Rosana se sentou quieta à frente de Manuel, seus olhos observando a nova bandagem em seu braço. Era óbvio que a troca havia sido feita com mais cuidado, bem diferente da maneira apressada e desajeitada com que ela havia feito ontem. A forma como ele estava agora envolto no curativo parecia profissional, o que a fez pensar na noiva de Manuel, que, como médico, certamente teria sido capaz de cuidar dele melhor. Uma pontada de tristeza atravessou o coração de Rosana.Mesmo agora, enquanto Manuel degustava o caldo de galinha que ela preparou, Rosana sentia que aquilo era uma espécie de recompensa, como se fosse um prêmio dado por Manuel, e não um simples gesto de carinho ou necessidade.No final, Manuel não apenas terminou o caldo, mas também comeu todo o frango.— Está bom. — Foi a avaliação dele, sincera e direta.Rosana pegou a tigela, e em silêncio, foi até a cozinha lavar a louça.Manuel a seguiu até a porta da cozinha, e com um tom casual, disse:— Eu posso contratar uma empregada
O coração de Manuel se apertou inexplicavelmente.Manuel sabia, mas a obsessão e o ressentimento que carregava em seu peito eram tão profundos que ele só podia ser cruel com Rosana. Somente assim poderia tentar curar as feridas de sua infância, somente assim poderia compensar os anos de sofrimento que sua mãe havia suportado por ele.Manuel manteve o rosto impassível, como se as palavras de Rosana não tivessem abalado seu interior.Em silêncio, ele pegou o colar, caminhou até ela e, sem dizer uma palavra, colocou ele ao redor do pescoço de Rosana. Ela até pôde sentir o toque frio de seus dedos contra sua pele.Então, ouviu a voz de Manuel, fria e distante, vindo de trás dela:— Na vida, é importante sempre pensar nas consequências de tudo o que fazemos. Não ponha todas as suas esperanças em Cristóvão, senão, tenho medo de que você possa acabar perdendo tudo.Com essas palavras, Manuel se virou e se dirigiu para a porta, como se estivesse prestes a deixar a casa de Rosana.— Espere! — R
Para manter a lucratividade do Escritório de Advocacia Smooth Sailing na Cidade M, Cristóvão assinou um contrato de aposta com a Sra. Sarah.Se Cristóvão vencesse o processo, a Sra. Sarah pagaria a ele dois milhões de reais em honorários advocatícios. Porém, se Cristóvão perdesse o caso, não só não receberia nenhum pagamento, como também teria que pagar à Sra. Sarah dois milhões de reais.Manuel, ao ver a expressão constrangida de Cristóvão, sorriu e disse:— Acertou, não é?Cristóvão, irritado, respondeu:— Manuel, não seja tão arrogante. Eu só quero te avisar uma coisa: esse processo eu já ganhei, você vai ter que perder para mim!Ao ouvir a certeza na voz de Cristóvão, Manuel quase pensou que seus ouvidos estavam falhando.Com um olhar levemente desconfiado, Manuel observou Cristóvão, que soltou um sorriso frio e disse:— Você, por Rosana, até machucou a mão e ainda foi pessoalmente enfrentar um sujeito como o Pedro em um processo. Isso não prova o quanto Rosana é importante para v
Rosana rapidamente virou o rosto, desviando o olhar de Manuel, e seguiu com passos ligeiramente desordenados em outra direção. Só ao entrar no elevador é que percebeu que seus olhos estavam vermelhos. Ela respirou fundo algumas vezes, ajustou suas emoções e retocou a maquiagem.Após esperar um pouco na sala reservada, Cristóvão finalmente entrou, acompanhado por um homem de meia-idade.Rosana se levantou imediatamente.Cristóvão apresentou:— Este é o Sr. Luciano.O Sr. Luciano rapidamente interveio:— Aqui dentro, não é necessário me chamar assim. Se alguém ouvir, pode ser problemático. — Após isso, ele sorriu para Rosana e se aproximou dela. — Srta. Rosana, meu nome é Luciano. Como estamos aqui para jantar, podemos ser amigos. Pode me chamar apenas de Luciano!Rosana olhou para Luciano com um olhar investigativo, seus olhos refletindo uma ponta de desconfiança. O tal Luciano parecia ter pelo menos cinquenta anos. Não estaria na hora de se aposentar? Além disso, Rosana já tinha ido
