Assinatura facial

Darlan

O cheiro de sangue, suor e desespero impregna o ar assim que abro a porta do galpão. Meu estômago revira, não de nojo, mas pelo incômodo da cena diante de mim. Frederico está amarrado na cadeira de ferro, a cabeça caída para frente, a respiração fraca. O que me faz travar não é o estado deplorável dele, e sim a ausência de pele no rosto. David esteve aqui e deixou a sua assinatura na face do homem.

Caminho até ele, tirando uma garrafa d’água da sacola e um punhado de comprimidos. Estendo para o infeliz, que me encara com o que restou dos olhos inchados.

— Toma isso. — Minha voz sai firme, sem espaço para contestação.

Frederico ergue a cabeça com dificuldade e solta uma risada fraca, quase um sussurro.

— Me deixa morrer logo, porrah…

Reviro os olhos, impaciente.

— Engole a merda dos remédios. Não vou repetir.

Ele hesita, mas a fome e a sede falam mais alto. Joga os comprimidos na boca e engole a água de uma vez, tossindo em seguida. Abro um saco e entrego dois pães. Ele devora q
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