No caminho do reino de Netuno um dos soldados me deu um lenço preto para amarrar no braço, como sinal de luto.
Deixamos meu sogro em um acampamento no reino de Marte, numa pequena parte de terra que estava ligada ao reino de Netuno, enquanto que eu fui para a fronteira entre Netuno e Júpiter com boa parte dos meus soldados.
Ao chegarmos lá encontramos uma cena horrível de sangue e morte.
As armadilhas que os meus soldados haviam colocado em volta do reino funcionaram e muitos soldados inimigos estavam mortos nelas, mesmo assim eles haviam conseguido invadir o acampamento.
Felizmente os meus soldados não haviam sido pegos de surpresa e estavam resistindo.
Nos aproximamos devagar e em silêncio, atacando os inimigos por trás como da primeira vez, encurralando-os.
A maioria dos soldados era do reino da Lua, mas era difícil identificar aqueles que eram de Netuno que estavam do nosso la
Acordei numa sala da enfermaria do castelo mais uma vez, já faziam três dias que eu estava ali.Havíamos vencido a batalha e eu ainda estava no reino de Netuno, assim como o meu tio, já que não era seguro para nenhum de nós voltar à Solares.Minha perna estava melhorando, mas ainda doí um pouco, o que fazia com que eu tivesse que tomar remédios o tempo todo.Meu tio havia ficado muito preocupado comigo quando cheguei ao castelo machucada, mas depois ele me deu uma bronca daquelas, dizendo que eu não ia mais fazer isso, que era muito perigoso e que eu devia ficar segura.No segundo dia em que eu fiquei na enfermaria o reino de Netuno foi atacado mais uma vez e eu não pude fazer nada.Felizmente eu tinha os soldados de Netuno, de Solares e de Marte para defender o reino, e logo depois os outros reinos também enviaram ajuda, então conseguimos vencer facilmente.
Fui levada para o interior do reino da Lua, até o castelo.Meus quatro guardas foram comigo e meus soldados ficaram esperando no acampamento.Eu não sabia o que aconteceria e estava com um pouco de medo, mesmo assim fui.Rei Marcus estava morto, então o filho dele devia ter ocupado o seu lugar e se isso tivesse acontecido eu não saberia o que fazer.Eu não conhecia o filho do rei Marcus e não sabia quais eram as suas intenções ao declarar que o reino da Lua era meu, por isso só me restava ir até ele.Quando as portas do castelo se abriram eu vi um rapaz vestidocom um uniforme da guarda real azul escuro com botões prateados. Ele estava sentado num trono de madeira, um pouco parecido com o que havia em Netuno e olhava para baixo, para a coroa em seu colo.Assim que entrei ele levantou os olhos e meu coração parou.Não era o filh
Felipe e eu saímos da sala e voltamos a caminhar pelos corredores, mas dessa vez eu o segurava pelo braço enquanto andávamos.O ferimento em minha coxa estava doendo, por isso precisei de um pouco de esforço para acompanhá-lo.Felipe pareceu perceber isso e diminuiu o ritmo dos seus passos, olhando para mim preocupado.- Sua perna está doendo muito? - ele perguntou.Balancei a cabeça que não, pois não queria deixar ele preocupado.Ele apertou os lábios, percebendo minha mentira.- O que você fez aí? Por falar nisso.- Levei um tiro. - respondi olhando para o chão.Felipe parou de andar e me encarou.- Você levou um tiro? E fala isso como se tivesse dizendo que encravou uma unha?Eu ri.- Encravar uma unha é perigoso sabia? - retruquei - Algumas pessoas perderam o dedo por causa de unha encravada.-
No dia seguinte eu quase não vi Felipe.Dei uma volta pelo castelo na parte da manhã, mas não encontrei com ele, nem o procurei, pois achava que talvez ele quisesse um tempo.Meu café da manhã foi servido no quarto, assim como o almoço, e só então Felipe apareceu.Ele bateu na porta do meu quarto e a abriu logo depois.Eu havia acabado de tomar um banho e estava sentada na cama, apenas com um roupão e passando uma pomada no ferimento em minha coxa, para ajudar na cicatrização.Felipe me olhou e depois olhou para o meu machucado.Parei o que estava fazendo e fiquei esperando que ele falasse ou fizesse alguma coisa.Felipe se aproximou e se sentou na cama ao meu lado, colocando a mão levemente em minha perna e fazendo um arrepio subir pela minha coluna.- Não está tão ruim... - ele comentou.Sua mão subiu lentame
