Rosana ficou completamente pasma, seus olhos se arregalaram de incredulidade. Ela não conseguia entender como uma empresa farmacêutica poderia ser tão cruel e mal-intencionada.A indústria farmacêutica deveria ser um campo dedicado à cura e ao auxílio das pessoas, mas, naquele caso, se transformaram em uma ferramenta para causar sofrimento. Rosana nunca havia imaginado que a história de Manuel fosse tão sombria, algo que ele nunca teve coragem de contar para ela.Sra. Maria, ao reviver esses momentos, ainda sentia a dor do passado. A voz dela estava embargada de emoção, e seus olhos pareciam distantes enquanto se perdia nas lembranças.— Depois disso, para garantir um futuro para o Manuel, eu acabei me casando com um empresário rico. Ele era meu colega de faculdade, um antigo admirador, e sempre foi apaixonado por mim. Mas eu escolhi o pai do Manuel. Quando ele me procurou novamente, fez uma proposta: se eu casasse com ele, ele garantiria a melhor educação para o meu filho, até mandari
A Sra. Maria disse:— Eu sei, você ainda não consegue aceitar isso, e pode até ir até seu pai para tentar confirmar os fatos. Mas, por favor, tente entender o Manuel, perdoe ele. O Manuel está internado no Hospital Cidade M, e se você conseguir se convencer disso, peço que vá vê-lo. Talvez, ver você seja mais útil para ele do que qualquer remédio.Dito isso, a Sra. Maria se levantou e saiu do escritório, se apressando para o hospital.Rosana ficou sentada na cadeira, sentindo como se seu mundo de repente estivesse girando.No momento seguinte, ela se levantou rapidamente e correu para pegar um táxi.— Mestre, por favor, me leve até a Prisão da Cidade M. Obrigada.Rosana sabia que naquele horário não era permitido visitar, então teve que entrar em contato com Cláudio.Cláudio inicialmente disse que, sem a permissão do Manuel, ele não poderia ajudar Rosana. Mas, ao vê-la chorando tão desesperadamente, implorando por sua ajuda, e sabendo que Rosana era a pessoa que Manuel mais amava, Cláu
— O que você está dizendo, hein? — Manuel disse com um sorriso amargo. — Já falei antes, não fale coisas de azar, e você vai e diz isso de novo.Sra. Maria sorriu sem graça e disse:— Não é que eu fiquei tão emocionada por ver você acordado? Desculpe! Vou ali chamar o médico para dar uma olhada em você.Dito isso, Sra. Maria correu até o consultório do médico.Depois de realizar um exame completo, o médico falou:— A cirurgia do Sr. Manuel foi um sucesso. Os sinais vitais estão estáveis, e como ele é jovem, a recuperação será rápida. Hoje é melhor ele ficar sem comer mais um dia. Amanhã podemos fazer uma canja para o Sr. Manuel tomar.Sra. Maria, preocupada, perguntou:— Mas, o Manuel está tão pálido... Não seria bom dar mais sangue a ele?O médico, com paciência, respondeu:— Não se preocupe. O sangramento já parou e os exames de sangue não indicam necessidade de transfusão. Em alguns dias, quando o Sr. Manuel começar a comer, a cor dele vai melhorar naturalmente. Mas... da próxima ve
Sra. Maria, parecendo saber que cometeu um erro, falou baixinho:— De qualquer forma, tudo o que precisava ser dito, eu já disse. Mas, naquela situação de ontem, eu não tive outra escolha! Se você não tivesse se colocado nessa situação de hemorragia gástrica, eu não teria ficado tão desesperada. Fala a verdade para mim, você bebeu tanto por causa da Rosana, não foi? — Manuel não respondeu, mas seu silêncio foi uma confirmação discreta. Sra. Maria continuou:— Eu sei que você não consegue esquecer a Rosana. Então, por que se torturar desse jeito? Rosana também está envolvida nisso tudo, ela tem o direito de saber a verdade. Se ela não souber o que realmente aconteceu, vai achar que tudo o que você fez foi para magoá-la, e isso é a maior injustiça com ela! Pelo menos agora ela sabe a verdade e pode te perdoar. Isso não é uma coisa boa?Os olhos de Manuel ficaram mais escuros, e ele disse com uma certeza grave:— Ela não vai me perdoar.Pelo conhecimento que Manuel tinha de Rosana, ele t
