Naquela manhã, Laura sentia o peso de um mundo que parecia desabar sobre seus ombros. As evidências sobre Clara estavam todas ali, dispersas em sua mente como peças de um quebra-cabeça que ela precisava montar. Gabriel estava distante, mas, pela primeira vez em semanas, ela sentia uma centelha de determinação em seu coração. Sentada no sofá da sala, o silêncio era interrompido apenas pelo leve estalar do relógio na parede. Era hora de agir.— Preciso entender o que realmente aconteceu — murmurou para si mesma, enquanto relia as mensagens e lembrava das atitudes que antes pareciam inocentes, mas agora carregavam um novo significado.A busca pela verdade a levou a vasculhar memórias, mensagens antigas no celular e até mesmo áudios esquecidos. Foi então que ela encontrou algo que parecia pequeno, mas era revelador: uma troca de mensagens entre Clara e Gabriel, repleta de ambiguidades. A frase "Ela nunca saberá" ecoou em sua mente como um alerta.Horas depois, decidiu ligar para Clara, co
A revelação da traição ainda pairava sobre Laura e Gabriel como uma tempestade à espera de desabar. Desde o momento em que Clara foi desmascarada como a arquiteta das intrigas que haviam quase destruído seu casamento, Laura soube que ainda havia contas a acertar. Gabriel, por sua vez, estava preso em um ciclo de arrependimento, buscando maneiras de mostrar a Laura que, apesar de tudo, seu amor por ela era genuíno. A manhã estava cinzenta, e a chuva fina que caía do lado de fora da janela parecia refletir o estado de espírito de Laura. Após dias de silêncio, ela havia decidido que era hora de confrontar Clara diretamente. Não era apenas pelo que a "amiga" tinha feito a ela, mas porque precisava desse momento para seguir em frente. Laura esperou até o final da tarde, quando soube que Clara estaria sozinha em seu apartamento. Vestiu-se com simplicidade, mas com a firmeza de quem sabia o que precisava fazer. Quando bateu à porta, foi recebida por Clara com um sorriso frio. — Laura... qu
O peso do confronto com Clara ainda pairava sobre Laura, mas de uma forma estranhamente libertadora. Pela primeira vez em semanas, ela sentia que tinha o controle de sua vida novamente. A dor da traição ainda era uma presença constante, mas algo havia mudado: agora havia uma trilha, ainda que incerta, para seguir em frente. Gabriel parecia perceber isso também. Desde a noite em que Laura voltou do confronto com Clara, ele demonstrava mais esforço em reparar os danos causados. Pequenos gestos, como preparar o café da manhã ou oferecer ajuda com as tarefas diárias, tornaram-se frequentes. Contudo, Laura sabia que gestos cotidianos não seriam suficientes. Ela precisava de algo mais, algo que provasse que Gabriel estava realmente comprometido em reconquistar sua confiança. Naquela manhã, enquanto Laura organizava alguns papéis em seu escritório em casa, Gabriel entrou, hesitante, com um envelope em mãos. — Laura, posso falar com você? Ela olhou para ele, colocando os papéis de lado.
