Joaquim finalmente se deu conta da situação. Mas, logo em seguida, ele segurou Natacha pelo braço e disse: — Por que é você que vai? E o Manuel? Você não disse outro dia que eles tinham reatado? Esse tipo de coisa, se não for para o Manuel resolver, vamos simplesmente trazer a Rosana para casa? Isso é apropriado? — O que tem de errado nisso? Eu sou amiga da Rosana! Se ela tem um problema, quem mais deveria ajudar? — Natacha deu um olhar impaciente para Joaquim e continuou. — Além disso, essa é a oportunidade perfeita para que Rosana perceba que não pode contar com o Manuel. Assim, ela não vai se apaixonar ainda mais por ele! A não ser que o Manuel esteja disposto a se casar com ela. Você acha que ele vai? Joaquim, com a paciência de sempre, tentou acalmá-la: — Escuta o que eu estou dizendo. Vamos deixar de lado, por um momento, se o Manuel vai ou não se casar com a Rosana. Agora pense: se você trouxer a Rosana para nossa casa, ela vai nos ver juntos todos os dias, eu, você e
Rosana chorou no abraço de Manuel por um longo tempo antes de levantar a cabeça, com uma expressão magoada, e dizer: — Por que você não acredita em mim? Eu já disse que fui seguida, mas você continua sem acreditar! Manuel usou a ponta dos dedos para limpar os vestígios de lágrimas no rosto de Rosana, respondendo com uma voz suave: — Desculpe, foi meu erro. Ainda assim, Rosana empurrou Manuel, como se estivesse irritada, e falou: — Não precisa fingir que se importa comigo! Eu já chamei a polícia. Quer venha me procurar ou não, tanto faz! Os olhos negros de Manuel brilharam com um traço de diversão enquanto ele fitava Rosana. — É mesmo? — Claro que é verdade. — Rosana ergueu o queixo, com uma expressão que exalava coragem, e disse. — Eu posso me proteger sozinha. Além disso, com a polícia por perto, mesmo sem você, não tenho medo. Manuel não conseguiu segurar o riso. De repente, ele envolveu a cintura de Rosana com o braço, trazendo ela novamente para o seu abraço. Com
Logo, um sorriso brincou nos lábios de Manuel, enquanto ele dizia: — Foi o Joaquim quem me ligou pedindo para vir resolver isso por você. Não se esqueça, Natacha não é apenas sua melhor amiga, ela também é esposa do Joaquim e mãe do Adriano e da Otília! Você acha que pode ir para a casa dela sem perguntar se o Joaquim concorda? Acha mesmo que todo mundo se importa com você do jeito que a Natacha se importa? Rosana desejou, naquele instante, poder calar Manuel de uma vez por todas! Porém, mesmo contrariada, não pôde negar que ele estava certo. No mundo, além de seu pai, só Natacha a tratava como família. Natacha talvez nunca fosse desprezá-la, mas isso não significava que os outros também não o fariam. Aquela casa era da Natacha, mas também era do Joaquim. Nesse momento, Rosana sentiu uma solidão avassaladora tomar conta de si. Assim, tarde da noite, ela acabou pegando algumas peças de roupas íntimas e seguiu Manuel de volta para a casa dele. — Pode guardar suas roupas
Manuel pressionava Rosana contra a parede enquanto beijava seus lábios com voracidade. Era exatamente isso que mais entristecia Rosana. Manuel nunca se importava com o que ela queria ou não. Apesar de todos os problemas que existiam entre eles, Manuel não ligava para nada disso. Não fazia planos para resolvê-los, nem ao menos reconhecia sua existência. Ele a beijou por um tempo, e quando Rosana achou que ele iria avançar ainda mais, Manuel parou de repente. Sua respiração estava levemente descompassada, e sua voz rouca e grave soou: — Vai tomar banho. Eu ainda tenho coisas para resolver. Não posso continuar te provocando assim. Rosana, então, percebeu que, de forma inconsciente, havia se deixado levar pela intensidade de Manuel. Agora que ele havia parado, sua face estava quente, ainda imersa no turbilhão de emoções de segundos atrás. Manuel, percebendo seu constrangimento, esboçou um sorriso discreto e divertido. — Ou preferia que continuássemos? O coração de Rosan
