- Alice, você não pode fazer isso! - disse Kevyn ao meu lado.
-Eu posso e eu vou! - respondi com firmeza.
Ninguém me diria o que eu podia ou não podia fazer.
Kevyn bufou com frustração.
- Então eu vou com você. - disse ele.
- Você vai ficar. - ordenei.
- Não. Eu vou com você! - ele teimou.
Percebi que talvez seria mais fácil convence-lo massageando o seu ego, e foi o que fiz.
- Preciso que fique. - pedi, com a voz um pouco mais suave - Solares precisa de você aqui. Meu tio irá te ajudar a cuidar de tudo até eu voltar.
- Se você voltar! - disse ele.
Kevyn parecia realmente preocupado se eu voltaria ou não e isso me deixou dividida mais uma vez em relação ao que eu pensava dele.
- Eu vou voltar. - falei com convicção - Agora, por favor, eu preciso ir.
Entramos em Netuno sem encontrar resistência, afinal havia sido uma rendição.Pedi que a maior parte dos meus soldados ficassem nos arredores do reino, assim como a maioria dos soldados de Netuno, que ficaram ajudando a guardar as fronteiras para que não fôssemos atacados.Apenas alguns soldados e os meus guardas ficaram comigo no castelo para me proteger caso fosse necessário, assim como Edward e o meu secretário, que veio comigo de Solares para que eu pudesse manter contato com o meu tio.O castelo de Netuno era diferente de tudo o que eu havia imaginado. No terreno da parte da frente não havia flores, nem árvores, apenas um gramado extenso e uma fonte. O castelo era todo branco e a porta era de ferro.Quando as portas foram abertas eu me deparei com um enorme e elegante trono logo na entrada.Era diferente de Solares, onde o trono era usado apenas nas festas e algumas ocasiões f
Ao voltar para Solares encontrei tudo num silêncio completamente estanho.Mateus estava me esperando na entrada para me receber, assim como o segundo secretário - substituto do primeiro secretário, que havia ficado em Netuno com meu tio para ajudá-lo.Mateus me abraçou forte assim que entrei.- Sinto muito. - ele disse com sinceridade.- Tudo bem. - respondi, apesar de não saber bem o que eu deveria sentir.O segundo secretário se aproximou e fez um reverência.- Majestade. - ele cumprimentou - Sinto muito por sua perda. Eu sou Augusto, seu segundo secretário.- Eu sei... Obrigada. - falei educadamente - Meu tio falou que já havia deixado tudo pronto para o velório...- Sim, majestade. - respondeu ele - Está tudo pronto. Falta apenas avisar aos familiares dele.- Ainda estão sob ataque?- Não, majestade. Os soldados que
No caminho do reino de Netuno um dos soldados me deu um lenço preto para amarrar no braço, como sinal de luto.Deixamos meu sogro em um acampamento no reino de Marte, numa pequena parte de terra que estava ligada ao reino de Netuno, enquanto que eu fui para a fronteira entre Netuno e Júpiter com boa parte dos meus soldados.Ao chegarmos lá encontramos uma cena horrível de sangue e morte.As armadilhas que os meus soldados haviam colocado em volta do reino funcionaram e muitos soldados inimigos estavam mortos nelas, mesmo assim eles haviam conseguido invadir o acampamento.Felizmente os meus soldados não haviam sido pegos de surpresa e estavam resistindo.Nos aproximamos devagar e em silêncio, atacando os inimigos por trás como da primeira vez, encurralando-os.A maioria dos soldados era do reino da Lua, mas era difícil identificar aqueles que eram de Netuno que estavam do nosso la
Acordei numa sala da enfermaria do castelo mais uma vez, já faziam três dias que eu estava ali.Havíamos vencido a batalha e eu ainda estava no reino de Netuno, assim como o meu tio, já que não era seguro para nenhum de nós voltar à Solares.Minha perna estava melhorando, mas ainda doí um pouco, o que fazia com que eu tivesse que tomar remédios o tempo todo.Meu tio havia ficado muito preocupado comigo quando cheguei ao castelo machucada, mas depois ele me deu uma bronca daquelas, dizendo que eu não ia mais fazer isso, que era muito perigoso e que eu devia ficar segura.No segundo dia em que eu fiquei na enfermaria o reino de Netuno foi atacado mais uma vez e eu não pude fazer nada.Felizmente eu tinha os soldados de Netuno, de Solares e de Marte para defender o reino, e logo depois os outros reinos também enviaram ajuda, então conseguimos vencer facilmente.