A viagem ao litoral havia deixado Laura e Gabriel em um terreno emocionalmente frágil, mas promissor. Eles haviam compartilhado momentos de honestidade e reconexão, mas a mensagem de Clara, vista por Laura na última noite, pairava como uma sombra sobre seus pensamentos.De volta à cidade, o silêncio entre eles era mais pesado do que nunca. Gabriel parecia alheio à tensão crescente de Laura, mas ela não conseguia ignorar a sensação de que Clara ainda exercia alguma influência sobre ele.No dia seguinte ao retorno, enquanto Gabriel estava no trabalho, Laura decidiu agir. Pegou seu celular e, com hesitação, abriu a última mensagem de Clara que Gabriel havia recebido."Espero que tenha pensado bem. Nosso encontro ainda está de pé. Amanhã, às 20h, no mesmo lugar."Laura sentiu um nó no estômago ao ler as palavras. Sem saber se Gabriel havia respondido ou se planejava ir, ela decidiu que não podia esperar por mais mentiras. Dessa vez, ela seria a responsável por confrontar Clara e pôr um fi
A mensagem anônima que Laura recebera na madrugada ainda ecoava em sua mente. "Você acha que isso acabou? Mal começou." Apesar de Clara ter saído do café aparentemente derrotada, aquela mensagem deixava claro que ela não estava pronta para desistir.Laura passou a manhã inquieta, dividida entre a raiva e a determinação de não deixar Clara arruinar sua vida novamente. Gabriel, percebendo sua tensão, tentou se aproximar.— Laura, está tudo bem?Ela levantou os olhos da xícara de café que segurava com força.— Não. Não está.Ele sentou-se à sua frente, preocupado.— É sobre Clara, não é?— Claro que é, Gabriel! Como poderia ser diferente? — respondeu ela, sua voz carregada de frustração. — Depois de tudo, ela ainda acha que pode continuar jogando conosco.Gabriel abaixou a cabeça, sentindo a culpa pesando novamente sobre ele.— Eu prometo que vou resolver isso. Não vou deixar que ela continue nos afetando.— Resolver isso? — Laura levantou-se, rindo amargamente. — Você já teve sua chance
O dia amanheceu com uma tensão que Laura não conseguia dissipar. A presença de Clara era como uma sombra persistente, e a foto recebida no trabalho havia sido um lembrete brutal de que a mulher ainda tinha suas garras profundamente cravadas em suas vidas. Enquanto Gabriel fazia o café na cozinha, Laura sentou-se no sofá, segurando o envelope mais uma vez.— Não consigo parar de pensar nisso. — Ela ergueu o envelope para Gabriel quando ele entrou na sala com duas xícaras fumegantes.— Samuel já sabe? — perguntou ele, entregando uma das xícaras a ela.— Ainda não. Ele pediu para me encontrar hoje à tarde.Gabriel suspirou, passando a mão pelo cabelo.— Laura, precisamos decidir o que fazer se isso continuar.Ela o encarou, a determinação brilhando em seus olhos.— Já decidi. Não vou deixar Clara nos intimidar.----------------------------------------------À tarde, Laura encontrou-se com Samuel no mesmo escritório discreto. Ele já estava sentado à mesa, com um laptop e várias pastas abe
A decisão de contra-atacar Clara deixou Laura e Gabriel em um estado de determinação nervosa. Embora Samuel estivesse no comando da investigação, sabiam que precisariam de mais do que evidências para desmontar as jogadas de Clara. Era preciso inteligência, calma e uma dose de audácia.Na manhã seguinte, Laura acordou cedo, incapaz de dormir. Enquanto tomava seu café, olhava para o celular, relendo a mensagem anônima que havia recebido. "O próximo passo será ainda mais interessante."— O que você acha que isso significa? — perguntou a Gabriel, que se juntava a ela na cozinha, já vestido para o trabalho.Ele balançou a cabeça, claramente tão preocupado quanto ela.— Clara está provocando. Quer que fiquemos inseguros, que cometamos um erro.Laura franziu a testa.— Então precisamos nos preparar. Samuel sugeriu que organizássemos todas as provas que temos até agora e verificássemos nossas próprias vulnerabilidades. Não podemos dar a Clara nenhuma vantagem.Gabriel assentiu.— Concordo. Vo
Os dias seguintes passaram lentamente, e a pressão só aumentava. Laura e Gabriel, unidos em seu esforço para expor Clara e Marcelo, sentiam o peso de cada decisão. Enquanto isso, Clara, em sua busca implacável por controle, não sabia que estava prestes a enfrentar uma virada inesperada.A mensagem que Laura enviara para Samuel, sobre encontrar Rafael, foi o ponto de partida. Mas até que isso acontecesse, o jogo parecia estar fora de controle. Clara, com seu poder manipulatório, estava sempre um passo à frente, e os documentos que Samuel encontrara só reforçavam o quão perigosa ela poderia ser.Laura se sentia exausta, mas determinada. Era tarde da noite quando ela ainda revisava as informações no escritório de casa. Gabriel estava ao seu lado, o olhar preocupado, mas também focado na tarefa de verificar documentos antigos e mensagens trocadas com Clara.— Como está tudo? — perguntou Gabriel, quebrando o silêncio.Laura levantou os olhos para ele, os pensamentos ainda distantes.— Esta