Maria Isis
Eu estou atrasada. Esse pensamento me leva a me levantar da cama em um pulo, mas quando olho para o relógio, me acalmo, e suspirei aliviada, eu estou no tempo certo.
Porém, mesmo assim me levantei, não posso voltar a deitar, se eu voltar a dormir, aí eu me atraso. Isso não é nada bom para o último dia de trabalho do ano. Ou para nenhum depois dele. Não posso me atrasar como na primeira vez há um ano.
– Bom dia pretinho – eu digo sorrindo quando encontro o lobo deitado em cima do tapete do meu quarto. Ele está comigo desde que completei meus dezoito anos, e não faço a menor ideia do porque, mas eu gosto da presença dele, me deixa segura.
Minha mãe nunca encontrou seu dono e ele nunca gostou de segui-la, na verdade ele adora fazer isso comigo. Não acho ruim, e nem minha loba, que odeia quase tudo, isso me impressiona as vezes.
Eu olho para janela e eu respiro o ar da manhã, minha loba rosnou, tentando pegar o controle e me leva para correr sem direção ou sem tempo limite, mas eu não a deixo vencer. É difícil, mas tenho anos de prática, ela já não me controla mais, ok. Não na maioria das vezes.
Eu e minha loba temos uma relação estranha. Ela é totalmente o contrário de mim, onde eu sou calma, paciente, amorosa e feliz. Ela é irritada, raivosa, odiosa, rancorosa e não tem paciência nenhuma para felicidade, é somos uma alma gêmea, se isso é possível.
Eu tomo um banho preguiçoso e volto para o quarto feliz, com um sorriso no rosto, escolho um vestido simples azul e saiu do quarto e o cheiro do café, quase me faz ronrona.
Ella é uma maravilhosa cozinheira, ela tem o talento do pai, e eu a amo por ela ter esse dom. Ou nós duas morreríamos de fome. Já eu não tenho o talento da minha mãe. Eu sei cozinhar, mas odeio minha comida, sempre acho horrível, então não cozinho.
Eu e Ella além de primas somos irmãs, moramos juntos desde que saímos para faculdade e quando voltamos resolvemos ser vizinhas. Ela sempre está me socorrendo. Na maioria das vezes, é em relação à comida.
– Já ia te acordar. – Ella fala sorrindo ainda de pijama. Ela entra em minha casa assim sem se preocupar, como eu entro na dela. – Sua mãe ligou para me lembrar de acordá-la, como se eu me esquecesse disso.
– Você é esquecida – eu digo e ela sorri.
– Ok. Animada? – ela pergunta colocando os ovos no prato e me entrega.
– Sim. – eu digo. Não é a primeira vez que faço isso e não será a última.
– Nós nos saímos bem esse ano. – ela fala sorrindo. Ella é formada em pedagogia, e pegou a turma do primeiro ano, ela ama crianças e eu amo adolescentes e fiquei em uma das salas de ensino médio, na matéria de geografia.
Fomos para faculdade no mesmo ano e sabíamos o que queríamos fazer antes mesmo de chegar ao primário. Nós estamos tão unidas, e eu amo poder contar com ela.
– Claro, somos as melhores – eu digo sorrindo quando termino de comer.
– Hoje será um dia maravilhoso. Depois férias. – ela diz cantarolando.
Nós saímos juntas, pois íamos na mesma direção, as escolas que trabalhamos é no mesmo bairro, sendo mais específica uma de frente a outra.
– Acho que hoje você vai encontrar o amor! – ela me diz antes que eu possa dizer algo, sair em direção ao seu trabalho. E eu vou ao meu.
É uma brincadeira que temos desde que somos crianças, nunca deu certo para falar a verdade, que dizer, de verdade deu sim, mas só foi uma vez, com o tio Luca e Hannah, então não é um dom, mas virou essa brincadeira, que falamos.
Eu estou animada com meu último dia de aula, mas fico assustada com os alunos, mas como meu pai disse eu sei desenrolar bem. E foi o que fiz, ensinei e tirei dúvidas e deixei meus alunos apaixonados pela matéria durante todo ano, e agora eles seguem em frente e eu fico satisfeita com o meu feito.
Com um sorriso no rosto, eu começo a me preparar para esse adeus.
*–*–*–*–*–*
É fim do ano letivo. Nem acredito que estou fazendo isso há dois anos já, parece até que foi ontem que me formei. Mas deixo o pensamento ir e arrumo minhas coisas, e caminho em direção à saída.
