Rosana notou o silêncio do homem ao seu lado. Estranhando um pouco, ela virou o rosto, mas assim que o fez, sentiu a mão de Manuel pousar suavemente na nuca dela.A figura alta de Manuel se inclinou para ela, e, com uma respiração profunda, ele provou com intensidade os lábios macios de Rosana. O coração de Rosana parecia querer saltar do peito enquanto ela tentava, em vão, afastar Manuel. Ele, no entanto, a segurava pela cintura, cada vez mais forte, como se quisesse fundir o corpo dela ao seu.Sob o beijo arrebatador de Manuel, Rosana, aos poucos, desistiu de resistir. Na sua mente, flashes do momento em que Manuel apareceu, quase como um deus, para salvá-la, inundaram ela, e aquele vazio que sempre havia sentido no coração parecia, enfim, preenchido.Naquele instante, Rosana não queria pensar, nem sequer tinha tempo para isso. Submersa na paixão avassaladora de Manuel, ela se entregou completamente, se transformando em uma poça de suavidade em seus braços.Quando estavam prestes
Rosana estava a poucos passos atrás de Manuel, mantendo uma distância proposital, com uma cortesia calculada que parecia esfriar um pouco o ambiente entre eles. O beijo de antes... Era como se nunca tivesse acontecido. Nos vinte minutos em que esteve no banho, Rosana havia recuperado a razão. Agora, ela estava completamente lúcida.Rosana falou com cuidado:— Sr. Manuel, obrigada por me salvar hoje. Mas agora já está tarde, então por que não volta para descansar?Manuel então se virou, e sua voz soou fria e decidida:— É melhor você trocar de casa. Não me sinto tranquilo com você morando aqui.Ao ouvir o tom de preocupação e o planejamento de Manuel, Rosana lutou para conter o tremor em seu coração. Com a cabeça baixa, respondeu:— Entendo, mas meu contrato de aluguel ainda não acabou. Amanhã, vou instalar uma porta nova, com mais segurança, e tudo ficará bem.— Rosana! — Manuel, já sem paciência, interrompeu com frieza. — Não estou discutindo isso com você! Amanhã, Cláudio vai traz
Depois de falar, Manuel afastou Rosana e caminhou direto para o pequeno quarto dela. O peito de Rosana subia e descia rapidamente, tomada por uma mistura de ressentimento e frustração. O desejo de posse e o instinto controlador de Manuel haviam atingido um nível quase obsessivo.Rosana se apressou a voltar para seu quarto, mas ao entrar, viu Manuel tirando a roupa.— O que você está fazendo? — Rosana exclamou, se virando de costas apressadamente, sem querer ver o corpo nu dele.Manuel curvou levemente os lábios e respondeu:— O que mais eu poderia fazer? Vou tomar banho, é claro.Rosana ficou atônita. Será que Manuel já considerava aquele lugar como sua própria casa? Como ele podia ser tão descarado?Mas, ao se lembrar do ferimento na mão dele, Rosana ainda não conseguiu conter o aviso:— Cuidado... Não deixe a água tocar no seu machucado.Não houve resposta do banheiro, mas como ela havia falado alto, Manuel certamente teria escutado.Enquanto ouvia o som da água vindo do chuveiro,
O calor do corpo de Manuel dissipou temporariamente a inquietação e o medo de Rosana. Ao amanhecer, quando o céu apenas clareava, Rosana despertou subitamente de um pesadelo.— Manuel, não! — O grito de Rosana acabou acordando Manuel, que dormia profundamente.Com medo, Rosana pegou a mão esquerda de Manuel, onde ele estava machucado, e começou a examiná-la ansiosamente. Somente ao perceber que tudo não passara de um sonho, ela suspirou de alívio.Vendo Rosana tão aflita, Manuel a puxou para junto de si e perguntou com doçura:— O que foi? Sua testa está cheia de suor.De cabeça baixa, Rosana murmurou em voz baixa:— Eu sonhei que Pedro e os outros cortavam a sua mão…Com uma expressão de resignação, Manuel respondeu:— Você não pode desejar algo de bom pra mim, não? — Mas, ao vê-la tão preocupada, ele não pôde evitar um leve contentamento. Afagando os cabelos negros de Rosana, ele sorriu e continuou. — Então, você sonha comigo? Isso significa que você pensa tanto em mim durante o dia
