Como muitas mulheres, eu tinha uma paciência quase infinita com o parceiro que escolhi.

Eu pensava que, talvez com um filho, ele mudaria.

Mas agora, ele matou nosso filho com suas próprias mãos.

Eu finalmente entendi que ele não mudaria.

Não queria mais ser o incômodo entre os dois, uma terceira pessoa sem lugar.

Mas antes disso, eu precisava recuperar algum tipo de compensação.

Ao abrir os olhos novamente, vi o mesmo branco familiar.

As enfermeiras ainda estavam se movimentando, murmurando palavras indistintas.

— Não faz sentido, os que salvam vidas não acordam, mas os que fazem mal continuam vivos.

— A própria mãe ainda está deitada, e o filho já retirou a acusação, que piada.

Esforcei-me para sentar, meus olhos se fixaram no rosto da enfermeira.

— Você é amiga da Camila, não é?

— Ela quer retirar a acusação, mas eu não vou.

A enfermeira revirou os olhos e saiu, pouco depois, César entrou apressado.

— Valéria, você pode parar de criar problemas para mim?

— Você tem ideia do quanto me