Josiane olhou para ele, com o olhar calmo, mas a voz carregada de certa frieza.— Mas Henrique, no final das contas, foi você quem não acreditou em mim.As sobrancelhas de Henrique se franziram.A voz de Josiane soou suave:— Agora tudo está claro, mas e se, na próxima vez, alguém me incriminar e eu não conseguir explicar? Você vai continuar achando que fui eu?Os lábios finos de Henrique se apertaram, formando uma linha reta.Ele realmente não poderia garantir que acreditaria nela.Ele fechou os olhos por um momento e, de repente, imagens passaram por sua mente. A mulher brincando com um brinquedo, o fazendo rir ao entregar o brinquedo a ele. Mas, no instante em que ele o pegou, o brinquedo explodiu.Sua mão ficou coberta de sangue...Situações como aquela, ele não conseguia contar quantas haviam acontecido.— Então, para evitar esse tipo de mal-entendido, que tal nos divorciarmos? — Josiane disse.Assim que eles se divorciassem, qualquer coisa que acontecesse com ele não teria mais r
Era realmente o chaveiro dela.— Obrigada. — Josiane pegou o chaveiro e disse, olhando para o homem ao seu lado.O motorista acenou com a mão.— De nada. Se puder me avaliar com cinco estrelas, já fico satisfeito.— Tudo bem.Josiane se virou e voltou para casa.Depois de toda aquela movimentação, ela nem sentia mais fome.Pegou o celular e viu que Benjamin havia lhe enviado uma mensagem.Benjamin: [O café da manhã estava ótimo. O Henrique não morreu de raiva, né?]Josiane não conseguiu segurar um sorriso.Josiane: [Ele está bem. O importante é que você tenha gostado.]Benjamin: [Não precisa vir ao meio-dia, aproveite para descansar um pouco.]Josiane: [Ok, então passo aí à noite.]Benjamin devia ter algum compromisso no horário do almoço, o que era perfeito, pois ela poderia descansar e pensar no que fazer a seguir.Ficar parada não era seu estilo.Embora tivesse dinheiro suficiente para viver confortavelmente pelo resto da vida, não queria um destino tão previsível. Aquilo faria sua
Henrique jogou um documento diretamente sobre a mesa.— Dá uma olhada você mesmo.Jacarias pegou o papel e, ao olhar, viu que um projeto recentemente em negociação com o Grupo DK havia sido roubado pelo Grupo Gomes!Murilo havia roubado o projeto das mãos do próprio filho?Jacarias arqueou a sobrancelha, surpreso.— O que esse velho pensa que está fazendo? Ele não tem medo de te empurrar para a beira do abismo e deixar a fortuna cair nas mãos de outros?Henrique soltou um riso frio e disse:— Ele acredita que o Michel ainda está vivo.— Como assim? Isso é impossível! — Jacarias deixou o documento de lado. — Naquela época, todos nós vimos o corpo do Michel. Como ele pode achar que ele ainda está vivo?Henrique explicou:— Porque ele recebeu uma carta que tem certeza de que foi Michel quem escreveu, pedindo para eu encontrar ele o mais rápido possível.Jacarias ficou sem palavras.— Onde você vai procurar? No inferno? — Ele estava irritado. — Eu realmente não entendo, sendo os dois filho
A voz do outro lado do celular estava preguiçosa:— Chefe, eu estou de folga...Henrique falou de maneira fria:— Quem decide se você está de folga ou não sou eu....Josiane apertou o celular com as mãos. Não importava o quanto tentasse, não conseguia ficar tranquila, mas ela também não sabia onde Nicole estava, então só pôde suspirar com impotência.Foi então que o celular dela tocou. Quando pegou o aparelho, ficou surpresa.Era o comprador da sua casa.— Olá, Srta. Yuri. — Ela atendeu.A voz sorridente de Yuri veio do outro lado da linha:— Srta. Josiane, me desculpe ligar assim do nada. Mas achei que a gente tinha uma boa conexão. Você tem um tempinho? Que tal sairmos para tomar um café?Josiane ficou ainda mais surpresa.Ela e Yuri eram completas estranhas, por que ela de repente queria sair para tomar um café juntas?— Srta. Yuri, eu não sou de rodeios. Não sei o que você quer comigo. — Josiane disse.Yuri suspirou, com um toque de desistência:— Eu quero abrir um estúdio e estou