Afinal, com a mão de Manuel envolta em uma bandagem branca, por mais que os outros tentassem ignorar, era impossível não notar.Ao meio-dia, a Sra. Maria apareceu. Assim que viu a mão do filho, seu coração se encheu de preocupação.— Meu Deus, o que aconteceu? — Perguntou ela, aflita. — Como foi que machucou a mão assim? Você brigou com alguém? Ou foi outra coisa?Manuel tentou tranquilizar a mãe, respondendo com leveza:— Não foi nada, só um descuido... Ontem à noite me cortei com um objeto afiado.— Objeto afiado? — O coração da Sra. Maria disparou, e ela insistiu. — Que objeto? Não me diga que você brigou com alguém e usaram uma faca!Com serenidade, Manuel explicou:— Quebrei um copo de vidro sem querer, e foi isso que cortou meu braço.A Sra. Maria, ainda preocupada, sugeriu:— Você deveria ir ao hospital para ver esse ferimento, não acha? Esse curativo não parece muito bem feito... Foi um médico quem fez?— Mãe! — Manuel suspirou, ajudando a Sra. Maria a se sentar. — Eu já sou ad
Joyce ficou em silêncio. Ela apenas queria conversar um pouco mais com Manuel, demonstrar sua preocupação e saudade. Mas, para sua surpresa, Manuel sequer deu a ela resposta.Constrangida, Joyce forçou um sorriso e disse:— Pois é, sua mãe realmente me contou o motivo do seu ferimento. Ela até queria que nós dois fôssemos jantar juntos esta noite! Como você está com a mão machucada e não pode dirigir, que tal se eu fosse te buscar hoje à noite?— Não precisa, tenho motorista. — Manuel rejeitou friamente e perguntou. — Você ainda precisa de algo? Se não, vou voltar ao trabalho.Sem esperar a resposta de Joyce, Manuel desligou o telefone e, irritado, jogou o celular de lado....Do outro lado.Depois de terminar uma entrevista para uma empresa, Rosana voltou para a redação.Isabelly a puxou e, apontando para a sala de descanso, disse:— Rosana, tem uma mulher te esperando ali, faz um bom tempo já. Ah, e o que é interessante é que ela carrega uma bolsa de luxo. Será que... Ela é a mãe do
"Manuel não disse ontem? Que mesmo aquilo que ele joga fora, ninguém mais tem permissão de tocar. Isso não é Manuel me ajudando; é Manuel agindo por si mesmo."Vendo que Rosana estava absorta em seus pensamentos, a Sra. Sarah se aproximou, segurando a mão dela com o desespero de quem agarra uma última esperança, e implorou:— Rosana, por favor, em nome do que já vivemos, converse com o Sr. Manuel. Peça para ele deixar nosso Pedro em paz, está bem?Rosana arqueou os lábios em um sorriso de escárnio e respondeu:— Naquela época, quando vocês destruíram a nossa família Coronado e levaram meu pai à prisão, por que não consideraram o que vivemos juntos? Eu acredito que o mundo dá voltas, e agora a volta chegou, não é?— Sim, sim, a família Ribeiro fez mal a você e aos Coronado, mas tínhamos nossos motivos...A Sra. Sarah tentou justificar aqueles acontecimentos, mas hesitava em revelar o segredo. Ela sabia que, se revelasse tudo, Pedro só acabaria se prejudicando ainda mais.Observando a he
A Sra. Sarah foi tomada por uma fúria avassaladora após ser completamente humilhada por Rosana e, sem hesitar, ergueu a mão, pronta para dar um tapa. No entanto, Rosana segurou firmemente o pulso dela e disse:— Você é mais velha, não quero brigar com você. Eu sugiro que vá embora agora e use esse tempo para pensar em uma maneira de salvar seu filho, não acha melhor?Ao terminar de falar, Rosana empurrou a Sra. Sarah para longe, abriu a porta e saiu.A Sra. Sarah, indignada, seguiu Rosana pelo corredor e gritou:— Rosana, você acha que é o quê agora? Só porque foi a mulher com quem Manuel se divertiu, acha que se tornou alguém mais importante? Pode esperar para ver! Se ao meu Pedro acontecer alguma coisa, se ele perder um fio de cabelo que seja, eu juro que você vai se arrepender!A voz estridente da Sra. Sarah quase chamou a atenção dos colegas da empresa. Felizmente, os seguranças chegaram rápido e a escoltaram para fora.Depois que a Sra. Sarah foi embora, Rosana sentiu uma mistura