— Claro que vou chamar a polícia! — Rosana respondeu, indignada. — Eles mantiveram uma pessoa viva presa. Será que não têm mais respeito pela lei? Manuel estava igualmente chocado com o segredo que Rosana havida acabado de revelar. Ele falou em tom grave: — Você chegou tarde demais! Se o que Durval disse for verdade, então agora, o Dedé já deve ter transferido essa pessoa. Não vai encontrar nem um fio de cabelo como prova. Rosana se surpreendeu ligeiramente e perguntou: — Então, você também acredita que o que Durval disse é verdade? Que a mãe dele ainda está viva? Manuel olhou Rosana com um olhar profundo e disse: — O que eu disser agora, você vai acreditar? Rosana, sem palavras, apenas fez uma careta e respondeu: — Não acredito. — Rosa... — Manuel de repente a chamou baixinho, envolvendo ela em seus braços com um gesto carinhoso, e disse suavemente: — Me prometa que não vai mais se envolver com a família Godoy, tá? Não quero que você corra riscos. Se continuar assi
Rosana novamente perguntou:— E quanto àquela vez em que você viu sua mãe no depósito, contou isso para seu pai ou para alguém mais?Durval assentiu com a cabeça e respondeu:— Eu estava com muito medo naquele dia, não pensei direito e acabei contando para meu pai. Aí ele disse que foi um pesadelo meu e que eu tinha me confundido.Rosana ficou extremamente surpresa. Se Dedé soubesse que Durval havia visto a mãe no depósito, ele certamente já teria transferido a mãe de Durval para outro lugar. Parece que Rosana realmente tinha ido até lá à toa ontem. Ela ainda estava subestimando a família Godoy.Durval já estava quase em lágrimas, a voz embargada, e disse:— Tia Rosana, você acredita em mim? Ninguém mais acredita, todos acham que estou inventando coisas.— Eu acredito em você. — Rosana concordou com a cabeça. — Durval, você me promete que, a partir de agora, não vai mais falar sobre sua mãe estar viva na frente do seu pai? Eu vou continuar ajudando você a procurar por sua mãe, mas voc
De manhã, Rosana fez uma maquiagem leve para disfarçar as olheiras causadas pela falta de descanso na noite anterior.Com calma, Rosana desceu para o café da manhã.Na mesa, ela mal ousava olhar para Manuel, com medo de que alguém percebesse algo fora do lugar.Manuel, por sua vez, se mostrava ainda mais hábil em se disfarçar, agindo como se nada tivesse acontecido na noite anterior. Logo cedo, estava discutindo com Silvestre sobre a atual situação do setor comercial da Cidade M.Rosana, com a mente ocupada e ainda carregando um certo nojo da família Godoy, estava quieta e falava pouco.Dedé, sentado ao seu lado, perguntou suavemente:— Rosa, você não descansou bem ontem à noite? Percebi que você está um pouco cansada.— Tive um pouco de insônia. — Rosana rapidamente inventou uma desculpa. — Não dormir na minha própria casa sempre me dá insônia.Silvestre, então, olhou para Durval e comentou:— Parece que Durval hoje está bem melhor. Está mais animado do que da última vez. Olha só, ele
Rosana perguntou, com uma expressão desconfiada, para Isabelly:— Isso é o que está sendo dito lá em cima? Mas não deveria ser assim. Não essa questão já estava resolvida? A questão da compra no refeitório? Ainda precisa fazer entrevista sobre isso?Isabelly respondeu:— Pelo que entendi do que a chefe disse, esse problema de segurança alimentar gerou uma grande preocupação na sociedade, e nós, como editoras de revistas, não estamos acompanhando esse assunto quente, né? Mas a chefe viu que outras editoras já publicaram matérias sobre o caso de intoxicação alimentar, então ela também quer que a gente publique uma.Rosana, irritada, exclamou:— A mesma pessoa que mandou a gente focar toda nossa energia no caso do desabamento da Ponte da Cidade M agora quer que a gente se concentre nessa notícia.Aliás, naquela manhã, Dedé tinha acabado de deixar Rosana na empresa. Se ela soubesse que teria que ir ao Grupo Godoy para uma entrevista, teria simplesmente acompanhado Dedé até lá.— Ah, Rosana
