Henrique olhou para Benjamin.— Ouviu? Saindo do hospital, vire à esquerda, tem uma cafetaria.Josiane ficou sem palavras.Benjamin sorriu de leve, como se estivesse prestes a rir.— Sr. Henrique, parece que Josiane está falando com você.Henrique manteve a expressão indiferente.— Só parece.Josiane ficou completamente sem palavras.Ela prendeu os lábios, mas logo olhou para Benjamin.— Ben, peça para a enfermeira cuidar disso. Eu vou sair um pouco.Ela colocou a marmita sobre a mesa e então segurou a mão de Henrique, saindo do quarto do hospital.Henrique imediatamente percebeu que ela estava segurando sua mão. Seus olhos escuros, quase negros, pareciam perdidos, como se até o motivo de sua visita tivesse se dissipado.Tanto tempo se passou, e ela finalmente tomou a iniciativa de segurar sua mão.Josiane não notou sua reação estranha, até que já estivessem fora do hospital. Foi quando ela soltou a mão dele e o olhou com frieza.— Henrique, isso não tem graça.Henrique olhou para a pa
— Você acha que vai conseguir fugir? — Por trás dela, a voz profunda e magnética do homem soou.Josiane parou por um momento, se virou e olhou para ele.— O que você pretende fazer?Henrique estava ao lado do carro, com os dedos longos e bonitos segurando um cigarro, mas não o acendeu, apenas o manipulava. Seus olhos de águia estavam fixos nela, escuros e profundos.Josiane se sentiu desconfortável sob seu olhar.O olhar dele era extremamente agressivo, como se fosse devorar ela viva.Quando ela já não aguentava mais, ele de repente desviou os olhos e se dirigiu para a Mansão Água Azul.— Me siga. — Henrique lançou as palavras, sem nem olhar para ela.Ele não se preocupava com a possibilidade de ela fugir.Josiane não tinha poder nem influência, não conseguiria escapar das mãos dele.As mãos de Josiane se fecharam em punho. Sem escolhas, ela teve que o seguir.No entanto, ele não entrou na linda mansão, mas foi em direção ao jardim.Houve uma expressão de dúvida nos olhos de Josiane.P
Henrique percebeu o olhar dela e, de repente, se virou para a encarar.— O que você está olhando?Os cílios de Josiane tremeram levemente.Foi então que Viviane também a viu e, de repente, disse:— Josiane, você já viu, não é? Você nunca deveria ter salvado ele! Eu perdi uma perna por causa dele, e olha só como ele me trata agora! Você o recolheu, se casou com ele, e o que ele fez com você? Ele nunca mereceu o seu amor!A testa de Josiane se franziu.Viviane estava louca?Dizendo aquelas coisas na frente de Henrique... Ela não tinha medo de que ele simplesmente a matasse?O rosto de Henrique, como esperado, escureceu, seus olhos refletiam uma intenção assassina ao encarar Viviane. Ele lançou um olhar para a prótese dela e, de repente, disse:— Já que uma perna mecânica está atrapalhando... Que tal eu trocar a outra também?Viviane olhou para ele, incrédula.— Você... Henrique, você está louco? Como ousa falar assim comigo?Nos olhos de Henrique brilhou um tom carmesim, mas ele se forço
Josiane olhou para ele, com o olhar calmo, mas a voz carregada de certa frieza.— Mas Henrique, no final das contas, foi você quem não acreditou em mim.As sobrancelhas de Henrique se franziram.A voz de Josiane soou suave:— Agora tudo está claro, mas e se, na próxima vez, alguém me incriminar e eu não conseguir explicar? Você vai continuar achando que fui eu?Os lábios finos de Henrique se apertaram, formando uma linha reta.Ele realmente não poderia garantir que acreditaria nela.Ele fechou os olhos por um momento e, de repente, imagens passaram por sua mente. A mulher brincando com um brinquedo, o fazendo rir ao entregar o brinquedo a ele. Mas, no instante em que ele o pegou, o brinquedo explodiu.Sua mão ficou coberta de sangue...Situações como aquela, ele não conseguia contar quantas haviam acontecido.— Então, para evitar esse tipo de mal-entendido, que tal nos divorciarmos? — Josiane disse.Assim que eles se divorciassem, qualquer coisa que acontecesse com ele não teria mais r
