Depois de falar, Manuel se levantou, olhou o relógio e disse:— Já são quase nove horas. Ainda preciso trabalhar mais quando voltar para casa, então eu vou indo.Sra. Maria chamou Manuel, dizendo:— E a Joyce? Já está tão tarde, você ainda vai deixar a moça voltar sozinha?Manuel não teve tempo de recusar, pois Joyce interveio rapidamente:— Tia, hoje eu vim de carro. Como o Manuel ainda tem coisas para resolver, que ele vá primeiro.Sra. Maria estava cada vez mais satisfeita com Joyce. Ela se voltou para o filho e disse:— Olha só a Joyce! Que moça tão bondosa e atenciosa! No futuro, se você ousar maltratar a minha nora, eu não vou perdoar!Manuel sorriu de leve, respondendo:— Se a senhora gosta dela, então está ótimo.Assim, Manuel foi o primeiro a deixar a casa.Um brilho calculista passou pelo olhar de Joyce, que disse à Sra. Maria:— Tia, eu também já vou. Da próxima vez, volto para visitar a senhora.Sra. Maria assentiu com a cabeça, dizendo:— Certo, vá com cuidado. Quando che
Diante da insistência de Joyce, Manuel fez uma expressão severa e disse:— Você pode fazer o que quiser. Mas, se eu descobrir mais uma vez que você está me seguindo, ou que contratou alguém para fazer isso, você terá que arcar com as consequências que não conseguirá suportar. Se não acreditar, pode tentar!Depois dessas palavras, Manuel entrou no carro e se afastou, acelerando a saída.Joyce ficou olhando o carro de Manuel se afastar cada vez mais, visivelmente irritada. O olhar de Manuel tinha sido assustador, como se, se ela o seguisse novamente, ele fosse capaz de matá-la."Mas se eu não seguir o Manuel, como vou saber quem é aquela mulher?"...Quando Manuel chegou à casa de Rosana, já estava perto das dez horas.Bateu na porta, mas ninguém respondeu. Contudo, as luzes dentro da casa estavam acesas.Ele pegou o celular, só para perceber que estava sem bateria e desligado.Manuel bateu com mais força na porta e disse:— Rosana, abre logo a porta! Se você não abrir, vou chamar alguém
Rosana se sentou quieta à frente de Manuel, seus olhos observando a nova bandagem em seu braço. Era óbvio que a troca havia sido feita com mais cuidado, bem diferente da maneira apressada e desajeitada com que ela havia feito ontem. A forma como ele estava agora envolto no curativo parecia profissional, o que a fez pensar na noiva de Manuel, que, como médico, certamente teria sido capaz de cuidar dele melhor. Uma pontada de tristeza atravessou o coração de Rosana.Mesmo agora, enquanto Manuel degustava o caldo de galinha que ela preparou, Rosana sentia que aquilo era uma espécie de recompensa, como se fosse um prêmio dado por Manuel, e não um simples gesto de carinho ou necessidade.No final, Manuel não apenas terminou o caldo, mas também comeu todo o frango.— Está bom. — Foi a avaliação dele, sincera e direta.Rosana pegou a tigela, e em silêncio, foi até a cozinha lavar a louça.Manuel a seguiu até a porta da cozinha, e com um tom casual, disse:— Eu posso contratar uma empregada
O coração de Manuel se apertou inexplicavelmente.Manuel sabia, mas a obsessão e o ressentimento que carregava em seu peito eram tão profundos que ele só podia ser cruel com Rosana. Somente assim poderia tentar curar as feridas de sua infância, somente assim poderia compensar os anos de sofrimento que sua mãe havia suportado por ele.Manuel manteve o rosto impassível, como se as palavras de Rosana não tivessem abalado seu interior.Em silêncio, ele pegou o colar, caminhou até ela e, sem dizer uma palavra, colocou ele ao redor do pescoço de Rosana. Ela até pôde sentir o toque frio de seus dedos contra sua pele.Então, ouviu a voz de Manuel, fria e distante, vindo de trás dela:— Na vida, é importante sempre pensar nas consequências de tudo o que fazemos. Não ponha todas as suas esperanças em Cristóvão, senão, tenho medo de que você possa acabar perdendo tudo.Com essas palavras, Manuel se virou e se dirigiu para a porta, como se estivesse prestes a deixar a casa de Rosana.— Espere! — R
