Manuel deu uma risada fria e disse:— Você vai me compensar? Pelo visto, Cristóvão é bem generoso com você. Ele está disposto a gastar por sua causa? Caso contrário, com o quê você pretende me compensar?Ao ouvir isso, Rosana não conseguiu conter as lágrimas de frustração. Seus olhos ficaram vermelhos e úmidos, enquanto as lágrimas ameaçavam cair.— Se não fosse por Cristóvão me encher a cabeça com aquelas palavras estranhas hoje à noite, eu nunca teria me distraído ao volante e causado a colisão. Agora, com Manuel mencionando aquele nome, uma mistura de raiva e injustiça aflorou em Rosana.Com um impulso, ela exclamou irritada:— Pense o que quiser!Sem sequer olhar para Manuel, ela continuou andando decidida.Manuel, com suas pernas longas, a seguiu de perto e, em tom frio, declarou:— E vai embora assim? Não foi você quem disse que pagaria pelos danos do meu carro?Rosana parou de repente, lançando um olhar furioso a Manuel.— Então vá em frente e me processe! Você não é um grande
Rosana correu rapidamente até o quarto, pegou o remédio para o estômago e encheu um copo com água morna.— Tome o remédio logo. — Disse ela.Foi então que Manuel percebeu o olhar preocupado no rosto de Rosana. Aquela expressão tão vívida e genuína a tornava ainda mais atraente aos seus olhos. Ele sentiu o pomo de Adão se mover levemente enquanto pegava o copo e o remédio.Com o olhar um tanto confuso, Manuel puxou Rosana para seus braços, segurando ela ali. Com uma voz rouca e profunda, ele perguntou:— Você se preocupa tanto assim comigo?Um rubor de embaraço subiu ao rosto de Rosana, como se ele tivesse lido seus pensamentos. Rapidamente, ela se desvencilhou dos braços dele, tentando disfarçar o desconforto.— Quem se preocupa com você? Sr. Manuel, não vá tirar conclusões erradas!Insatisfeito com a resposta, Manuel não conseguiu esconder seu descontentamento. Em tom frio, ele comentou:— Passei a noite toda ocupado resolvendo o problema que você causou com a colisão do meu carro, e
A expressão de Rosana ficou melancólica enquanto pendurava cuidadosamente o terno azul de Manuel, junto com a gravata e a camisa que havia preparado para ele. Só depois de deixar tudo em ordem, Rosana se retirou.Ela achava que era melhor assim, se encarando apenas como uma assistente pessoal comum na vida de Manuel, e ele, por sua vez, como um empregador como qualquer outro. Dessa forma, nenhum dos dois se sentiria sobrecarregado, nem ficariam presos em dúvidas sobre quem amava quem, ou com quem o outro estaria.Manuel provavelmente não se preocuparia com essas questões. A única a se incomodar era Rosana.Ela caminhava pela rua, sentindo a brisa da noite e tentando se manter lúcida. "Eu realmente estava tão preocupada assim? Não fui eu quem, de maneira muito calma e objetiva, escolheu o terno perfeito para ele usar amanhã ao conhecer a família da pretendente?"...Na tarde seguinte, todos da agência de informação estavam novamente saboreando os doces por conta de Rosana.— Meu Deus
Rosana, num momento de autoironia, pensou: “Talvez, para o Manuel, eu seja apenas uma diversão passageira, como alguém brincando com um gato ou um cachorro. Por que tenho que tentar adivinhar o que ele quer dizer com tudo isso? Não deveria dar tanta importância ao que Manuel faz por mim. Afinal, hoje ele ainda vai conhecer o futuro sogro e a futura sogra!”Enquanto esses pensamentos confusos a tomavam, o celular de Rosana vibrou com uma nova mensagem. Ela abriu e viu que era Manuel:[E então, gostou dos doces?]Rosana sentiu seu coração acelerar de maneira inexplicável. Sua primeira reação foi responder que ele estava sendo ridículo, mas, em vez disso, ela escreveu:[Os colegas adoraram, obrigada.]Logo em seguida, Manuel enviou outra mensagem:[E em comparação com os doces que o Cristóvão encomendou ontem?]Rosana ficou levemente surpresa e, antes que pudesse responder, Manuel já havia apagado a mensagem....No mesmo instante, Manuel, sentado em seu escritório, balançou a cabeça com
