O calor do corpo de Manuel dissipou temporariamente a inquietação e o medo de Rosana. Ao amanhecer, quando o céu apenas clareava, Rosana despertou subitamente de um pesadelo.— Manuel, não! — O grito de Rosana acabou acordando Manuel, que dormia profundamente.Com medo, Rosana pegou a mão esquerda de Manuel, onde ele estava machucado, e começou a examiná-la ansiosamente. Somente ao perceber que tudo não passara de um sonho, ela suspirou de alívio.Vendo Rosana tão aflita, Manuel a puxou para junto de si e perguntou com doçura:— O que foi? Sua testa está cheia de suor.De cabeça baixa, Rosana murmurou em voz baixa:— Eu sonhei que Pedro e os outros cortavam a sua mão…Com uma expressão de resignação, Manuel respondeu:— Você não pode desejar algo de bom pra mim, não? — Mas, ao vê-la tão preocupada, ele não pôde evitar um leve contentamento. Afagando os cabelos negros de Rosana, ele sorriu e continuou. — Então, você sonha comigo? Isso significa que você pensa tanto em mim durante o dia
Afinal, com a mão de Manuel envolta em uma bandagem branca, por mais que os outros tentassem ignorar, era impossível não notar.Ao meio-dia, a Sra. Maria apareceu. Assim que viu a mão do filho, seu coração se encheu de preocupação.— Meu Deus, o que aconteceu? — Perguntou ela, aflita. — Como foi que machucou a mão assim? Você brigou com alguém? Ou foi outra coisa?Manuel tentou tranquilizar a mãe, respondendo com leveza:— Não foi nada, só um descuido... Ontem à noite me cortei com um objeto afiado.— Objeto afiado? — O coração da Sra. Maria disparou, e ela insistiu. — Que objeto? Não me diga que você brigou com alguém e usaram uma faca!Com serenidade, Manuel explicou:— Quebrei um copo de vidro sem querer, e foi isso que cortou meu braço.A Sra. Maria, ainda preocupada, sugeriu:— Você deveria ir ao hospital para ver esse ferimento, não acha? Esse curativo não parece muito bem feito... Foi um médico quem fez?— Mãe! — Manuel suspirou, ajudando a Sra. Maria a se sentar. — Eu já sou ad
Joyce ficou em silêncio. Ela apenas queria conversar um pouco mais com Manuel, demonstrar sua preocupação e saudade. Mas, para sua surpresa, Manuel sequer deu a ela resposta.Constrangida, Joyce forçou um sorriso e disse:— Pois é, sua mãe realmente me contou o motivo do seu ferimento. Ela até queria que nós dois fôssemos jantar juntos esta noite! Como você está com a mão machucada e não pode dirigir, que tal se eu fosse te buscar hoje à noite?— Não precisa, tenho motorista. — Manuel rejeitou friamente e perguntou. — Você ainda precisa de algo? Se não, vou voltar ao trabalho.Sem esperar a resposta de Joyce, Manuel desligou o telefone e, irritado, jogou o celular de lado....Do outro lado.Depois de terminar uma entrevista para uma empresa, Rosana voltou para a redação.Isabelly a puxou e, apontando para a sala de descanso, disse:— Rosana, tem uma mulher te esperando ali, faz um bom tempo já. Ah, e o que é interessante é que ela carrega uma bolsa de luxo. Será que... Ela é a mãe do
"Manuel não disse ontem? Que mesmo aquilo que ele joga fora, ninguém mais tem permissão de tocar. Isso não é Manuel me ajudando; é Manuel agindo por si mesmo."Vendo que Rosana estava absorta em seus pensamentos, a Sra. Sarah se aproximou, segurando a mão dela com o desespero de quem agarra uma última esperança, e implorou:— Rosana, por favor, em nome do que já vivemos, converse com o Sr. Manuel. Peça para ele deixar nosso Pedro em paz, está bem?Rosana arqueou os lábios em um sorriso de escárnio e respondeu:— Naquela época, quando vocês destruíram a nossa família Coronado e levaram meu pai à prisão, por que não consideraram o que vivemos juntos? Eu acredito que o mundo dá voltas, e agora a volta chegou, não é?— Sim, sim, a família Ribeiro fez mal a você e aos Coronado, mas tínhamos nossos motivos...A Sra. Sarah tentou justificar aqueles acontecimentos, mas hesitava em revelar o segredo. Ela sabia que, se revelasse tudo, Pedro só acabaria se prejudicando ainda mais.Observando a he
