— E o que isso tem a ver comigo? — Josiane perguntou de volta.Henrique ficou sem palavras.A respiração dele ficou mais pesada, e mesmo com a distância do telefone, ainda era possível sentir a mudança em seu estado emocional.— Josiane, nós ainda não nos divorciamos. — Henrique disse.Josiane soltou uma risada fria.— Qual lei diz que um casal casado tem que morar junto?Henrique ficou sem palavras novamente.Josiane respondeu com frieza:— Se não for nada, não me ligue mais. — Ela ia desligar, mas então se lembrou de algo e acrescentou. — Se for sobre o divórcio, me avise.Depois de falar, desligou a chamada.Jogou o celular de lado e foi até a cozinha para ver a sopa de costela que estava preparando....No escritório, com uma iluminação fria, o clima tenso dava a sensação de sufocamento.Henrique olhou para a chamada desligada, com o rosto visivelmente abatido.Ele sabia onde Josiane estava, mas se fosse até ela naquele momento e a forçasse a voltar, ela certamente não aceitaria.E
— Eu já estou satisfeito, não precisa ir pegar mais nada. — Benjamin disse.Josiane franziu levemente a testa. — Ben, não é incômodo, eu posso ir pegar sim.Mas Benjamin respondeu:— Ele tem te seguido. E se você for pegar e ele aparecer de novo?Josiane ficou em silêncio.Henrique teria ido até o hospital, sem provocação, sem arranjar briga, só para disputar a comida. Ela realmente não esperava por isso.Benjamin fez um som de desdém, dizendo:— Parece que ele não gostou de ver você fazendo comida para mim.Josiane estava arrumando a marmita e disse:— A comida que eu faço, é direito meu decidir para quem dar. Não importa o quanto ele fique insatisfeito, não tem nada que ele possa fazer.— Está certo. — Benjamin assentiu com aprovação. Seus olhos de raposa, suaves e brilhantes, sorriram enquanto observava ela.Josiane arrumou a marmita e, em seguida, disse:— Ben, você pode pedir o que quiser.— Sério? — Benjamin a olhou surpreso.Josiane assentiu, seus olhos brilharam um pouco mais.
Fabiana ficou surpresa, mas logo se irritou e disse:— Que relação eu tenho com o Ben não é da sua conta!Josiane ergueu uma sobrancelha e respondeu:— Você mesma disse que o Ben está solteiro. Então, de onde vem a sua autoridade para me dar lição?— Você! — O rosto de Fabiana ficou ainda mais feio com a resposta.Josiane continuou:— Eu sou amiga do Ben, e percebi que você parece ter uma relação mais próxima com ele. Quero te dar um conselho: se você continuar agindo assim, toda vez que aparecer alguém do sexo oposto perto dele, apenas parecerá que você é muito sem educação.O rosto de Fabiana ficou ainda mais fechado.— Você se atreve a me dar uma lição? Por que você acha que tem esse direito?Josiane respondeu calmamente:— Eu não estou te repreendendo, estou apenas fazendo uma recomendação amigável.Depois daquilo, ela olhou para Benjamin.— Ben, já está tarde, eu vou embora.Com aquelas palavras, ela pegou a marmita e se virou para sair.— Não vá, explique melhor o que você quis d
Ela tentou controlar suas emoções e disse:— Henrique, esta é a casa da minha amiga, não comece a surtar à toa!A respiração de Henrique ficou próxima aos lábios dela. Quando ele falava, seus lábios tocavam os dela, e sua voz soava rouca:— Então venha comigo, eu te levo para outro lugar para surtarmos.Sem vergonha!Josiane xingou mentalmente, respirou fundo e disse:— Me solte, não estou a fim de brigar com você.Henrique arqueou uma sobrancelha.— Eu não estou brigando com você, estou fazendo algo importante.— Isso que você está fazendo é “algo importante”? — Josiane franziu a testa.Henrique riu baixinho.— Isso que eu estou fazendo não é importante?Josiane ficou sem palavras.Ela sentiu a raiva subir, desejando dar um empurrão nele e mandar ele embora.Mas ela sabia que não tinha força para aquilo.Se dissesse algo que o irritasse, ele poderia realmente perder o controle ali.Josiane fechou os olhos por um momento e desviou o olhar, em silêncio.Henrique a observou, vendo a luta