Eu sorrir quando pretinho correr na minha frente como um cachorro, ele realmente não é um cachorro. Seu tamanho é assustador e ele é feroz, ainda bem que só eu posso vê-lo (além da minha mãe), ou as pessoas correram de medo, e isso causaria um escândalo.
Eu o sigo e vou até o carro de Ella, mas quando pretinho não volta, eu o procuro, algo me faz ir atrás dele, era como fosse certo.
Ele para de frente a um carro e eu paro ao lado dele. Acho estranho, mas segui um lobo é mais estranho, quando estou pronta para voltar, várias folhas de papel voam até os meus pés e eu as pego.
Eu pego uma foto e quando a viro seguro a respiração. É um homem, e ele é lindo. Seu rosto é forte, seu cabelo é de um corte militar e seus olhos são escuros como a noite.
– Obrigada por pegar minhas folhas – falou um senhor vindo ao meu lado. É o Daniel, ele é um advogado muito conhecido na cidade. Porque tira muitas pessoas da cadeia. Inocentes ou não. Quem paga mais é o que vale.
– Claro, não foi problema. – eu digo engolindo em seco. – Quem é o homem da foto?
– Não é algo da sua ossada senhora Evans – ele diz e volta para sua casa.
Eu volto até o carro e o lobo vem atrás de mim, ele não parece satisfeito e eu também não. Não devia ficar assim, por causa de uma foto, mas eu fiquei e não sei o motivo.
Quando Ella chegar, eu não digo nada e seguimos para casa, e eu continuo calada até a hora de dormir, mas não durmo pensando naquele rosto. No rosto daquele homem tão misterioso.
Não sei o que houve para ele ficar assim sobre a minha pele, mas ele ficou e eu estou curiosa. Então eu pego o computador e começo a pesquisa os casos do senhor Daniel, mas nenhum me leva a foto daquele homem.
Eu fico desanimada, mas talvez seja melhor assim. Se ele estava nas coisas de Daniel, esse homem deve ter cometido um crime. É melhor assim.
Eu me convenço e vou dormir. No dia seguinte, faço tudo no automático, não consigo dormir até tarde, não quando minha mente não me deixa esquecer aquela foto. Então resolvi visitar minha mãe. E estou com saudade dela, e da comida dela.
– Filha – Mãe fala quando eu entro no seu restaurante. Seu sorriso é radiante e eu amo isso nela. Todas as minhas lembranças são dos seus sorrisos. Ou dos seus gritos.
– Cadê o papai? – eu perguntei roubando um bolinho de canela da bandeja.
– Trabalhando. Ele e seu irmão estão com um projeto novo de carros importados. Só sei que é algo haver com carros. Não ligo muito para isso. – ela diz. – Ele está estranho.
Eu olho para onde ela está indicando e eu concordo. Não sei o que está acontecendo com o meu lobo amigo. Ele está assim desde do ocorrido de ontem.
– Desde que… – então eu explico a ela. E ela arregala os olhos.
– Filha. Ele encontrou a pessoa que está ligada a ele. – ela diz animada.
– Acho que não. – eu digo e meu lobo uiva.
– É uma pista filha. Temos que segui-la. – ela diz mais animada que eu, mas esse é seu dom não o meu.
– Como? O senhor Daniel não quis falar quem era ele. E ficou todo frio quando perguntei – eu falo.
– Vamos – ela diz pegando a chave do carro. E me puxa para a porta e eu a sigo, não tenho muita escolha.
– Pra onde? – eu perguntei.
– A delegacia, seu avô pode ajudar – ela diz. Minha mãe ama investigação, não sei ao certo quando ela começou com essa mania, mas deixa o meu pai louquinho.
– Acho que não. – eu digo, mas ela não liga e me faz entrar no carro e eu sigo em sua loucura.
Não demoramos muito para chegar à delegacia, onde tenho boas memórias, brincando entre as mesas com alguns policias atrás. Eu e meu tio, é estranho chamar Derek assim, mas ele é meu tio pela genética, mas não o chamo assim, a não ser se for para irritá-lo.
Mamãe entra falando com todos e eu só sorri. Meu olhar corre pelo o local tão familiar e ao mesmo tempo tão mudado. Mas não fico analisando muito, pois um forte cheiro me faz quase cair para trás.
É tão bom que faz minha loba ronronar e ela conseguiu o controle, e eu a deixo me guiar até onde fica as celas da delegacia e a cada passo que dou até lá, o cheiro fica ainda mais forte e irresistível.
O que é isso? Eu me pergunto antes de entrar no local, e a fragrância é tão forte que me faz quase querer gemer alto, eu o deixo me leva e paro em uma cela.
