Capítulo 5

Maria Isis

Eu uso a minha força para tirá-lo de cima de mim e o jogo de volta para a cama. Minha loba não usou toda a sua força, na verdade, ela foi a mais delicada possível. Ela e eu pela a primeira vez na vida estamos de acordo. Em não machucá-lo.

Eu subo na cama ao seu lado e o mantenho no lugar. Ele está tentando lutar para sair da cama e isso me preocupa já que ele está machucado.

– Você está machucado, se continuar assim vai se ferir ainda mais – eu falo firme e ao mesmo tempo suave.

– Tenho que fugir. – ele diz entre os dentes e eu vejo a dor em seus olhos, isso me machuca.

– Você não precisa. Você está seguro. – eu digo com mais calma. E aos poucos ele para de se mexer e me encara. Seus olhos são espelhos da sua alma, e neles eu posso ver tristeza, e dor. E naquele momento eu fiz uma promessa, vou fazer de tudo para cuidar dele e fazê-lo feliz.

– Seguro. – ele repete. E eu concordo. – Eu nunca vou estar seguro.

– Não. Você está seguro. Eu te salvei e sempre vou te salvar. Quem é você? – eu perguntei e ele mexeu a cabeça.

– Eu não sei. – Ele diz e eu engulo em seco.

– Não consegue lembrar de nada? – Eu perguntei, passando os dedos na sua bochecha, eu não consigo me controlar.

– Não... só tenho que fugir. Isso está preso no fundo da minha mente. Fugir. – Ele diz me olhando.

– Ok. Você fugiu e agora está seguro. – Eu falo e ele concorda antes de fechar os olhos e eu vejo ele caindo no sono.

Eu não sei o que fazer, de alguma forma ele perdeu a memória, e eu só vou ter respostas quando ele melhorar tanto fisicamente quanto mentalmente.

Pego um vestido na cômoda. Ele não está sujo, mas também não está limpo, mas de uma coisa eu sei, não posso andar nua dentro de casa.

Eu vou até a cozinha e procuro algo para comer, e algo para ele também. Acho que uma sopa não vai prejudicá-lo, e é a única coisa que encontro no armário, está na validade, isso é um alívio, não quero sair daqui atrás de comida e deixa ele sozinho.

Eu volto para o quarto e o observo dormir. Não consigo ficar acordada, não quando fiquei essas últimas vinte quatro horas assim, preocupada que ele poderia estar em perigo, e agora que sei que ele não está. Eu me permito relaxar.

Eu acordo horas ou minutos depois, eu não sei. Só sei que algo me desperta e quando eu olho para cama, eu encontro seu olhar em mim.

– Quem é você? – ele pergunta com a voz grave.

– Você devia ter me acordado. – eu digo levantando e enchendo um copo com água, que estava na cômoda.

– Quem é você? – ele pergunta me ignorando e isso me faz soltar um suspira. Ele com certeza não larga o osso.

– Eu sou Maria Isis e estou cuidando de você. – Eu falo. Queria falar mais, na verdade, eu queria falar tudo para ele, mas com certeza sei que não é o melhor momento. Não sou meu avô. Ele quase matou a tia Angel de um ataque quando se transformou na sua frente para prova um ponto.

– Só não entendo o motivo de você está cuidado de mim – ele diz ainda me olhando.

– Porque você precisa de cuidados – eu murmuro e entrego o copo para ele, e ele não pega na verdade, ele olha o copo com desconfiança. Eu levo o copo até a minha boca e bebo para ele saber que não está envenenado, e lhe entrego o copo, e ele bebe sem reclamar.

Mesmo sem memória ele ainda é desconfiado, e eu sei que tenho que conquistar sua confiança, e não posso fazer isso com mentiras, mesmo ele sem suas memórias.

Droga. Mas posso fazer isso. Vou dizer a verdade se ele perguntar. Se não, não preciso falar.

– Você precisa comer – é tudo que digo quando saiu do quarto e coloco a sopa em um prato e volto para o quarto o mais rápido possível, tenho medo que ele faça algo idiota, como tentar fugir pela janela. Mas quando volto para o quarto. Ele está na mesma posição que eu o deixei, ainda com o olhar perdido, e eu decido que não gosto desse olhar. – Aqui.

– Você não vai comer? – ele pergunta.

– Não ainda – eu digo e ele concorda. Eu fico feliz com sua preocupação, eu gosto disso.

Ele olha para mim por um longo momento, antes de voltar para comer, seu estômago realmente está fazendo barulho e eu não quero que ele passe nenhuma necessidade. Eu não devia encarar ele com tanta intensidade, mas eu não consigo controlar. E com certeza não vou tentar.