Joyce tinha crescido em uma família rica, e sabia como ninguém agradar os mais velhos.Ela pegou o presente que havia preparado com antecedência e o entregou à Sra. Maria, dizendo com doçura:— Tia, da última vez, a senhora comentou que tinha tonturas frequentes e estava anêmica. Este é um suplemento que mandei trazer especialmente para a senhora. Experimente. Se funcionar bem, compro mais da próxima vez.— Joyce, é raro encontrar uma menina tão atenciosa quanto você. — Disse a Sra. Maria, se virando para Manuel. — Você precisa tratar a Joyce muito bem, ouviu? Se você ousar perder uma esposa tão maravilhosa como ela, quero ver se te deixo escapar!Manuel forçou um sorriso e respondeu:— Mãe, por que a senhora não deixa os tios irem comer? Podemos conversar enquanto comemos.A Sra. Maria concordou com a cabeça rapidamente e disse:— Certo, com toda essa alegria, até me esqueci disso. Vamos, pessoal, vamos comer!Assim, todos se acomodaram ao redor da mesa.A Sra. Priscila, que também ad
Sra. Maria rapidamente se virou para Manuel e disse:— Depressa, Manuel, faça um brinde ao seu tio Ronaldo e peça desculpas a ele.Manuel não estava muito disposto a fazer isso, mas não podia ignorar a honra de sua mãe nem confrontá-la diretamente na frente de todos. Assim, ele levantou o copo e, se dirigindo a Ronaldo, disse:— Tio Ronaldo, desculpe, foi um erro meu agora há pouco.Ronaldo, com a intenção de dar uma lição a Manuel, retrucou:— Uma taça e pronto? No mínimo você deve beber três! Manuel, você é advogado, deve estar acostumado com reuniões e jantares de negócios. Aposto que sabe beber bem!Manuel, sem se deixar intimidar, continuou a acompanhar Ronaldo na bebida. No final, Ronaldo acabou completamente bêbado, enquanto Manuel, com o rosto apenas levemente avermelhado, se mantinha firme e calmo em sua cadeira.Joyce estava profundamente irritada, achando que seu pai não pensava nas consequências de suas ações. Eles tinham ido àquele jantar para que as duas famílias definiss
Bairros com vista para o mar.Joyce estacionou o carro, animada com a ideia de visitar a casa de Manuel. Afinal, aquele era um dos melhores bairros da Cidade M, onde as propriedades eram caríssimas e dificilmente estavam à venda mesmo para aqueles que podiam pagar. Quando Ronaldo voltou ao país, ele tentou comprar uma casa no Bairros com vista para o mar, mas não havia conseguido, o que aumentava ainda mais a curiosidade de Joyce sobre a vida de Manuel.Enquanto ela se preparava para descer do carro, Manuel a interrompeu:— Obrigado por hoje. Pode levar o carro e voltar para casa.Joyce ficou surpresa; será que ele realmente a via como sua motorista? Tentando disfarçar o constrangimento, ela estacionou o carro, saiu e, com um sorriso tímido, perguntou:— Manuel, essa é a minha primeira vez na sua casa. Não vai me convidar para dar uma olhada?Manuel franziu o cenho, visivelmente incomodado, e respondeu:— Já está tarde. Fica para outra vez. Além disso, eu bebi muito hoje e estou exau
Manuel já se levantava, conduzindo Joyce firmemente até a porta, deixando claro que era hora de se despedirem. No entanto, ao se aproximar da saída, Joyce notou algo que antes passou despercebido no armário de sapatos: um par de botas femininas estilo Martin. Como todas as botas ali eram pretas, inicialmente ela não havia reparado, mas agora percebeu que aquele par era visivelmente menor sem dúvida, eram de uma mulher.Joyce ficou em choque ao compreender o que significava aquela presença. E, ao mesmo tempo, o olhar de Manuel também se endureceu; ele também as havia notado. "Será que Rosana ainda está em casa?" A dúvida o atingiu, deixando ele apreensivo.Com um movimento rápido, Manuel abriu a porta, mantendo um tom firme ao dizer:— Srta. Joyce, eu não vou poder te acompanhar até em casa desta vez.Joyce hesitou. Por um instante, pensou em confrontá-lo diretamente, mas logo recuou. E se ela estivesse errada? Se não houvesse prova alguma, Manuel certamente usaria isso a seu favor