Conteúdo sensível DavidSheron me lançou um olhar rápido antes de sair, ciente de que esta noite seria diferente. Aciono o painel de segurança que só é aberto com impressões digitais cadastradas, apenas, eu, Darlan, Derick e o don. Logo é revelada a entrada camuflada para o subsolo. Darlan me segue. A tensão no ar é palpável, e o som dos nossos passos ecoa pelas paredes estreitas do corredor, como o prenúncio de algo terrível.Ao entrar na sala, o cheiro metálico de sangue seco mistura-se ao pavor emanado de Alfred Caruso. Está amarrado na cadeira, o corpo já maltratado, os joelhos estourados. O capuz cobre o rosto, mas seu medo quase transborda.Darlan, sempre meticuloso, remove o capuz com um gesto firme. O rosto de Caruso é a perfeita personificação do pânico. Ele tenta falar, tenta justificar, mas suas palavras soam como desculpas patéticas.— Você sabe o que me irrita mais do que traição, Caruso? — digo, me aproximando lentamente. — A estupidez. Achar que pode roubar de mim e
David LambertiniO cheiro de sangue ainda está impregnado nas minhas narinas quando entro no elevador. Alfred Caruso implorou, choramingou, tentou negociar, mas no meu mundo não há espaço para fraqueza. Ele pagou o preço por atravessar a linha comigo e, agora, eu preciso me recompor. O meu reflexo no espelho do elevador me encara de volta:,a gravata um pouco desalinhada, um resquício de sangue na manga da camisa. Limpo tudo antes de pisar no meu escritório da Gemini. Cada traço de caos precisa ser apagado definitivamente, nunca devemos deixar rastros...Depois de um banho rápido, visto outra camisa impecável, coloco meu relógio no pulso, borrifo um perfume, confiro o visual no espelho e decido voltar para a boate. Preciso de algo para aliviar o peso da noite, whisky, música alta, uma mulher que não faça perguntas. Quando chego ao bar, a garota ao meu lado é exatamente o que eu procuro, linda, interessada e sem expectativas. Converso, jogo charme, e em questão de minutos estamos aos b
DavidLevo-a para o banheiro, tiro o restante da minha roupa de qualquer jeito, enquanto ela tira cada peça lentamente, sem quebrar o contato visual, me deixando louco, entro na banheira e ofereço a mão a ela, que segura e vem, nos sentamos e continuamos, como se o mundo lá fora não existisse. Entre carícias e beijos na banheira, ela vai ficando mais a vontade comigo, mostrando um lado dela que nunca imaginei ver. Mas ainda assim, algo me diz que há muito mais por trás daqueles olhos azuis.Enquanto estamos na cama, com ela explorando meu corpo e me deixando louco, um pensamento me atormenta, será que Lizandra confia em mim o suficiente para continuar, ou é apenas uma questão de tempo até que a incerteza dela destrua tudo?Não vou estragar o momento, vou fazer o que o meu instinto manda, vou para cima dela, aliso o seu corpo, sinto ela toda arrepiadinha, e começo a beija-la, e lentamente começo a espalhar os meus beijos no seu corpo até que chego na sua parte mais intiima, afasto ma
LizandraEstou no sofá de casa, pronta para passar a noite em paz, longe de confusão, quando Daniel aparece. Ele insiste para irmos à boate Gemini. Tento recusar, mas ele tem essa capacidade irritante de me convencer. — Você precisa sair, se distrair. Não dá para viver presa nessa bolha — ele diz. Antes que eu perceba, estou me arrumando. Coloco uma blusa tomara que caia colada ao corpo, com um short que o cinto é um laço, faço uma maquiagem cuidadosa e deixo os cabelos soltos. Quando me olho no espelho, quase não me reconheço. Não sei ao certo o que espero dessa noite, mas algo no ar parece diferente.A Gemini está lotada. As luzes piscam, a música pulsa, e o cheiro de álcool e perfume caro paira no ar. Daniel me puxa para a pista de dança, e eu me deixo levar. Tento me soltar, me conectar com a energia ao redor. Mas então, algo acontece. Um arrepio sobe pela minha espinha antes mesmo de eu perceber o porquê.Quando olho em direção ao bar, meu coração para. David está lá. O homem q