Quando ele terminar, eu tiro o prato do seu alcance e levo para cozinha, e volto a enchê-lo, e caminho para o quarto novamente e sento na poltrona e começo a comer a sopa. Não ligo se ele comeu nesse prato e usou a mesma colher, isso pode parecer nojento para algumas pessoas, mas para mim não é, pra mim isso é o mais próximo que vou chegar do seus lábios hoje. É loucura, eu sei, mas não estou parando de fazer isso.

Depois que eu terminei, eu volto a olhar para ele, só para encontrar seus olhos em mim. Não é uma surpresa para mim, na verdade, eu senti seu olhar fixo em mim, desde que começou, mas eu gosto dos seus olhos em mim. 

– Você precisa de um banho. – Eu digo engolindo em seco quando o pensamento dele nu vem em minha mente.

– Acho que você tem razão. – ele concorda. E eu vou até ele, mesmo quando ele se levanta sem minha ajuda e entra no banheiro.

– Vou pegar uma toalha limpa e roupas – eu digo, mas ele não responde nada, eu faço o que disse a ele, mas em vez de deixá-las em cima da cama, eu entro no banheiro deixo em cima do balcão. Eu não vejo ele nu, só por causa da cortina de plástico. Mas ainda posso ver sua sombra, não é maravilhoso como ver ele ao vivo, mas ainda é algo, e isso quase me faz querer ir até ele.

Não é o momento.

– Espero que esteja gostando da vista. – Ele diz com a voz firme e eu fico vermelha, mas não saiu.

– Não estou vendo nada realmente – eu provoco e sorri. Ele é meu e com certeza não vou ter medo de provocá-lo.

– Isso não será um problema – ele diz puxando a cortina do caminho e eu vejo ele com toda sua glória. Ele é musculoso em todo seu peito, ombros, braços, barrigas e meu Deus até as pernas são musculosas. Mas não era em excesso, mas sim na medida certa. E seu pênis, era com certeza algo que eu podia viver para amar. Nunca vi um antes, eu estava esperando o meu companheiro, mas eu sei com certeza que ele não está na categoria de pequenos. Acho que está na de GG. Se isso existisse.

– Sem palavras – ele diz com um sorriso provocador. Eu quero provoca-lo, mas as palavras parecem presas na minha garganta e em vez de babulha algo idiota, eu o deixou sozinho.

Merda. Não vou aguentar muito tempo sem atacá-lo. Espero que ele esteja pronto para a destruição que vou fazer nele.

Posso ser virgem, mas sei o que me agrada.

Ele

Droga.

Ela realmente é uma coisinha bonita. Coisinha não, ela é maravilhosa, e eu com certeza poderia me divertir com ela antes de continuar, mas não posso.

Algo sobre ela me encanta. Desde que eu vi naquela delegacia e antes daquele momento, e ainda não acredito que eu a tirei do ataque de pânico. Inferno, eu não devia estar aqui, eu devia estar em qualquer lugar mesmo aqui.

Mas não consigo ir embora sem saber o motivo dela está me ajudando. Droga. Ela pode ser um deles e só está tentando me enganar, mas mesmo assim, eu quero ver onde ela poderá ir.

Eu não perdi a memória. Não. Mas essa é a melhor maneira para ela não descobrir quem eu sou, se ela já não sabe. E também saber o que ela sabe.

Odiei atacá-la. Isso não devia ser um problema para mim. Mas eu não sei o que está acontecendo comigo. Mas vou tentar descobrir.

Eu gemo quando saí da banheira, e o movimento me trás dor. E como dói, mas eu não quero parecer fraco, ainda não.

Visto as roupas que ela deixou, entro no quarto e quando não a encontro, eu saio e vou a sua procura, entro em um corredor não muito longo e quando saio, em questão de cinco passos, entro em uma área que é divida em uma sala e cozinha. Ela está atrás do balcão digitando no celular.

E eu sei que tenho que pegá-lo.

– Ótimo. Você não pode estar de pé. – Ela diz virando para e pega uma cartela de comprimido e água.

– Eu estou bem. – Eu minto sem nenhum problema. Não gosto de drogas. Não quando eu sei como elas podem ser usadas.

– Não. Você está com dor. Agora não seja um menino chorão e tome seu remédio – ela diz parando na minha frente.

– Que seja – eu digo engolindo a maldita coisa.

– Bom menino – ela diz sorrindo e quase cai no chão com seu belo sorriso.

Merda. Quando eu fiquei tão mole? Deve ser a dor.

– O que eu vou ganhar por ser um bom menino? – eu provoco e vejo ela esconde o desejo em seus olhos.

– Um beijo de boa noite – ela diz no momento que alguém bate na porta e isso me mantém em alerta.

Ela é uma distração, não posso me distrair. Tenho que continuar com o plano.

Ou seja, isso significa ir embora.

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