Rosana escondeu o constrangimento no fundo dos olhos e disse com calma:— Eu já terminei com ele.A mesa de jantar ficou em completo silêncio; até mesmo o som da respiração parecia mais audível.Os colegas de trabalho se entreolharam, visivelmente desconfortáveis; alguns lançaram olhares para Isabelly, reprovando ela por ter falado demais.— Rosa, não tem problema. Esse tipo de homem, que sai por aí atrás de amante, não te faria feliz.— Exatamente! Gente como nós e gente como o Sr. Manuel são muito diferentes. Você merece alguém que só tenha você no coração....Todos tentavam consolar Rosana. Ela, no entanto, sentia uma vergonha crescente.“Se meus colegas soubessem que a verdadeira namorada de Manuel é Joyce e que eu e ele temos apenas aquele tipo de relação... Será que eles me desprezariam?”— Certo, eu vou guardar o que vocês disseram! Vamos comer logo, estou morrendo de fome.Rosana forçou um leve sorriso, claramente querendo mudar de assunto, e começou a comer o prato à sua fren
Joyce rapidamente seguiu Manuel. Ela sentia que, embora ele ainda fosse frio com ela, pelo menos, agora ele aceitava jantar a seu lado. Para Joyce, isso já era um progresso."Não vai demorar muito até que eu consiga fazer com que Manuel goste de mim."Com esse pensamento, ela ficou animada e sugeriu:— Manuel, tem um parque aqui perto. Que tal darmos uma volta? Olha quantos casais passeando por lá.Manuel respondeu calmamente:— Tive um dia de trabalho pesado e não quero caminhar. Vou te levar para casa, já está tarde.Joyce ficou visivelmente desapontada.Assim, Manuel a levou até a entrada do condomínio.— Manuel, você não quer subir para minha casa? — Pediu Joyce, em tom manhoso. — Sobe um pouquinho para descansar. Ah, eu tenho um empregado que é ótimo em massagens! Vou pedir para ele te ajudar, já que você está tão cansado do trabalho.Para Manuel, Joyce era absurdamente irritante. Com a testa franzida, ele disse:— Não, está muito tarde. Não vou subir.Sem alternativa, Joyce desis
Rosana então se lembrou de que, dias atrás, uma vizinha realmente comentara que alguém havia passado em seu apartamento para atualizar os dados dos moradores, mas ela nunca estava em casa.— Tudo bem, me dê só um instante!Ela rapidamente vestiu um casaco por cima do pijama e foi abrir a porta.Assim que a porta se abriu, um grupo de homens com aparência suspeita invadiu o apartamento. Por último, entrou Pedro, com as mãos nos bolsos e uma expressão de triunfo, observando o ambiente com satisfação.Rosana ficou imediatamente tensa e perguntou, atônita:— Como é que é você?Pedro deu um sorriso, dizendo:— Lembra do que eu te disse, Rosana? Eu falei que, mais cedo ou mais tarde, você ia implorar chorando para mim!Enfurecida, Rosana gritou:— É melhor você sair agora! Do contrário, vamos ver quem vai implorar a quem!Pedro soltou uma risada sarcástica e, semicerrando os olhos, respondeu:— Você realmente acha que tem força para me enfrentar? Vou te contar: esses meus amigos aqui são tod
Todos olharam assustados para a porta.Manuel estava parado ali, usando um sobretudo preto, o rosto frio e implacável. Ele os encarou e disse:— Soltem ela agora mesmo e saiam daqui, todos vocês!Pedro sempre desprezou Manuel. Estava a um passo de finalmente levar Rosana para a cama, mas Manuel apareceu de repente e interrompeu seus planos. Fora de si, Pedro soltou Rosana e avançou em direção a Manuel.— Ora, Sr. Manuel apareceu! — Provocou Pedro. — Agora também gosta de frequentar lugares como este? Ou será que não sabe que as mulheres aqui são todas prostitutas? O que houve, Sr. Manuel? Também gosta desse tipo de mulher?Assim que Pedro terminou de falar, uma faísca de ódio surgiu nos olhos de Manuel. Sem hesitar, ele agarrou Pedro pelo colarinho e o puxou para perto, dando dois tapas estrondosos nele, um de cada lado do rosto.— Você! Manuel, como ousa me bater? — Pedro gritou, enfurecido. — Não pense que eu não sei das coisas que você fez. Naquela época, você...Antes que Pedro pud
