmã mais nova e, se agachando diante dela, disse: — Gisele, o que aconteceu antes foi culpa minha, você pode me perdoar?Gisele olhou para Rosana com um rosto confuso, inclinando um pouco a cabeça e perguntando: — Por que você de repente está sendo tão boa comigo? Você não gosta nem de mamãe, nem de mim, não é?— Eu... Eu não gosto de vocês. — Rosana olhou para Gisele, cuja aparência frágil contrastava com os olhos incrivelmente claros, e um turbilhão de emoções desconhecidas atrav
- Sra. Camargo, parece que o Sr. Joaquim não vai voltar esta noite. Que tal você ir dormir primeiro? – Sugeriu Dora, com gentileza, olhando para a luz ainda acesa no quarto.Um traço de decepção cruzou os olhos de Natacha Gonçalves.Naquele momento, o som do motor do carro ecoou no quintal.Natacha, sem sequer colocar os chinelos, correu para a janela para dar uma olhada.Era realmente o carro esportivo prateado de Joaquim Camargo que entrava na garagem.Ela respirou fundo e olhou para o seu conjunto de lingerie sexy, seu coração batendo de forma descontrolada como um tambor.Dois anos de casamento, ele sempre dormia no quarto de hóspedes e nunca tocou ela.Natacha sabia que o casamento deles foi arranjado pelo avô Paulo e não era a vontade de Joaquim.Mas já se passaram dois anos, eles não podiam continuar assim para sempre, certo?Será que Joaquim achava que ela era apenas uma universitária sem diploma, que não sabia de nada?Será que ele achava que ela era muito passiva?Com esses p
Joaquim já havia perdido completamente a razão.Não se sabia se foi a comida ou a bebida que estava batizada na festa naquele dia.Naquele momento, ele era impulsionado pelo desejo, incapaz de controlar seus sentimentos.Ao tocar a mulher macia e perfumada na cama.Seu desejo explodiu num instante como uma flecha disparada.A inocência e o choro impotente dela simplesmente enlouqueceram ele!Uma hora inteira se passou.O homem finalmente estava satisfeito e adormeceu.Natacha se sentiu como se todo o seu corpo tivesse sido esmagado até os ossos.Ela se levantou com dor, se vestiu às pressas e saiu do quarto às pressas.Entrou apressadamente no elevador e acabou esbarrando em uma jovem mulher.- Desculpe. – Murmurou Natacha.Ela estava pálida, entrou rapidamente no elevador e apertou o botão de fechar a porta.Rafaela Costa saiu do elevador e imediatamente olhou para trás.Ela não podia acreditar que estava vendo Natacha pela fresta do elevador.Aquela não era a esposa de Joaquim? A mul
Natacha olhou apressada para ele, se engasgando ao dizer: - Você precisa me ouvir, ontem eu... - Chega. – Joaquim interrompeu ela, seus olhos caindo nas marcas vermelhas em seu decote.Estava claro que eram marcas deixadas depois de transar com alguém. Sua voz era calma e cruel, continuando. – Eu também tenho responsabilidade por deixar você sozinha por esses dois anos. Não culpo você por fazer isso. Mas, Natacha, a família Camargo não pode aceitar uma mulher suja como matriarca.Natacha ficou atordoada, todas as suas explicações pareciam vazias agora.Era verdade que quem acreditaria em explicações para isso?Além disso, mesmo que ela provasse que foi tramada por Daniela e Marta, ela ainda estaria suja.Natacha forçou um sorriso amargo, dizendo: - Então, você quer dizer que... O divórcio?Joaquim concordou com calma: - Do lado do meu avô, eu espero que você seja clara sobre querer se divorciar. Posso dar a você uma última chance de manter sua dignidade, para que ele não saiba que
Quando Joaquim chegou em casa, já passava das onze da noite. A mansão estava estranhamente silenciosa, com apenas uma luz noturna acesa na sala de estar. Natacha estava sentada no sofá, parecendo estar esperando por ele o tempo todo. Joaquim tirou o casaco, afrouxou a gravata e falou com um leve tom de impaciência: - O divórcio não foi acordado ao meio-dia? Não vou te prejudicar no que diz respeito à propriedade. Você pode confiar nisso. Ele pensou que ela queria mais dinheiro. Natacha interrompeu ele, com uma voz rouca: - Joaquim, é por causa daquela mulher que você quer se divorciar de mim? Joaquim mudou sua expressão por um momento, mas logo voltou a sua calma de sempre. Ele não queria mais esconder isso dela, nem se dava ao trabalho de esconder. - Sim, tenho que dar a ela uma explicação, é o que devo a ela. – Admitiu Joaquim, com calma. - Só hoje percebi como você é hipócrita. Ao meio-dia, você se fez de vítima, me fez sentir culpada, me forçou a me divorciar. Talvez naqu
Quem deixou que ela chamasse ele assim?Antes que pudesse repreender ela, Natacha já tinha desligado a chamada.Ao ver a expressão nada agradável de Rafaela, Natacha finalmente sorriu satisfeita como nunca antes.- Srta. Rafaela, viu só? – Disse Natacha, enquanto balançou o celular na direção de Rafaela. – Meu marido vai me buscar. Seja eu a primeira ou a última, quem ele vai levar de volta para a Antiga Mansão da família Camargo, para sempre será eu, Natacha! – Com isso, ela se levantou, colocou duas notas de cem reais na mesa. – Srta. Rafaela, tome seu tempo para beber. Eu pago. Dito isso, Natacha saiu daquele café.Depois de um tempo, o carro de Joaquim chegou para buscar ela na Universidade da Cidade M.Afinal, como Sr. Paulo criou ele desde pequeno, Joaquim sempre respeitaria ele.Por causa disso, ele veio pessoalmente buscar ela para evitar desagradar Paulo.Ao vê-la entrar no carro, Joaquim falou com frieza: - Natacha, não me chame assim de novo.- Tudo bem. – Concordou Natach