DanielEu estava feliz em ver Lizandra finalmente saindo de casa. A ideia de levá-la à Gemini era apenas para animá-la, fazê-la lembrar como é viver de verdade. Desde que nos conhecemos, sempre quis ser o motivo do sorriso dela. Mas algo naquela noite estava diferente.Ela parecia mais linda do que nunca. Aquele shortinho lindo que ela vestiu, e a blusa tomara que caia abraçavam cada curva dela, e a maquiagem destacava os olhos, que sempre me prenderam. Meu coração acelerou só de vê-la ali, tão perto. Por um instante, imaginei que aquela noite seria o início de algo entre nós. Mas estava completamente enganado.Quando chegamos à boate, a música alta e as luzes ofuscantes nos envolveram. Puxei Lizandra para a pista de dança, tentando aproveitar o momento, mas percebi que ela estava distraída. O olhar dela desviou para o bar, e eu segui sua linha de visão. Foi quando o vi. David Lambertini.Meu corpo inteiro gelou. David sempre foi o tipo de homem que conseguia tudo o que queria, dinhei
LizandraMeu corpo ainda está em chamas quando abro os olhos e percebo onde estou. Deitada no peito de David Lambertini, com seus braços firmemente ao meu redor, sinto como se estivesse vivendo um sonho do qual não quero acordar. O cheiro dele, uma mistura de madeira e algo inebriante, ainda está na minha pele. Nunca me senti tão vulnerável, tão viva e tão completa ao mesmo tempo. É assustador, mas impossível resistir.Acaricio o peito dele suavemente, sentindo o calor da sua pele contra os meus dedos. Ele murmura algo incompreensível, entre o sono e a vigília, e eu sorrio. Como cheguei aqui? Uma garota tímida, sem nenhuma experiência com homens, agora nos braços do maior conquistador que já conheci. Mas com David, tudo é diferente. Ele me faz sentir única, como se o mundo inteiro desaparecesse quando estamos juntos.— Dormiu bem? — ele pergunta com a voz rouca, os olhos azuis me fitando com uma intensidade que quase me desarma.— Nunca dormi tão bem na vida — confesso, sentindo minha
DavidEstou com os punhos cerrados, mas mantenho meu tom controlado enquanto encaro Dante, o meu velho conhecido. Ele sabe exatamente onde cutucar para me tirar do eixo, e sua pergunta é uma faca cravada no meio de nossa recém construída paz.— Você realmente quer ir por esse lado, Dante? — digo, minha voz grave cortando o ar como uma lâmina.— Quero proteger a minha filha, Lambertini. Já me basta saber quem você é. Ela merece saber também.Respiro fundo e encaro seus olhos determinados. Ele não vai recuar. Inferno, não posso arriscar que Lizandra descubra isso por outra pessoa, ou pior, que ele continue jogando sujo.— Estou conhecendo a sua filha, começamos a namorar agora — respondo, com firmeza. — Mas não quero perdê-la. Já que você quer assim, vou explicar tudo a ela agora!Sem esperar resposta, seguro o braço de Lizandra com cuidado, mas com firmeza, e a conduzo até o meu carro. Sinto os olhos de Dante queimando em minhas costas, mas não me viro. Estou decidido. Lizandra está m
DavidEnquanto guio o carro em direção à casa de Lizandra, sinto a sua mão quente descansar suavemente sobre a minha perna. O gesto é pequeno, mas significa muito. Depois de tudo o que revelei, o fato de ela ainda estar aqui, ao meu lado, me faz sentir como se tivesse ganhado algo que jamais pensei que poderia ter, uma chance real com ela.Paro o carro em frente à sua casa, a minha expressão calma, mas carregada de uma satisfação que não faço questão de esconder. Antes de sairmos, olho para ela e sorrio.— Está pronta minha linda?Ela assente, mas há uma pontada de preocupação em seus olhos. Dou um leve aperto em sua mão, tranquilizando-a, e saio do carro, indo abrir a porta para ela. O gesto é calculado. Dante está ali, na porta, observando cada movimento meu como um falcão.Quando subimos a pequena escada até a entrada, Dante está de braços cruzados, a expressão fechada como uma tempestade prestes a desabar. Ao lado dele, Daniel Malta nos observa de forma quase derrotada, como se ca