Josiane olhou para ele com frieza. — Se você não tivesse batido nele, eu realmente não precisaria levar comida para ele.Henrique apertou os dentes.Aquela mulher estava culpando ele?Ele a encarou com um olhar gélido.Josiane ignorou seu olhar e continuou comendo.Henrique apagou o cigarro e jogou no lixo, em seguida, aproximou-se sem cerimônias e pegou o garfo para começar a comer.Josiane franziu a testa e disse:— Eu não deixei você comer!— Você é minha esposa, a comida que é sua pode ser comida por outro homem, mas não por mim? — Henrique respondeu.— Sim, você não pode comer. — Josiane respondeu.Henrique a olhou profundamente e disse:— Eu vou comer. O que você vai fazer a respeito?Josiane ficou sem palavras.Aquele homem, quando ficou tão sem vergonha?Ela ficou um pouco atordoada, sentindo algo estranho.Nem o Rique de antes, que havia perdido a memória, nem ele depois de recuperar as lembranças, jamais agiram assim.Sem vergonha, sem vergonha até o limite!Para ele, pareci
Henrique olhou para Benjamin.— Ouviu? Saindo do hospital, vire à esquerda, tem uma cafetaria.Josiane ficou sem palavras.Benjamin sorriu de leve, como se estivesse prestes a rir.— Sr. Henrique, parece que Josiane está falando com você.Henrique manteve a expressão indiferente.— Só parece.Josiane ficou completamente sem palavras.Ela prendeu os lábios, mas logo olhou para Benjamin.— Ben, peça para a enfermeira cuidar disso. Eu vou sair um pouco.Ela colocou a marmita sobre a mesa e então segurou a mão de Henrique, saindo do quarto do hospital.Henrique imediatamente percebeu que ela estava segurando sua mão. Seus olhos escuros, quase negros, pareciam perdidos, como se até o motivo de sua visita tivesse se dissipado.Tanto tempo se passou, e ela finalmente tomou a iniciativa de segurar sua mão.Josiane não notou sua reação estranha, até que já estivessem fora do hospital. Foi quando ela soltou a mão dele e o olhou com frieza.— Henrique, isso não tem graça.Henrique olhou para a pa
— Você acha que vai conseguir fugir? — Por trás dela, a voz profunda e magnética do homem soou.Josiane parou por um momento, se virou e olhou para ele.— O que você pretende fazer?Henrique estava ao lado do carro, com os dedos longos e bonitos segurando um cigarro, mas não o acendeu, apenas o manipulava. Seus olhos de águia estavam fixos nela, escuros e profundos.Josiane se sentiu desconfortável sob seu olhar.O olhar dele era extremamente agressivo, como se fosse devorar ela viva.Quando ela já não aguentava mais, ele de repente desviou os olhos e se dirigiu para a Mansão Água Azul.— Me siga. — Henrique lançou as palavras, sem nem olhar para ela.Ele não se preocupava com a possibilidade de ela fugir.Josiane não tinha poder nem influência, não conseguiria escapar das mãos dele.As mãos de Josiane se fecharam em punho. Sem escolhas, ela teve que o seguir.No entanto, ele não entrou na linda mansão, mas foi em direção ao jardim.Houve uma expressão de dúvida nos olhos de Josiane.P
Henrique percebeu o olhar dela e, de repente, se virou para a encarar.— O que você está olhando?Os cílios de Josiane tremeram levemente.Foi então que Viviane também a viu e, de repente, disse:— Josiane, você já viu, não é? Você nunca deveria ter salvado ele! Eu perdi uma perna por causa dele, e olha só como ele me trata agora! Você o recolheu, se casou com ele, e o que ele fez com você? Ele nunca mereceu o seu amor!A testa de Josiane se franziu.Viviane estava louca?Dizendo aquelas coisas na frente de Henrique... Ela não tinha medo de que ele simplesmente a matasse?O rosto de Henrique, como esperado, escureceu, seus olhos refletiam uma intenção assassina ao encarar Viviane. Ele lançou um olhar para a prótese dela e, de repente, disse:— Já que uma perna mecânica está atrapalhando... Que tal eu trocar a outra também?Viviane olhou para ele, incrédula.— Você... Henrique, você está louco? Como ousa falar assim comigo?Nos olhos de Henrique brilhou um tom carmesim, mas ele se forço