Para manter a lucratividade do Escritório de Advocacia Smooth Sailing na Cidade M, Cristóvão assinou um contrato de aposta com a Sra. Sarah.Se Cristóvão vencesse o processo, a Sra. Sarah pagaria a ele dois milhões de reais em honorários advocatícios. Porém, se Cristóvão perdesse o caso, não só não receberia nenhum pagamento, como também teria que pagar à Sra. Sarah dois milhões de reais.Manuel, ao ver a expressão constrangida de Cristóvão, sorriu e disse:— Acertou, não é?Cristóvão, irritado, respondeu:— Manuel, não seja tão arrogante. Eu só quero te avisar uma coisa: esse processo eu já ganhei, você vai ter que perder para mim!Ao ouvir a certeza na voz de Cristóvão, Manuel quase pensou que seus ouvidos estavam falhando.Com um olhar levemente desconfiado, Manuel observou Cristóvão, que soltou um sorriso frio e disse:— Você, por Rosana, até machucou a mão e ainda foi pessoalmente enfrentar um sujeito como o Pedro em um processo. Isso não prova o quanto Rosana é importante para v
Rosana rapidamente virou o rosto, desviando o olhar de Manuel, e seguiu com passos ligeiramente desordenados em outra direção. Só ao entrar no elevador é que percebeu que seus olhos estavam vermelhos. Ela respirou fundo algumas vezes, ajustou suas emoções e retocou a maquiagem.Após esperar um pouco na sala reservada, Cristóvão finalmente entrou, acompanhado por um homem de meia-idade.Rosana se levantou imediatamente.Cristóvão apresentou:— Este é o Sr. Luciano.O Sr. Luciano rapidamente interveio:— Aqui dentro, não é necessário me chamar assim. Se alguém ouvir, pode ser problemático. — Após isso, ele sorriu para Rosana e se aproximou dela. — Srta. Rosana, meu nome é Luciano. Como estamos aqui para jantar, podemos ser amigos. Pode me chamar apenas de Luciano!Rosana olhou para Luciano com um olhar investigativo, seus olhos refletindo uma ponta de desconfiança. O tal Luciano parecia ter pelo menos cinquenta anos. Não estaria na hora de se aposentar? Além disso, Rosana já tinha ido
Rosana deu um olhar frio para Luciano e disse com indiferença:— Desculpe, Sr. Luciano, vou pensar em outra maneira de resolver essa questão. Vou embora agora.Dizendo isso, Rosana pegou sua bolsa e se dirigiu para a porta. De repente, suas pernas começaram a tremer, e uma sensação de fraqueza tomou conta de seu corpo.Ela caiu no chão, sentindo como se uma chama estivesse começando a crescer dentro dela, aumentando cada vez mais, como se estivesse prestes a consumi-la por completo.Estava quente, um calor insuportável...Rosana, lutando contra aquela sensação, olhou para eles e perguntou, com dificuldade:— O que havia naquela bebida de agora há pouco?Luciano e Cristóvão trocaram um olhar e riram, de forma desprezível. Cristóvão deu um tapinha no ombro de Luciano e disse:— Sr. Luciano, essa mulher é sua agora. Mas se lembra do nosso acordo: você vai me ajudar com o caso do Pedro, certo? Preciso que ajeite isso para mim!— Pode deixar! — Respondeu Luciano, satisfeito. — Tenho vários
Rosana quase pensou estar sonhando.— Manuel... — Murmurou ela, chamando o nome dele com voz fraca.Foi somente quando se viu envolta naquele abraço quente e familiar que Rosana percebeu que, de fato, Manuel estava ali para salvá-la.Manuel a segurou em seus braços, com os lábios firmemente pressionados em uma linha fina, e um olhar congelante, como o inverno. Com passos rápidos, ele levou Rosana para o quarto que havia reservado.Ao colocá-la na cama, Manuel se preparava para voltar e lidar com Cristóvão e Luciano. No entanto, foi interrompido ao sentir a mão dela segurar a sua.— Não vá, Manuel... Não me deixe... — Murmurou Rosana, quase inconsciente, chamando-o com súplica.Seus cabelos negros se espalhavam pela cama branca como algas flutuantes, e seu rosto, normalmente pálido, agora se tingia de um rubor intenso. A pureza e a sedução se misturavam em uma harmonia arrebatadora.Foi então que Manuel notou o efeito da droga erótica em Rosana.Ele pegou o celular e ligou para Cláudio,