Rosana falou em voz baixa, com um tom melancólico:— Sra. Maria, eu... Gostaria de conversar a sós com o Manuel.Ao perceber que havia uma oportunidade para algo, Sra. Maria imediatamente consentiu:— Claro, fiquem à vontade. Eu vou dar uma caminhada lá no parque. Ah, e não se esqueça de monitorar a água do Manuel. Se acabar, avise a enfermeira para trocar.— Pode deixar, eu sei. — Rosana assentiu, observando Sra. Maria se afastar.A porta se fechou novamente, e só então Manuel falou, com um tom suave, quase distante:— Rosa, você não precisava fazer isso. Como minha mãe disse, não é necessário que você carregue a culpa pelos erros do seu pai. O que aconteceu foi um erro meu, e eu deveria ter pedido o seu perdão antes.Rosana balançou a cabeça, seus olhos permaneciam abaixados, e com voz baixa ela respondeu:— Você deveria ter me contado tudo isso antes. Cinco anos atrás, você deveria ter me contado. Se eu soubesse, eu teria aceitado sua vingança. Eu sei que a vida do seu pai, o casame
- Sra. Camargo, parece que o Sr. Joaquim não vai voltar esta noite. Que tal você ir dormir primeiro? – Sugeriu Dora, com gentileza, olhando para a luz ainda acesa no quarto.Um traço de decepção cruzou os olhos de Natacha Gonçalves.Naquele momento, o som do motor do carro ecoou no quintal.Natacha, sem sequer colocar os chinelos, correu para a janela para dar uma olhada.Era realmente o carro esportivo prateado de Joaquim Camargo que entrava na garagem.Ela respirou fundo e olhou para o seu conjunto de lingerie sexy, seu coração batendo de forma descontrolada como um tambor.Dois anos de casamento, ele sempre dormia no quarto de hóspedes e nunca tocou ela.Natacha sabia que o casamento deles foi arranjado pelo avô Paulo e não era a vontade de Joaquim.Mas já se passaram dois anos, eles não podiam continuar assim para sempre, certo?Será que Joaquim achava que ela era apenas uma universitária sem diploma, que não sabia de nada?Será que ele achava que ela era muito passiva?Com esses p
Joaquim já havia perdido completamente a razão.Não se sabia se foi a comida ou a bebida que estava batizada na festa naquele dia.Naquele momento, ele era impulsionado pelo desejo, incapaz de controlar seus sentimentos.Ao tocar a mulher macia e perfumada na cama.Seu desejo explodiu num instante como uma flecha disparada.A inocência e o choro impotente dela simplesmente enlouqueceram ele!Uma hora inteira se passou.O homem finalmente estava satisfeito e adormeceu.Natacha se sentiu como se todo o seu corpo tivesse sido esmagado até os ossos.Ela se levantou com dor, se vestiu às pressas e saiu do quarto às pressas.Entrou apressadamente no elevador e acabou esbarrando em uma jovem mulher.- Desculpe. – Murmurou Natacha.Ela estava pálida, entrou rapidamente no elevador e apertou o botão de fechar a porta.Rafaela Costa saiu do elevador e imediatamente olhou para trás.Ela não podia acreditar que estava vendo Natacha pela fresta do elevador.Aquela não era a esposa de Joaquim? A mul
Natacha olhou apressada para ele, se engasgando ao dizer: - Você precisa me ouvir, ontem eu... - Chega. – Joaquim interrompeu ela, seus olhos caindo nas marcas vermelhas em seu decote.Estava claro que eram marcas deixadas depois de transar com alguém. Sua voz era calma e cruel, continuando. – Eu também tenho responsabilidade por deixar você sozinha por esses dois anos. Não culpo você por fazer isso. Mas, Natacha, a família Camargo não pode aceitar uma mulher suja como matriarca.Natacha ficou atordoada, todas as suas explicações pareciam vazias agora.Era verdade que quem acreditaria em explicações para isso?Além disso, mesmo que ela provasse que foi tramada por Daniela e Marta, ela ainda estaria suja.Natacha forçou um sorriso amargo, dizendo: - Então, você quer dizer que... O divórcio?Joaquim concordou com calma: - Do lado do meu avô, eu espero que você seja clara sobre querer se divorciar. Posso dar a você uma última chance de manter sua dignidade, para que ele não saiba que