DanielDou um passo em direção a Derick, já sentindo o sangue esquentar nas veias. Ele parece tão disposto quanto eu a resolver as coisas de uma maneira bem direta, mas antes que qualquer coisa aconteça, Raissa se coloca entre nós.— Parem com isso, os dois! — ela diz, empurrando cada um com as mãos pequenas, mas firmes. — Isso é ridículo!Ainda trocando olhares desafiadores com Derick, ouço uma voz firme e autoritária atrás de mim.— Já chega! — Darlan surge como uma muralha, a expressão séria e a postura impecável. Ele passa o olhar de um para o outro, claramente avaliando a situação. — Derick, Daniel, vocês dois vão parar agora.Mesmo que a vontade de resolver aquilo com os punhos seja forte, há algo na maneira como Darlan fala que me faz recuar. Derick parece igualmente contrariado, mas dá um passo atrás, bufando.— Somos todos colegas do mesmo campus, e não tem sentido essa confusão. — Darlan continua, ajeitando a gola da camisa como se não tivesse acabado de apartar uma briga.
LizandraEu preciso sair. Preciso de ar, de movimento, de qualquer coisa que me distraia da confusão na minha cabeça. Ficar em casa sozinha só alimenta meus pensamentos, e ultimamente, eles têm sido um labirinto sem saída. Pego minha bolsa e decido ir ao shopping. Nada como vitrines brilhantes e lojas cheias para afastar o que me atormenta.Caminho sem pressa pelos corredores iluminados, observando os manequins bem vestidos nas vitrines. Meus olhos se fixam em uma calça jeans perfeita, o tipo de roupa que veste bem e dura uma eternidade. Olho o preço e, por um instante, hesito. Não que seja algo exorbitante, mas ainda assim, decido ligar para meu pai. Ele sempre gostou de saber como gasto.— Oi, pai!— Filha! Que surpresa boa. O que foi?— Achei uma calça linda. Posso passar no cartão? Prometo que não vou falir você.Ouço sua risada do outro lado da linha.— Claro que pode, meu amor. Se fosse até um carro, acho que eu também deixava.Sorrio, sentindo um calor gostoso no peito. Ele sem
DarlanAssim que chego na boate, a energia me atinge como uma onda, densa e cheia de promessas. As luzes piscam como se acompanhassem os batimentos do meu coração, a música vibra no meu peito, e o cheiro de álcool e perfume caro se mistura ao calor do lugar. É exatamente tudo o que eu precisava, um escape.Peço um whisky direto no bar e observo. Meu olhar percorre o ambiente, analisando, enquanto a bebida desce queimando pela garganta. A noite está só começando, e eu já sei o que quero dela. Alguém que combine com o momento. Sem complicações, sem amarras. Apenas prazer.Meus olhos encontram o alvo rapidamente. Uma loira de curvas perfeitas, o vestido parecendo pintado no corpo, rindo alto com as amigas como se o mundo fosse dela. É isso. Termino meu whisky, ajeito a camisa, e vou até ela.— Boa noite — digo com um sorriso despreocupado. — Vi você dançando e não consegui ignorar. Tá afim de me acompanhar?Ela me olha, avalia com calma, um sorriso brincando no canto dos lábios.— Vamos
DarlanLuzes suaves em tons de vermelho e dourado se espalham pelo espaço, refletindo nos espelhos no teto e nas paredes. O sofá de couro macio, espalhado em forma de "U", parece convidar para tudo, menos descanso. No centro, uma mesa baixa com garrafas de vodka, whisky, já meio vazias.David está com a loira siliconada no colo, e a risada dela ecoa, aguda, enquanto ele murmura algo em seu ouvido que a faz se contorcer de prazer antecipado. Ele está mais animado do que deveria, os gestos rápidos, quase desesperados. Está bebendo com sede, não de álcool, mas de esquecimento.A loirinha que está comigo não é menos provocante. Ela se aproxima, o perfume doce invadindo meus sentidos enquanto seus dedos traçam linhas pelo meu peito. — Vocês, Lambertini... são sempre tão... intensos e sedutores? — ela pergunta, arrastando as palavras enquanto me olha por baixo dos cílios longos.— Só quando a noite promete — respondo com um sorriso de canto. Minha mão desliza pela cintura dela, sentindo o
