David

Começo meu dia cedo, já no ritmo que minha vida exige. O prédio do grupo Lambertini está silencioso, ainda acordando, mas minha mente já está a mil. Passo pelos vigilantes com um aceno rápido, e Lucca, meu chefe de segurança, anda ao meu lado. Oficialmente, ele é só meu motorista. A gente gosta de manter as aparências simples. Menos perguntas, menos problemas.

Chego à sala da presidência. A mesa está cheia de documentos, o e-mail está abarrotado, e a lista de decisões parece infinita. É aqui que mostro quem manda. Libero verbas, resolvo projetos e enfrento reuniões intermináveis. O peso da responsabilidade está sempre ali, mas não reclamo. Eu gosto de controle.

E então, como se tivesse lugar cativo na minha cabeça, Lizandra aparece nos meus pensamentos. Aquela garota... Ela tem um jeito de me tirar do eixo sem nem estar presente. Lembro do olhar desafiador, das respostas afiadas. Ela não tem medo de me enfrentar, e isso me deixa louco. Louco e, de alguma forma, fascinado.

Uma ba