Príncipe Miguel abriu a porta do carro para mim e se sentou ao meu lado.
Começamos o passeio tranquilamente enquanto eu olhava pela janela a paisagem ir mudando aos poucos.
O reino de Júpiter parecia ser quase tão rico quanto o de Solares por causa de suas casas grandes e luxuosas, mas talvez era assim porque estávamos no centro, próximo ao castelo.
- Quer vinho? - perguntou príncipe Miguel ao meu lado.
- Não, obrigada.
- Tem certeza? Esse é o melhor vinho que a senhorita irá experimentar em sua vida. - insistiu ele - Ele veio de Vênus. Não sei se sabe, mas eles fazem bons vinhos.
Fiquei um pouco insegura, mas resolvi aceitar.
Entrei no jatinho novamente com meu tio Lucas ao meu lado e afundei no assento sentindo meus olhos pesados. - Está cansada, Majestade? - a voz de meu tio soou rouca, me tirando de meus devaneios. - Um pouco. - admiti. - Espero que ao menos o passeio tenha sido informativo. O príncipe Miguel lhe mostrou muitos lugares? Eu sabia que aquela era uma forma educada e "sutil" de perguntar os detalhes do meu passeio com o príncipe e por um instante me lembrei de Marcelo e de como ele era sempre super protetor, sempre me perguntando onde eu estava e o que estava fazendo. Também me lembrei de Felipe, que era sempre obrigado a me acompanhar onde quer que eu fosse. Por um instante vi meu ti
Minha viagem para Urano também já estava marcada e depois eu teria a minha "reunião" com o rei de Vênus. Tudo isso na mesma semana. Eu estava um pouco nervosa, mas precisava me acostumar com esse tipo de rotina, pois a minha vida de rainha seria agitada. ... - Está pronta? - perguntou meu tio Lucas ao me encontrar na porta do castelo. - Até onde eu poderia estar. - respondi. Ele me estendeu o braço e me acompanhou até o carro, abrindo a porta para mim. - Tio, eu gostaria de fazer algumas perguntas. Desde a nossa ultima conversa, quando ele havia me revelado o reino de origem
O reino de Urano era tão longe quanto o reino de Júpiter, mas não demoramos muito a chegar. Era um reino simples, as casas eram pequenas e sem graça, as pessoas eram comuns, e as crianças brincavam descalças nas ruas como em qualquer outro lugar no mundo. Não havia nada de muito diferente até onde eu havia visto. O castelo também não era tão grandioso, nem tão ornamentado quanto o de Solares, mas não deixava de ser bonito. Era pintado de branco e azul, me fazendo lembrar do mar e do céu, que eram duas coisas pelas quais eles eram famosos: pelo poder aéreo e pela pescaria marítima. A Marinha deles também não deixava nada a desejar, perdendo apenas para Netuno, pelo que me disseram. O rei Carlos estava com sua esposa e seu filho Kaio na entrada do castelo, mas o resto da família não estava presente.
- Está tudo bem, majestade? - meu tio perguntou ao entrarmos no carro. - Está... Só estou um pouco cansada. O príncipe Kaio e Jasper ficaram brigando e isso me deixou um pouquinho estressada também. - Ficaram brigando? - Sim. Parece que os dois não se dão bem e resolveram competir para tentar chamar a minha atenção, como dois crianções brigando por um brinquedo. Meu tio achou graça disso. - Estou começando a ficar com raiva das pessoas agirem desse jeito apenas por eu ser rainha. - O que quer dizer? - meu tio perguntou. - Bom, eu não sou burra, sei que não estão interessados
- Felipe? - chamei baixinho. - O que foi? Me virei para ele, querendo olhar em seus olhos. Nós estávamos deitados, e ele estava apenas esperando que eu dormisse para poder voltar ao seu quarto, mas eu precisava falar algo para ele antes. - Nós... Precisamos conversar. Felipe se remexeu, parecendo prever que a conversa não seria boa, e eu respirei fundo antes de continuar. - Eu estive pensando em muitas coisas nos últimos dias e... Não sei se vamos poder continuar nos encontrando assim. - Por quê? - a voz dele estava carregada de dúvida e tristeza e eu tive que engolir o nó q
Dois guardas abriram as portas do castelo e eu fui para o lado de fora, para receber o meu visitante assim como eu fui recebida nos reinos que visitei. Um belo carro luxuoso e preto parou em frente à porta e dele desceu um homem de aproximadamente trinta anos com cabelo cinza, liso e brilhante como eu nunca tinha visto. Ele tinha uma barba rasa levemente grisalha, olhos azuis cinzentos e estava vestido com uma roupa social muito bonita. - Majestade. - cumprimentei em um tom suave e cortes - É uma honra recebê-lo. - A honra é toda minha, Rainha Alice. - ele respondeu com um sorriso encantador e beijou minha mão. - Entre, por favor. Eu o guiei até a sala de visitas, onde nos senta
Rei James me agarrou de surpresa, invadindo minha boca com a sua língua. Tentei empurra-lo, mas ele me apertou contra a mesa e me segurou. Mordi sua língua com força ao que ele respondeu com um forte tapa em meu rosto, me derrubando no chão. Praguejei e tentei me levantar do chão, com a mão na bochecha que agora latejava. Me perguntei porque ele estaria fazendo aquilo e se ele era louco por bater em mim. Rei James arrancou a gravata que estava usando e veio em minha direção. Pensei em gritar pelos guardas, mas ele me segurou, colocou a gravata em mim, apertando-a contra em minha cabeça e a enfiou em minha boca, quase me fazendo engasgar com o pano.
Passei os dois dias seguintes enfurnada em meu quarto real na maior parte do tempo, evitando ver ou conversar com qualquer um que fosse, para não ter que responder a perguntas sobre o meu rosto vermelho e inchado, ou sobre a minha atual melancolia ou até mesmo sobre a minha reunião com o rei James. Tudo o que eu queria era distância das outras pessoas, evitando olha-las nos olhos e desviando de toques, apertos de mão e principalmente de abraços. Porém eu sabia que aquele meu distanciamento não poderia durar para sempre, pois eu estava para receber mais uma visita, desta vez daquele que poderia ser meu futuro noivo. Puxei o ar lentamente para manter a calma, tentando convencer a mim mesma de que aquilo era necessário e que eu conseguiria. Eu havia pensado muito durante os últimos dois dias, e havia traçado um plano, mas cada passo prec