Rosana finalmente se deu conta da situação e, sem perceber, se aconchegou ainda mais no peito quente de Manuel. Ao ouvir o som forte e constante do coração dele, sentiu sua própria inquietação se acalmar aos poucos. No entanto, logo seus olhos se prenderam em um corte no braço de Manuel, de onde o sangue gotejava lentamente.Assustada, Rosana saiu rapidamente dos braços de Manuel e perguntou, ansiosa:— Você está machucado?Manuel pegou duas folhas de papel toalha e limpou o sangue do próprio braço, respondendo de forma despreocupada:— Foi só um cortezinho, me descuidei e a faca deles me atingiu de leve. Não é nada.— Eu vou com você ao hospital. — A voz de Rosana saiu trêmula, incontrolável, e as lágrimas em seus olhos denunciavam o quanto se preocupava com ele.Manuel segurou a mão dela com firmeza e disse com calma:— Não é necessário, é só um arranhão. Você tem uma caixa de primeiros socorros em casa? Se puder, faça um curativo para mim, já basta.— Você tem certeza? — Rosana pe
Rosana notou o silêncio do homem ao seu lado. Estranhando um pouco, ela virou o rosto, mas assim que o fez, sentiu a mão de Manuel pousar suavemente na nuca dela.A figura alta de Manuel se inclinou para ela, e, com uma respiração profunda, ele provou com intensidade os lábios macios de Rosana. O coração de Rosana parecia querer saltar do peito enquanto ela tentava, em vão, afastar Manuel. Ele, no entanto, a segurava pela cintura, cada vez mais forte, como se quisesse fundir o corpo dela ao seu.Sob o beijo arrebatador de Manuel, Rosana, aos poucos, desistiu de resistir. Na sua mente, flashes do momento em que Manuel apareceu, quase como um deus, para salvá-la, inundaram ela, e aquele vazio que sempre havia sentido no coração parecia, enfim, preenchido.Naquele instante, Rosana não queria pensar, nem sequer tinha tempo para isso. Submersa na paixão avassaladora de Manuel, ela se entregou completamente, se transformando em uma poça de suavidade em seus braços.Quando estavam prestes
Rosana estava a poucos passos atrás de Manuel, mantendo uma distância proposital, com uma cortesia calculada que parecia esfriar um pouco o ambiente entre eles. O beijo de antes... Era como se nunca tivesse acontecido. Nos vinte minutos em que esteve no banho, Rosana havia recuperado a razão. Agora, ela estava completamente lúcida.Rosana falou com cuidado:— Sr. Manuel, obrigada por me salvar hoje. Mas agora já está tarde, então por que não volta para descansar?Manuel então se virou, e sua voz soou fria e decidida:— É melhor você trocar de casa. Não me sinto tranquilo com você morando aqui.Ao ouvir o tom de preocupação e o planejamento de Manuel, Rosana lutou para conter o tremor em seu coração. Com a cabeça baixa, respondeu:— Entendo, mas meu contrato de aluguel ainda não acabou. Amanhã, vou instalar uma porta nova, com mais segurança, e tudo ficará bem.— Rosana! — Manuel, já sem paciência, interrompeu com frieza. — Não estou discutindo isso com você! Amanhã, Cláudio vai traz
Depois de falar, Manuel afastou Rosana e caminhou direto para o pequeno quarto dela. O peito de Rosana subia e descia rapidamente, tomada por uma mistura de ressentimento e frustração. O desejo de posse e o instinto controlador de Manuel haviam atingido um nível quase obsessivo.Rosana se apressou a voltar para seu quarto, mas ao entrar, viu Manuel tirando a roupa.— O que você está fazendo? — Rosana exclamou, se virando de costas apressadamente, sem querer ver o corpo nu dele.Manuel curvou levemente os lábios e respondeu:— O que mais eu poderia fazer? Vou tomar banho, é claro.Rosana ficou atônita. Será que Manuel já considerava aquele lugar como sua própria casa? Como ele podia ser tão descarado?Mas, ao se lembrar do ferimento na mão dele, Rosana ainda não conseguiu conter o aviso:— Cuidado... Não deixe a água tocar no seu machucado.Não houve resposta do banheiro, mas como ela havia falado alto, Manuel certamente teria escutado.Enquanto ouvia o som da água vindo do chuveiro,