A Sra. Sarah foi tomada por uma fúria avassaladora após ser completamente humilhada por Rosana e, sem hesitar, ergueu a mão, pronta para dar um tapa. No entanto, Rosana segurou firmemente o pulso dela e disse:— Você é mais velha, não quero brigar com você. Eu sugiro que vá embora agora e use esse tempo para pensar em uma maneira de salvar seu filho, não acha melhor?Ao terminar de falar, Rosana empurrou a Sra. Sarah para longe, abriu a porta e saiu.A Sra. Sarah, indignada, seguiu Rosana pelo corredor e gritou:— Rosana, você acha que é o quê agora? Só porque foi a mulher com quem Manuel se divertiu, acha que se tornou alguém mais importante? Pode esperar para ver! Se ao meu Pedro acontecer alguma coisa, se ele perder um fio de cabelo que seja, eu juro que você vai se arrepender!A voz estridente da Sra. Sarah quase chamou a atenção dos colegas da empresa. Felizmente, os seguranças chegaram rápido e a escoltaram para fora.Depois que a Sra. Sarah foi embora, Rosana sentiu uma mistura
Rosana, distraída, pensava: “Minha habilidade na cozinha foi forçada por Manuel, afinal.” Manuel era extremamente exigente com a comida e, no início, para agradá-lo, Rosana se dedicou imensamente a descobrir o que ele gostava. Ela sentia uma leve tristeza no coração; esses costumes acabaram se tornando marcas profundas em sua memória. Que triste! Naquele momento, Rosana ouviu Natacha dizer:— Hoje nem almocei, estou morrendo de fome! Me serve mais um pouco de caldo de galinha, pode ser?Rosana viu que Natacha tinha bebido o caldo até a última gota e, enquanto servia mais uma porção, brincou:— O Sr. Joaquim nem deixa você comer direito? Olha só para você!Natacha fez um gesto de desprezo e reclamou:— Nem me fale disso! Você não tem ideia, a Joyce quase me matou de raiva hoje! Minha cirurgia estava marcada para a manhã, e a dela para a tarde. Mas a Joyce insistiu em passar na frente para atender o paciente primeiro, porque precisava comprar um presente à tarde e, à noite, ia jantar
Rosana voltou para casa, encontrou o cartão bancário que Natacha havia deixado e o guardou na gaveta.Ela sabia que Natacha não tinha aparecido apenas para jantar. Mas o que Rosana não esperava era que, depois de já ter transferido uma boa quantia na última vez, Natacha agora também trouxesse um cartão para ela. Embora se sentisse tocada, Rosana sabia que essa não era uma solução ideal. Afinal, a amizade era para apoiar e aquecer o coração, e não para ser um peso para ambas....Enquanto isso, na casa da família Marques.Após o jantar, Joyce, solícita, disse:— Manuel, venha cá, vou trocar o curativo da sua ferida. Preciso ver se não está muito grave! E se acabar infeccionando? — Disse ela, tirando uma caixa de primeiros socorros. — Trouxe até meu próprio material. Sou médica, claro que minha técnica de curativos é bem melhor que a de uma clínica qualquer.Manuel respondeu com calma:— Não precisa, amanhã eu mesmo posso ir ao hospital para fazer o curativo.A Sra. Maria interveio pro
Depois de falar, Manuel se levantou, olhou o relógio e disse:— Já são quase nove horas. Ainda preciso trabalhar mais quando voltar para casa, então eu vou indo.Sra. Maria chamou Manuel, dizendo:— E a Joyce? Já está tão tarde, você ainda vai deixar a moça voltar sozinha?Manuel não teve tempo de recusar, pois Joyce interveio rapidamente:— Tia, hoje eu vim de carro. Como o Manuel ainda tem coisas para resolver, que ele vá primeiro.Sra. Maria estava cada vez mais satisfeita com Joyce. Ela se voltou para o filho e disse:— Olha só a Joyce! Que moça tão bondosa e atenciosa! No futuro, se você ousar maltratar a minha nora, eu não vou perdoar!Manuel sorriu de leve, respondendo:— Se a senhora gosta dela, então está ótimo.Assim, Manuel foi o primeiro a deixar a casa.Um brilho calculista passou pelo olhar de Joyce, que disse à Sra. Maria:— Tia, eu também já vou. Da próxima vez, volto para visitar a senhora.Sra. Maria assentiu com a cabeça, dizendo:— Certo, vá com cuidado. Quando che