Afinal, o caso da intoxicação alimentar já estava concluído, sem nada mais significativo para escrever. Rosana estava apenas cumprindo a tarefa que foi dada a ela pela chefia.Enquanto ela começava a guardar seus pertences, se preparando para partir, Dedé finalmente falou:— Rosa, já está quase na hora do almoço. Vamos comer juntos? Depois do almoço, eu te acompanho de volta.— Não precisa, Sr. Dedé. — Rosana, temendo se envolver ainda mais com aquele homem e complicar ainda mais a situação, se apressou em responder. — A nossa chefe pediu para eu enviar o artigo antes de sair, então preciso voltar logo para escrever.Dedé, porém, não se deu por vencido:— Você pode escrever aqui mesmo, eu te empresto o computador. Afinal, mesmo que você vá embora, ainda vai precisar almoçar, não é?Rosana suspirou, resignada:— Tudo bem, então. Vamos logo almoçar. Podemos comer no refeitório da empresa mesmo.— Eu não quero que você se sinta incomodada. — Dedé a olhou com suavidade.Neste momento, a se
Com os métodos de Dedé, assim que souber que Rosana descobriu a verdade, Manuel certamente fará o impossível para acabar com ela! O coração de Rosana acelerou, e ela sabia que, agora, estava completamente envolvida nesse turbilhão. Não havia mais como escapar em segurança. A família Godoy era realmente insuportável! O colapso da Ponte da Cidade M, não importa o quanto tenha custado em danos econômicos, quantas vidas se perderam naquele trágico acidente? Mas, aos olhos de Silvestre e Dedé, essas vidas não significavam nada! Os métodos da família Godoy eram extremamente covardes, manipulando as vidas dos outros como uma forma de ameaça. Não era de se estranhar que, até agora, eles estivessem intocados, impunes. Nesse momento, Rosana ouviu passos do lado de fora da porta, e seu corpo tremeu de medo. Com pressa, correu até a cama e se deitou, fingindo que estava dormindo. Logo depois, ouviu a porta se abrir suavemente e, em seguida, se fechar com cuidado. Os passos de Dedé
— Você vai comer só isso? — A voz de Dedé estava cheia de preocupação. — Você está tão magra, come um pouco mais, não seria melhor?Rosana disfarçou o pânico em seu peito com um sorriso brincalhão e um tom bem-humorado, dizendo:— Sr. Dedé, eu sempre me preocupei muito com o meu corpo. Hoje já comi o suficiente! Mas, agora preciso ir embora, caso contrário, nosso chefe não veja o relatório, ele vai ficar irritado!Dedé acenou com a cabeça e disse:— Tudo bem, vou pedir ao motorista para te levar de volta à empresa. Tenho uma reunião agora, então não posso te levar pessoalmente.— Obrigada, Sr. Dedé. — Rosana agradeceu e se dirigiu para a saída.Assim que saiu da sala de Manuel, o semblante de Rosana escureceu visivelmente. Ela estava prestes a se sentir doente, odiava tudo aquilo!Rosana não apenas odiava Dedé, mas também a si mesma, por não ter carregado a gravação no bolso, sempre à mão.Ela jamais poderia esquecer disso no futuro!Se tivesse gravado tudo o que Manuel disse naquele
Mais tarde, Rosana deixou a família Camargo, e Natacha ainda não conseguia sair do estado de choque provocado pelos acontecimentos recentes.À noite, Joaquim voltou para casa com as duas crianças.Otília, animada, correu até Natacha e disse:— Mamãe, hoje o papai me levou, junto com o meu irmão, para brincar em todos os brinquedos do parque de diversões. Foi tão emocionante!Adriano não pôde evitar uma risada ao zoar Otília:— Ah, você fala isso com a maior cara de pau? Não foi a mesma pessoa que chorou no parque fantasma?— Você é um chato! — Otília respondeu com raiva. — E tudo porque o papai foi procurar o tio Manuel e nos deixou com o tio Xavier. Quando a gente entrou no parque fantasma, o tio Xavier estava morrendo de medo, ninguém me protegeu, então, claro que eu chorei!Joaquim imediatamente perdeu a cor do rosto e tossiu algumas vezes, tentando dar um sinal para Otília parar de falar.Adriano também fez um gesto com os olhos, meio desconfortável. Afinal, no caminho de volta, o