No dia seguinte eu quase não vi Felipe.
Dei uma volta pelo castelo na parte da manhã, mas não encontrei com ele, nem o procurei, pois achava que talvez ele quisesse um tempo.
Meu café da manhã foi servido no quarto, assim como o almoço, e só então Felipe apareceu.
Ele bateu na porta do meu quarto e a abriu logo depois.
Eu havia acabado de tomar um banho e estava sentada na cama, apenas com um roupão e passando uma pomada no ferimento em minha coxa, para ajudar na cicatrização.
Felipe me olhou e depois olhou para o meu machucado.
Parei o que estava fazendo e fiquei esperando que ele falasse ou fizesse alguma coisa.
Felipe se aproximou e se sentou na cama ao meu lado, colocando a mão levemente em minha perna e fazendo um arrepio subir pela minha coluna.
- Não está tão ruim... - ele comentou.
Sua mão subiu lentame
Felipe estava lindo. Sua roupa, num estilo militar, era branca, com detalhes em ferro e a calça azul escura, quase preta.Nós dois havíamos passado boa parte da tarde organizando os detalhes para a grande festa de coroação e a sala do trono estava perfeitamente arrumada, apesar de não haver nada muito chamativo na decoração.Algumas tochas estavam espalhadas pelo salão, simbolizando as fogueiras que antigamente eram acesas à noite, mas o ambiente estava bem iluminado com lâmpadas brancas num teto alto e escuro, quase parecendo com estrelas no céu. Cadeiras estavam arrumadas, formando um corredor no centro e um em cada lado.Na parte elevada do salão estava o trono de madeira, totalmente rústico e sem nenhum ornamento.Felipe estava de pé ali, começando a fazer o seu discurso para as famílias mais importantes do reino da Lua.- Cidad
Precisei de um óculos escuro quando cheguei ao reino de Netuno, pois não queria que me vissem com os olhos vermelhos daquele jeito.Encontrei com o meu tio na entrada, me esperando com um guarda-chuva, e fui com ele até uma sala de reunião, onde só então eu tirei meus óculos, mas fiquei olhando para o chão.- Achei que ia ficar no reino da Lua mais um dia... - meu tio comentou.- Achei melhor voltar logo. Eu tenho que resolver umas coisas aqui e depois tenho que voltar para Solares. Estou muito tempo longe de casa.Durante o caminho até ali eu havia decidido que não ia mais pensar em Felipe, pois eu era uma rainha e precisava me focar em minhas responsabilidades como rainha. Felipe sempre havia sido uma distração para mim e eu não precisava dele, por mais que sua falta me doesse muito.Meu tio se aproximou e me segurou pelos ombros, me fazendo olhar para ele,
No dia seguinte eu levantei bem cedo e coloquei outro vestido preto, apesar de desejar muito poder vestir outra cor. Infelizmente eu precisava manter as aparências, principalmente se eu não quisesse que as pessoas criassem boatos sobre a morte de Kevyn. Meu luto era obrigatório e precisava ser público.Logo depois do café da manhã eu fui até o carro que já me esperava do lado de fora.Meu tio estava indo comigo e um outro carro nos seguia levando suprimentos como água, comida e cobertores.Eu havia conversado bastante com Renato e com o meu tio e nós conseguimos encontrar um lugar para abrigar as pessoas temporariamente enquanto suas casas eram reconstruídas, de preferência em outro lugar, onde não houvesse riscos de desabamento.Assim que cheguei no local fui recebida por uma multidão de câmeras que me filmavam ou tiravam fotos. Alguns eram apenas curios