Josiane entrou. O espaço era bem amplo, com as mesas e cadeiras deixadas pela empresa anterior, todas organizadas e limpas.Ela caminhou até a janela e olhou para fora.— O que achou? — Yuri perguntou.Josiane olhou para ela e disse honestamente:— Nada de especial. Mas qual é o seu orçamento?— Não tenho orçamento. Se eu me sentir bem no lugar, eu fico. — Yuri curvou os lábios em um sorriso e disse.Josiane ergueu uma sobrancelha. “Então, para que a chamou?”, ela se perguntou, intrigada.— Tem mais um no andar de cima. Vamos dar uma olhada. — Yuri disse.“Está bom. Vamos”.Josiane a seguiu. Passaram o dia visitando vários estúdios para alugar. No fim, Yuri escolheu um em outro prédio comercial.Josiane basicamente só acompanhou.Quando terminaram de assinar o contrato, Yuri disse:— Valeu pela ajuda. Vou te convidar para jantar.Josiane olhou as horas e respondeu:— Hoje não vai dar, tenho um compromisso à noite.Yuri arqueou a sobrancelha e perguntou:— O que pode ser mais important
Josiane ficou pensativa por um momento, apoiou ele na cama e, em seguida, soltou a mão.— Veja se você gosta do jantar de hoje.Josiane não continuou o assunto, e também não havia necessidade de continuar.Os olhos de Benjamin, sedutores e cheios de tentação, brilharam ligeiramente antes de ele acenar com a cabeça e dizer:— Está bom.Josiane arrumou a mesinha, abriu a caixa de comida e começou a colocar os pratos na mesa.Felizmente, ninguém apareceu de repente naquele dia.Benjamin conseguiu, então, ter um jantar tranquilo.Josiane ficou apenas ao lado, observando ele, e de vez em quando brincando com o celular.De repente, Benjamin disse:— Josiane, você não precisa vir amanhã.— Hã? — Josiane levantou o olhar, surpresa. — Por quê?— Eu vou viajar para o exterior e não sei quando vou voltar. Se pudesse, gostaria de continuar comendo suas refeições. — Benjamin respondeu. Enquanto falava, seus olhos a fixaram intensamente.Ambos eram adultos e algumas coisas não precisavam ser ditas e
— Eu vou, Ben, obrigado. — Josiane acenou com a cabeça e disse.Benjamin sorriu levemente.— Não precisa ser tão formal comigo. Já está tarde, vá descansar.Sem que ela percebesse, o céu lá fora já estava escurecendo.Josiane assentiu, se levantou e disse:— Então, eu vou indo.Benjamin a observou sair e semicerrarou os olhos, com um brilho sedutor.Como ela não ficou curiosa para saber quem foi o jovem mestre da família Gomes que foi salvo por sorte?Ou será que ela não se importava mais com Henrique?...Josiane voltou para casa. Durante todo o caminho, sua cabeça estava cheia das coisas que Benjamin lhe disse.Ao abrir a porta com a chave, não percebeu que alguém se levantava das escadas. Quando entrou, a pessoa também entrou com ela.— Você...? — Josiane se assustou.Quando viu que era Henrique, seu coração relaxou instantaneamente, mas as sobrancelhas se franziram e ela perguntou:— O que você está fazendo aqui de novo?Henrique a olhou fixamente e, de repente, deu um passo à fren
Henrique afastou a mão dela, pegou o garfo e começou a comer, mas seu rosto não parecia nada bom.Quando ela fazia comida para o Benjamin era sempre um prato diferente e mais requintado a cada refeição, mas para ele, uma simples tigela de macarrão com caldo ralo.“Josiane, você realmente é incrível!”, Henrique pensou consigo mesmo.Josiane estava parada ao lado, com os braços cruzados, observando ele, sem demonstrar nenhuma emoção no rosto.Mesmo comendo macarrão, os movimentos de Henrique eram elegantes, sem fazer barulho. Seu rosto, bonito e imponente, e sua postura altiva e única faziam com que só de olhar já fosse agradável.Até que ele colocou o garfo no prato.Então, Josiane falou:— Henrique, o que você precisa para finalmente aceitar se divorciar de mim?O rosto de Henrique imediatamente escureceu.Ele olhou friamente para ela com seus olhos estreitos, disse:— Josiane, você está querendo se arriscar? Está me desafiando?Josiane respondeu com calma:— Eu estou falando sério. Vo