Tem um homem dentro dela, e esse homem é o mesmo da foto, sei porque ele olha para mim conta intensidade que eu dou um passo para trás.
Oh merda. Ele está preso.
Ohhh merda dupla.
Ele é meu companheiro.
Maria Isis Não pode ser.Pode ser, é ele.
Maria Isis Eu acordo desorientada, mas não fico assim por muito tempo, me levanto rapidamente e meu olhar corre pelo o local atrás do meu companheiro e eu suspiro de alívio quando o encontro.Ele está caído de costas no chão. E seu ferimento ainda está sangrando muito, eu me coloco ao seu lado no momento que Derek chega, e juntos o levantamos.
Maria Isis Uma coisa que todos sabem sobre mim. Quando eu tomo uma decisão, eu não mudo, mesmo que seja uma má decisão e o que estou fazendo agora é uma má decisão. Mas tenho que fazê-la. Eu entro no quarto dele no momento que Margot estava saindo, mas eu não a deixo ir. Na verdade, ela era uma peça importante para esse plano funcionar. Por pouco tempo, mas é o tempo necessário para eu fugir com ele sem ser vista. – O que está acontecendo? – ela pergunta. Ela me conhece bem o bastante e sabe que algo está errado pela expressão do meu rosto. – Algo ruim. Não posso deixar eles o levarem para a prisão &nd
Maria IsisEu uso a minha força para tirá-lo de cima de mim e o jogo de volta para a cama. Minha loba não usou toda a sua força, na verdade, ela foi a mais delicada possível. Ela e eu pela a primeira vez na vida estamos de acordo. Em não machucá-lo.Eu subo na cama ao seu lado e o mantenho no lugar. Ele está tentando lutar para sair da cama e isso me preocupa já que ele está machucado.– Você está machucado, se continuar assim vai se ferir ainda mais – eu falo firme e ao mesmo tempo suave.– Tenho que fugir. – ele diz entre os dentes e eu vejo a dor em seus olhos, isso me machuca.– Você não precisa. Você está
Maria IsisEu estava começando a gostar desse flerte que estava acontecendo com ele, e com certeza não gostei de sermos interrompidos. Mas eu sabia que meu irmão não ia esperar muito tempo.– É meu irmão. – Eu digo a ele, e ele concorda. – Agora se senta.Eu não espero que ele siga minha ordem antes de sair de perto, vou em direção a porta e não fico surpresa em encontrar meu irmão com meus primos. Ou pela genética, primos e tio. Mas prefiro chamá-lo de primos.– Bom dia, Isis – falou Brian vindo me abraçar.– Bom dia, meninos. Entrem, não é como pudesse impedir. – Eu digo, mesmo sabendo que eu p
Maria IsisEstou pronta para me transformar e ver qual é a sua reação ao me nota nua na sua frente, mas não faço, porque um forte som de disparo me faz olhar para trás e eu vejo sete homens com armas apontadas para mim.Não é difícil deixar meu companheiro para trás, e acaba esses idiotas que ousaram entrar no meu território. Usando a minha agilidade em quatro patas, eu pulo em um, e rasgo sua garganta com minha pata.Minha loba não está afim de ser boazinha. E ela reage como uma assassina que ela é. Desviando de dois tiros, eu mordo o braço de outro homem, e uso minha força para lançar ele em cima do outro atirador, e sei que matei os dois com o impacto, e me viro rápido para matar mais um. Ele conseguiu atirar e
AidenMerda.Eu me levanto e coloco as mãos na minha cabeça. Isso não é possível. Não é. Mas cara é, eu vi isso acontecer. Mas não posso me focar nisso agora.– Nós temos que sair daqui. – É tudo que digo no momento, temos que encontrar um novo lugar seguro, aí depois, eu vou lidar com ela sendo uma loba.– Você está machucado – ela fala se levantando e eu desviou os meus olhos do seu corpo. Ela está nua. E eu não posso me focar nisso. Não nesse momento.– Você também. – Eu digo ao volta para cozinha para pegar as facas e coloco dentro de uma mochila
Maria Isis– Por que você está indo tão rápido? – eu perguntei quando ele aumentou a velocidade.– Estamos sendo seguidos. – Respondo sério.– O que? Por que querem te matar? – eu perguntei cansada de não saber, só queria saber algo, não importa se for uma simples coisa. – Essa merda tem que parar.– Isis. –ele diz sério virando para a estrada seguinte. E eu olho para trás e vejo que tem três motos na nossa cola. Nunca vi elas na cidade.– Você não entende. Eu preciso disso! Nós precisamos ser honestos um com outro, já que vamos viver centenas de anos juntos! – Eu falo irritada. N&a