Eu estava muito animada para voltar para casa, mas quando finalmente cheguei no castelo eu me senti estranha.Estava tudo silencioso e apenas Mateus estava ali para me receber, o que fazia com que o lugar ficasse muito vazio e eu me sentisse um pouco solitária.Agora que havia acabado toda aquela preocupação, medo e planejamento por causa da guerra, eu me senti um pouco sem propósito, como se nada daquilo fizesse sentido, e por causa disso eu acabei me agarrando à outros problemas que eu precisava resolver, e outras vinganças que eu precisava realizar.Pedi por uma reunião com o meu conselho, marquei o julgamento do meu tio para a próxima semana, e pedi que enviassem um convite ao rei de Vênus, com a desculpa de que eu queria falar com ele sobre assuntos políticos, mas na verdade eu tinha contas à acertar com ele e eu mal podia esperar por isso, pois havia planejado aquele momento havia
Um empregado chegou com uma garrafa de vinho e uma taça e me avisou que todos do conselho já estavam a caminho.Ignorei totalmente a taça que ele havia trazido e bebi direto da garrafa.Eu estava muito nervosa, mais do que eu havia imaginado que ficaria.Minha vontade era chorar feito uma criancinha, mas eu não tinha tempo para isso.Quase metade da garrafa de vinho já havia sido esvaziada quando todos chegaram. Eles me cumprimentaram e então nos sentamos em nossos lugares.Olhei para cada um dos rostos antes de começar a falar.- Eu os chamei aqui por que tenho um assunto urgente para tratar. - anunciei - Por acaso há algum telão ou qualquer coisa parecida? Preciso mostrar um vídeo.O secretario se levantou depressa e arrumou o telão, então eu lhe dei o meu celular.Meu coração acelerou assim que o vídeo começou e to
Eu estava bêbada mais uma vez, e como no dia anterior, eu fiquei trancada em meu quarto para não correr o risco de fazer mais nenhuma loucura.Já faziam dois dias desde que o rei James havia morrido e tudo havia corrido bem.O seu corpo havia sido levado ao reino de Vênus onde havia sido enterrado, e agora nada além do seu fantasma me assombrava de dia e de noite.Eu estava deitada na cama, esperando pelo meu almoço, quando de repente a porta do meu quarto se abriu e Felipe apareceu.Pisquei os olhos confusa e então me levantei da cama.- O que está fazendo aqui? - eu perguntei.Felipe franziu a testa.- Você foi embora sem me dar nenhuma explicação e não me deu notícias desde então. - ele explicou - Eu vim te ver.Engoli em seco.Eu queria tanto me aconchegar em seu peito e chorar em seu ombro, mas eu não podia perdo&aa
Acordei pela manhã do dia seguinte com uma forte dor de cabeça e uma sensação de que o dia anterior havia sido um sonho.Demorei um bom tempo para distinguir o que era realidade e colocar todos os pensamentos em ordem mais uma vez.Me sentei na cama, soltei um suspiro e olhei para a garrafa de vinho quase vazia que estava ali. Estendi a mão para pegá-la, mas então me lembrei de Felipe.Suspirei mais uma vez, me levantei devagar e fui me arrumar.Assim que me certifiquei de que estava razoavelmente apresentável eu abri a porta do quarto e dei de cara com Felipe.Ele estava com a mão erguida, como se fosse bater, e a abaixou lentamente quando me viu.- Oi. - ele falou baixo, com um sorriso começando a se formar em seu rosto.- Oi. - eu respondi - Pensei que tinha ido embora.- Eu deveria ter ido. - ele falou - Mas você estava muito bêbada ontem para
Meu humor melhorou significativamente depois da visita de Felipe e eu comecei a fazer os preparativos para o julgamento do meu tio, que havia sido adiado por causa do meu estado emocional da semana anterior.Precisei de algumas seções com uma psicóloga contratada por meu tio para me sentir apta para o julgamento, que seria aberto ao público, como era exigido pela lei, então o lugar estava repleto de pessoas curiosas e até alguns repórteres, que estavam organizados ao fundo da sala.Meu tio Sebastian estava sentado ao lado do seu advogado e encarava as próprias mãos em cima da mesa.Fui chamada para testemunhar e comecei a contar tudo o que havia acontecido comigo no dia em que eu havia sido envenenada, depois acrescentei o que Kevyn havia me contado quando eu acordei.Eu havia repassado todas essas informações no espelho várias vezes no dia anterior, para não me esq