Felipe estava lindo. Sua roupa, num estilo militar, era branca, com detalhes em ferro e a calça azul escura, quase preta.Nós dois havíamos passado boa parte da tarde organizando os detalhes para a grande festa de coroação e a sala do trono estava perfeitamente arrumada, apesar de não haver nada muito chamativo na decoração.Algumas tochas estavam espalhadas pelo salão, simbolizando as fogueiras que antigamente eram acesas à noite, mas o ambiente estava bem iluminado com lâmpadas brancas num teto alto e escuro, quase parecendo com estrelas no céu. Cadeiras estavam arrumadas, formando um corredor no centro e um em cada lado.Na parte elevada do salão estava o trono de madeira, totalmente rústico e sem nenhum ornamento.Felipe estava de pé ali, começando a fazer o seu discurso para as famílias mais importantes do reino da Lua.- Cidad
Precisei de um óculos escuro quando cheguei ao reino de Netuno, pois não queria que me vissem com os olhos vermelhos daquele jeito.Encontrei com o meu tio na entrada, me esperando com um guarda-chuva, e fui com ele até uma sala de reunião, onde só então eu tirei meus óculos, mas fiquei olhando para o chão.- Achei que ia ficar no reino da Lua mais um dia... - meu tio comentou.- Achei melhor voltar logo. Eu tenho que resolver umas coisas aqui e depois tenho que voltar para Solares. Estou muito tempo longe de casa.Durante o caminho até ali eu havia decidido que não ia mais pensar em Felipe, pois eu era uma rainha e precisava me focar em minhas responsabilidades como rainha. Felipe sempre havia sido uma distração para mim e eu não precisava dele, por mais que sua falta me doesse muito.Meu tio se aproximou e me segurou pelos ombros, me fazendo olhar para ele,
No dia seguinte eu levantei bem cedo e coloquei outro vestido preto, apesar de desejar muito poder vestir outra cor. Infelizmente eu precisava manter as aparências, principalmente se eu não quisesse que as pessoas criassem boatos sobre a morte de Kevyn. Meu luto era obrigatório e precisava ser público.Logo depois do café da manhã eu fui até o carro que já me esperava do lado de fora.Meu tio estava indo comigo e um outro carro nos seguia levando suprimentos como água, comida e cobertores.Eu havia conversado bastante com Renato e com o meu tio e nós conseguimos encontrar um lugar para abrigar as pessoas temporariamente enquanto suas casas eram reconstruídas, de preferência em outro lugar, onde não houvesse riscos de desabamento.Assim que cheguei no local fui recebida por uma multidão de câmeras que me filmavam ou tiravam fotos. Alguns eram apenas curios
Eu estava muito animada para voltar para casa, mas quando finalmente cheguei no castelo eu me senti estranha.Estava tudo silencioso e apenas Mateus estava ali para me receber, o que fazia com que o lugar ficasse muito vazio e eu me sentisse um pouco solitária.Agora que havia acabado toda aquela preocupação, medo e planejamento por causa da guerra, eu me senti um pouco sem propósito, como se nada daquilo fizesse sentido, e por causa disso eu acabei me agarrando à outros problemas que eu precisava resolver, e outras vinganças que eu precisava realizar.Pedi por uma reunião com o meu conselho, marquei o julgamento do meu tio para a próxima semana, e pedi que enviassem um convite ao rei de Vênus, com a desculpa de que eu queria falar com ele sobre assuntos políticos, mas na verdade eu tinha contas à acertar com ele e eu mal podia esperar por isso, pois havia planejado aquele momento havia