— Sr. Manuel. — Rosana suspirou, refletindo por um momento antes de não conseguir se segurar. — O caso do acidente de trabalho no Grupo Pereira... A vítima realmente é muito pobre. A família Pereira realmente precisa ser tão insensível? Um milhão de reais pode ser uma quantia irrisória para eles, mas significa a vida de outra família. Manuel, com o rosto inexpressivo, respondeu: — Cuide da sua própria vida! Rosana fez um biquinho, mas insistiu: — Você terá tempo amanhã? Nosso chefe disse que precisamos acompanhar o progresso do caso do acidente de trabalho no Grupo Pereira o mais rápido possível. Então, será que você poderia... Antes que Rosana terminasse de falar, Manuel fechou abruptamente o notebook, colocou ele de lado e a puxou para os braços. Olhando para Rosana, visivelmente assustada embaixo dele, Manuel aproximou seu rosto elegante e parou a uma curta distância dela. — Contanto que você seja boazinha e pare de me irritar... — Disse ele enquanto começava a desabot
O delegado, observando o monitor, explicou pessoalmente a Manuel: — Ele foi visto pela última vez entrando no prédio dos dormitórios da Universidade da Cidade M. Parece que entrou no banheiro e, infelizmente, lá não há câmeras. Acreditamos que ele tenha trocado de roupa e sapatos antes de sair. Nosso palpite é de que ele seja um estudante da universidade. Mas, com isso, perdemos o rastro. Pelo que vimos, esse indivíduo tem uma boa capacidade de evitar rastreamento, e no momento não temos provas suficientes para detê-lo. Manuel já tinha quase certeza de quem se tratava. Ele acenou com a cabeça e respondeu: — Entendido. Já sei quem é. Desta vez, agradeço pelo trabalho de vocês. O delegado sorriu, mantendo uma postura cordial: — O Sr. Manuel é muito educado! No futuro, com certeza também precisaremos da sua ajuda. Estamos aqui para colaborar. ... Rosana estava em sua sala na revista, digitando uma mensagem para Manuel, querendo saber se ele havia descoberto algo sobre o pe
— Não há problema, Srta. Rosana. — Cláudio respondeu, enquanto seu olhar se dirigia timidamente para Isabelly. Ele disse com certo constrangimento. — Então, vou mostrar para você o nosso Marques Advogados. Caso no futuro sua editora de revistas volte a ter algum negócio conosco, você poderá conhecer melhor nossa equipe. Isabelly, sempre alegre e cheia de energia, sorriu e respondeu: — Claro, vamos lá! Rosana observou os dois conversando e não pôde evitar um leve sorriso de satisfação antes de se dirigir ao escritório de Manuel. Manuel e Rosana sempre levavam o trabalho muito a sério. E, neste caso, o processo de Acidentes de Trabalho no Grupo Pereira era uma questão delicada para Rosana, algo que ela guardava como um espinho no coração. Apesar de sua insatisfação e falta de compreensão sobre a decisão de Manuel em assumir esse caso, Rosana se viu obrigada a demonstrar o profissionalismo de uma jornalista experiente, formulando as perguntas necessárias. Dessa vez, Manuel não
Rosana piscou os olhos, fazendo um gesto inocente, e disse:— Eu mesma que estou falando.Manuel a observou por um momento, estreitando os olhos antes de perguntar:— Então, quer que eu chame o Cláudio agora? Você pode perguntar diretamente a ele se quer ficar com você.Rosana ficou com o rosto todo corado ao ouvir as palavras de Manuel. Ela empurrou ele ligeiramente e respondeu:— Eu estava só brincando! Na verdade, estava falando por Isabelly, minha colega. Se o Cláudio for solteiro, por que não tentar? Isabelly é ótima, alegre e bondosa, e acho que ela combina bem com o Cláudio.Manuel soltou uma risada seca e comentou:— Você realmente se mete demais nas coisas dos outros, não?Rosana empurrou Manuel de volta para a mesa e disse:— Já chega, vai trabalhar logo! Eu vou falar com Isabelly e sugerir que o Cláudio a acompanhe até em casa, assim pelo menos crio uma oportunidade para eles.Com isso, Manuel se acomodou em frente ao computador e continuou com seu trabalho. Rosana então ma