Rosana deu um olhar frio para Luciano e disse com indiferença:— Desculpe, Sr. Luciano, vou pensar em outra maneira de resolver essa questão. Vou embora agora.Dizendo isso, Rosana pegou sua bolsa e se dirigiu para a porta. De repente, suas pernas começaram a tremer, e uma sensação de fraqueza tomou conta de seu corpo.Ela caiu no chão, sentindo como se uma chama estivesse começando a crescer dentro dela, aumentando cada vez mais, como se estivesse prestes a consumi-la por completo.Estava quente, um calor insuportável...Rosana, lutando contra aquela sensação, olhou para eles e perguntou, com dificuldade:— O que havia naquela bebida de agora há pouco?Luciano e Cristóvão trocaram um olhar e riram, de forma desprezível. Cristóvão deu um tapinha no ombro de Luciano e disse:— Sr. Luciano, essa mulher é sua agora. Mas se lembra do nosso acordo: você vai me ajudar com o caso do Pedro, certo? Preciso que ajeite isso para mim!— Pode deixar! — Respondeu Luciano, satisfeito. — Tenho vários
Rosana quase pensou estar sonhando.— Manuel... — Murmurou ela, chamando o nome dele com voz fraca.Foi somente quando se viu envolta naquele abraço quente e familiar que Rosana percebeu que, de fato, Manuel estava ali para salvá-la.Manuel a segurou em seus braços, com os lábios firmemente pressionados em uma linha fina, e um olhar congelante, como o inverno. Com passos rápidos, ele levou Rosana para o quarto que havia reservado.Ao colocá-la na cama, Manuel se preparava para voltar e lidar com Cristóvão e Luciano. No entanto, foi interrompido ao sentir a mão dela segurar a sua.— Não vá, Manuel... Não me deixe... — Murmurou Rosana, quase inconsciente, chamando-o com súplica.Seus cabelos negros se espalhavam pela cama branca como algas flutuantes, e seu rosto, normalmente pálido, agora se tingia de um rubor intenso. A pureza e a sedução se misturavam em uma harmonia arrebatadora.Foi então que Manuel notou o efeito da droga erótica em Rosana.Ele pegou o celular e ligou para Cláudio,
Manuel apenas pôde sorrir e disse:— Nós temos uma sintonia especial, não é?Apesar de ser uma frase simples, o rosto de Rosana corou instantaneamente.Rosana, incapaz de encarar o olhar intenso de Manuel, murmurou baixinho:— Obrigada, você me salvou mais uma vez.Manuel curvou os lábios em um sorriso discreto e puxou Rosana para junto de si, sua voz rouca e profunda carregando um tom de provocação:— E você ainda se lembra do que mais aconteceu ontem à noite?Rosana parou por um instante, relembrando os acontecimentos após Manuel tê-la salvo na noite anterior. Embora sua consciência estivesse turva naquele momento, a sensação de prazer e excitação permanecia viva em sua memória.Ela se lembrou de como havia segurado Manuel, impedindo ele de ir embora, insistindo para que ele ficasse ao seu lado...O rosto de Rosana ficou tão vermelho que parecia prestes a derreter. Sentia uma vontade quase incontrolável de desaparecer de tanta vergonha.Manuel, achando graça na expressão adorável de
Rosana ouviu aquilo com enorme surpresa, e seu corpo inteiro tremia sem parar. Manuel declarou com firmeza:— Só eu posso salvar seu pai, e só eu tenho a capacidade para isso. Caso contrário, é melhor você se acostumar com a ideia de que ele ficará preso para sempre!Ao terminar a frase, Manuel começou a caminhar em direção à porta. Mas, naquele instante, Rosana saltou da cama e correu atrás dele. Ela o abraçou por trás, envolvendo a cintura de Manuel com seus braços, e pressionou o rosto contra suas costas largas, de onde escapou um leve e dolorido murmúrio:— Manuel, por favor, não vá. Você pode me dar um tempo para pensar?Manuel se virou, segurando o queixo de Rosana e erguendo seu rosto, enquanto perguntava:— Tempo para pensar no quê?Rosana respondeu, com uma expressão de cansaço e desamparo:— Muita coisa aconteceu recentemente, e minha mente está um caos. Será que você poderia me dar um tempo? Para eu... Refletir um pouco?Com um leve sorriso nos lábios, Manuel perguntou:—