Fui levada para o interior do reino da Lua, até o castelo.Meus quatro guardas foram comigo e meus soldados ficaram esperando no acampamento.Eu não sabia o que aconteceria e estava com um pouco de medo, mesmo assim fui.Rei Marcus estava morto, então o filho dele devia ter ocupado o seu lugar e se isso tivesse acontecido eu não saberia o que fazer.Eu não conhecia o filho do rei Marcus e não sabia quais eram as suas intenções ao declarar que o reino da Lua era meu, por isso só me restava ir até ele.Quando as portas do castelo se abriram eu vi um rapaz vestidocom um uniforme da guarda real azul escuro com botões prateados. Ele estava sentado num trono de madeira, um pouco parecido com o que havia em Netuno e olhava para baixo, para a coroa em seu colo.Assim que entrei ele levantou os olhos e meu coração parou.Não era o filh
Felipe e eu saímos da sala e voltamos a caminhar pelos corredores, mas dessa vez eu o segurava pelo braço enquanto andávamos.O ferimento em minha coxa estava doendo, por isso precisei de um pouco de esforço para acompanhá-lo.Felipe pareceu perceber isso e diminuiu o ritmo dos seus passos, olhando para mim preocupado.- Sua perna está doendo muito? - ele perguntou.Balancei a cabeça que não, pois não queria deixar ele preocupado.Ele apertou os lábios, percebendo minha mentira.- O que você fez aí? Por falar nisso.- Levei um tiro. - respondi olhando para o chão.Felipe parou de andar e me encarou.- Você levou um tiro? E fala isso como se tivesse dizendo que encravou uma unha?Eu ri.- Encravar uma unha é perigoso sabia? - retruquei - Algumas pessoas perderam o dedo por causa de unha encravada.-
No dia seguinte eu quase não vi Felipe.Dei uma volta pelo castelo na parte da manhã, mas não encontrei com ele, nem o procurei, pois achava que talvez ele quisesse um tempo.Meu café da manhã foi servido no quarto, assim como o almoço, e só então Felipe apareceu.Ele bateu na porta do meu quarto e a abriu logo depois.Eu havia acabado de tomar um banho e estava sentada na cama, apenas com um roupão e passando uma pomada no ferimento em minha coxa, para ajudar na cicatrização.Felipe me olhou e depois olhou para o meu machucado.Parei o que estava fazendo e fiquei esperando que ele falasse ou fizesse alguma coisa.Felipe se aproximou e se sentou na cama ao meu lado, colocando a mão levemente em minha perna e fazendo um arrepio subir pela minha coluna.- Não está tão ruim... - ele comentou.Sua mão subiu lentame
Felipe estava lindo. Sua roupa, num estilo militar, era branca, com detalhes em ferro e a calça azul escura, quase preta.Nós dois havíamos passado boa parte da tarde organizando os detalhes para a grande festa de coroação e a sala do trono estava perfeitamente arrumada, apesar de não haver nada muito chamativo na decoração.Algumas tochas estavam espalhadas pelo salão, simbolizando as fogueiras que antigamente eram acesas à noite, mas o ambiente estava bem iluminado com lâmpadas brancas num teto alto e escuro, quase parecendo com estrelas no céu. Cadeiras estavam arrumadas, formando um corredor no centro e um em cada lado.Na parte elevada do salão estava o trono de madeira, totalmente rústico e sem nenhum ornamento.Felipe estava de pé ali, começando a fazer o seu discurso para as famílias mais importantes do reino da Lua.- Cidad