DarlanA loira siliconada do David, com um olhar que exalava pura malícia e um sorriso carregado de provocação, pegou a minha loira pela mão e a conduziu até a cama, como quem guia um espetáculo. Seus movimentos eram quase hipnóticos, uma dança sensual que prometia muito mais do que palavras poderiam descrever.Sem hesitar, ela se abaixou, os lábios encontrando a parte mais íntima da minha loira. O gemido que escapou foi imediato, rouco e cheio de entrega, como se cada toque daquela língua experiente fosse uma corrente elétrica atravessando seu corpo.Eu não esperava por essa. Não hoje. Não assim.Era como assistir a uma fantasia que nem eu sabia que tinha ganhar vida. A loira siliconada parecia saborear cada momento, os movimentos da sua língua precisos e cruéis, arrancando da minha loira reações que a faziam tremer e arquear o corpo de puro prazer.O quarto parecia pulsar com uma energia bruta e incontrolável, o desejo pairando pesado no ar. Minha respiração ficou mais pesada, e meu
DavidAcordo e sinto o cheiro de álcool impregnado no ar. Minha cabeça lateja. O rosto de Darlan, ainda adormecido ao meu lado, é um lembrete cruel que nossa noite de excessos foi longe demais. Estamos no quarto dele, um costume antigo, se nossa mãe nos pega aqui, com esse cheiro de ressaca e evidências escancaradas de que chegamos chapados, o inferno vai se abrir.— Darlan, acorda! — chuto a perna dele.— Que horas são? — Ele murmura, esfregando os olhos.— Não interessa! Se a mamãe entrar aqui e sentir o cheiro, estamos mortos!Ele senta num pulo, o pânico substituindo a preguiça. Em questão de segundos, estamos os dois enfiados no chuveiro, dividindo o espaço como dois moleques tentando escapar de uma bronca. A água fria cai sobre nós, lavando o cheiro de álcool e a sensação de culpa.— Isso é patético, sabia? — Darlan resmunga;— Cala a boca e esfrega logo esse sabonete — resmungo, com um sorriso involuntário.Saímos do banheiro como se estivéssemos fugindo de uma cena de crime.
LizandraAcordo com um gosto amargo na boca e uma sensação estranha no peito, como se algo dentro de mim estivesse fora do lugar. O quarto gira por um segundo quando me sento na cama, e preciso fechar os olhos para afastar a tontura. Respiro fundo, tentando afastar a fraqueza, mas é inútil. Meu corpo parece um peso morto, e minha mente, um turbilhão silencioso.Arrasto-me para o banheiro, ligo a torneira e me jogo debaixo da água fria. O choque me desperta na marra, mas não dissipa completamente a sensação de mal-estar. Me encaro no espelho enquanto a água escorre pelo meu rosto. Estou mais pálida do que o normal. Meu olhar está apagado. Não lembro a última vez que comi direito, e, para ser sincera, nem sinto fome.Me visto rapidamente, ignorando o nó no estômago que já virou parte de mim. Pego minha bolsa e meu celular, onde uma notificação de Daniel aparece."Estou na porta."Saio sem hesitar, sem nem ao menos tentar comer alguma coisa. Sei que se forçar, vai ser pior. Assim que ent
LizandraO gosto amargo do vômito ainda está na minha boca quando me encaro no espelho. Meu coração martela no peito, e minhas mãos tremem ao segurar a pia. Não. Isso não pode estar acontecendo. Meu olhar desce lentamente até minha barriga, e um arrepio sobe pela minha espinha. Meu estômago se revira, mas dessa vez não é pela náusea. É pelo pânico.A tarde na casa de Daniel tinha sido tranquila. Depois do almoço, conversamos um pouco com os pais dele antes de subir para o quarto. Passamos um tempo repassando a matéria, tentando manter o foco, mas minha mente estava dispersa. Senti cansaço o tempo todo, uma fadiga que parecia não ter explicação.A mãe dele apareceu depois de um tempo, trazendo um pudim que devoramos em minutos. Rimos, conversamos sobre coisas aleatórias, e então, vencida pelo cansaço, voltei para casa.A ideia de que meus pais dormiriam em casa naquela noite me fez querer deixar tudo impecável. Limpei a cozinha, preparei o jantar e, por fim, peguei meu aromatizador fav