Era realmente o chaveiro dela.— Obrigada. — Josiane pegou o chaveiro e disse, olhando para o homem ao seu lado.O motorista acenou com a mão.— De nada. Se puder me avaliar com cinco estrelas, já fico satisfeito.— Tudo bem.Josiane se virou e voltou para casa.Depois de toda aquela movimentação, ela nem sentia mais fome.Pegou o celular e viu que Benjamin havia lhe enviado uma mensagem.Benjamin: [O café da manhã estava ótimo. O Henrique não morreu de raiva, né?]Josiane não conseguiu segurar um sorriso.Josiane: [Ele está bem. O importante é que você tenha gostado.]Benjamin: [Não precisa vir ao meio-dia, aproveite para descansar um pouco.]Josiane: [Ok, então passo aí à noite.]Benjamin devia ter algum compromisso no horário do almoço, o que era perfeito, pois ela poderia descansar e pensar no que fazer a seguir.Ficar parada não era seu estilo.Embora tivesse dinheiro suficiente para viver confortavelmente pelo resto da vida, não queria um destino tão previsível. Aquilo faria sua
Henrique jogou um documento diretamente sobre a mesa.— Dá uma olhada você mesmo.Jacarias pegou o papel e, ao olhar, viu que um projeto recentemente em negociação com o Grupo DK havia sido roubado pelo Grupo Gomes!Murilo havia roubado o projeto das mãos do próprio filho?Jacarias arqueou a sobrancelha, surpreso.— O que esse velho pensa que está fazendo? Ele não tem medo de te empurrar para a beira do abismo e deixar a fortuna cair nas mãos de outros?Henrique soltou um riso frio e disse:— Ele acredita que o Michel ainda está vivo.— Como assim? Isso é impossível! — Jacarias deixou o documento de lado. — Naquela época, todos nós vimos o corpo do Michel. Como ele pode achar que ele ainda está vivo?Henrique explicou:— Porque ele recebeu uma carta que tem certeza de que foi Michel quem escreveu, pedindo para eu encontrar ele o mais rápido possível.Jacarias ficou sem palavras.— Onde você vai procurar? No inferno? — Ele estava irritado. — Eu realmente não entendo, sendo os dois filho
A voz do outro lado do celular estava preguiçosa:— Chefe, eu estou de folga...Henrique falou de maneira fria:— Quem decide se você está de folga ou não sou eu....Josiane apertou o celular com as mãos. Não importava o quanto tentasse, não conseguia ficar tranquila, mas ela também não sabia onde Nicole estava, então só pôde suspirar com impotência.Foi então que o celular dela tocou. Quando pegou o aparelho, ficou surpresa.Era o comprador da sua casa.— Olá, Srta. Yuri. — Ela atendeu.A voz sorridente de Yuri veio do outro lado da linha:— Srta. Josiane, me desculpe ligar assim do nada. Mas achei que a gente tinha uma boa conexão. Você tem um tempinho? Que tal sairmos para tomar um café?Josiane ficou ainda mais surpresa.Ela e Yuri eram completas estranhas, por que ela de repente queria sair para tomar um café juntas?— Srta. Yuri, eu não sou de rodeios. Não sei o que você quer comigo. — Josiane disse.Yuri suspirou, com um toque de desistência:— Eu quero abrir um estúdio e estou
Josiane entrou. O espaço era bem amplo, com as mesas e cadeiras deixadas pela empresa anterior, todas organizadas e limpas.Ela caminhou até a janela e olhou para fora.— O que achou? — Yuri perguntou.Josiane olhou para ela e disse honestamente:— Nada de especial. Mas qual é o seu orçamento?— Não tenho orçamento. Se eu me sentir bem no lugar, eu fico. — Yuri curvou os lábios em um sorriso e disse.Josiane ergueu uma sobrancelha. “Então, para que a chamou?”, ela se perguntou, intrigada.— Tem mais um no andar de cima. Vamos dar uma olhada. — Yuri disse.“Está bom. Vamos”.Josiane a seguiu. Passaram o dia visitando vários estúdios para alugar. No fim, Yuri escolheu um em outro prédio comercial.Josiane basicamente só acompanhou.Quando terminaram de assinar o contrato, Yuri disse:— Valeu pela ajuda. Vou te convidar para jantar.Josiane olhou as horas e respondeu:— Hoje não vai dar, tenho um compromisso à noite.Yuri arqueou a sobrancelha e perguntou:— O que pode ser mais important