Christopher — Christopher, eu fiz uma pesquisa completa. Esse Roman Rostrov não tem nada relevante. Sem antecedentes criminais, sem envolvimento com atividades suspeitas. Ele parece ser apenas mais um cara rico normal — Ralf, me mostrou uma foto do sujeito e as poucas informações que obteve sobre ele. Como poderia ser? Algo sobre ele não me parecia certo. A incerteza me corroía por dentro, e cada vez que eu pensava em Emily com ele, sentia uma pontada de ciúme. — Ralf, isso não faz sentido. Continue investigando. Eu preciso saber mais. — Por que não conversa com ela? — Não consigo. — É meu amigo, saiba que eu estou do seu lado para o que precisar. Assenti com a cabeça. Com a noite do lançamento de Anastacia Romanova se aproximando, os meus dias estavam sendo infernais. Já havia enviado todos os convites há um tempo, mas sempre é possível encaixar mais um convidado. Enviei um convite para Roman Rostrov, preciso saber qual a relação dele com Emily. O ciúmes e a raiva
Bônus - Roman Meu nome é Roman Ostrov. Cresci em um mundo onde a lealdade e o poder são tudo, e nada é mais importante do que a família. Meu pai, Ivan Ostrov, é um homem que comanda respeito e temor em igual medida. Na máfia russa não há espaço para erros, e a confiança em demasia pode custar-lhe a vida. Por isso, quando meu pai me deu a missão de me aproximar de Emily, soube que não poderia falhar. Emily era diferente de qualquer pessoa que eu já havia conhecido. Ela tinha uma inocência e um brilho nos olhos que a tornavam especial. Ela não sabia do mundo sombrio em que eu vivia, e eu tinha a tarefa de mantê-la alheia a isso enquanto ganhava sua confiança. Todos os dias, durante nossas aulas de inglês, eu me forçava a sorrir, a ser gentil, a mostrar um lado de mim que há muito tempo havia enterrado. Naquele dia, durante a aula de inglês na minha casa, meu telefone vibrou novamente. Era meu pai. Pedi licença a Emily e me afastei pra que pudesse falar sem que ela me ouvisse. —
Emily — Bom dia, Christopher! Preparado para o grande dia? — perguntei, assim que eu o vi. Ele estava mais lindo do que nunca com um terno azul marinho, a camisa da mesma cor, e o cabelo perfeitamente penteado para trás, ainda assim uma mecha teimosa caía em sua testa. Lamentei a presença do Ralf, porque eu queria muito beijá-lo, depois que Christopher se declarou, eu sentia como se o meu coração fosse explodir de tanta felicidade. Não havia espaço para dúvidas, eu vi o amor em seus olhos e tenho certeza que ele também viu o meu amor por ele. — Bom dia, Emily. Sim, tudo está sob controle — sua voz era fria, o meu coração gelou. Eu não posso ter me enganado tanto assim. Christopher sequer olhou pra mim. Olhei para o Ralf buscando uma resposta, mas ela não veio, talvez Christopher não quisesse que ele soubesse do nosso envolvimento. Dei uma desculpa qualquer e saí, sentindo um nó na garganta. Anastacia chegou para verificar os preparativos finais, e eu fui chamada para faze
Christopher Quando a vi caída no chão, minha visão turvou por um instante, como se a realidade estivesse se desintegrando diante de mim. Corri até ela, meus joelhos atingiram o chão duro. Emily estava imóvel, sua pele fria e pálida, contrastando com a mancha de sangue que aumentava em torno dela. — Emily, por favor... — Minha voz saiu como um sussurro rouco, meu corpo tremendo enquanto a segurava em meus braços. A culpa tomou conta de mim, uma maré implacável de remorso. Eu deveria ter previsto isso, deveria tê-la protegido. — Christopher, ela vai ficar bem — Ralf examinava a ferida. — Mas Anastacia está morta! — Roman me encarava os olhos frios como os meus, os olhos de um assassino. — Desgraçada — murmurei por entre os dentes. — Você tem que ir embora daqui, a polícia chegará em breve. Roman se agachou ao lado de Emily, disse algumas palavras em russo e se foi. — Christopher, a ambulância está chegando. Você vai com Emily para o hospital e eu cuidarei de tudo aqui. [
Emily Apesar do tanto que Christopher me fez sofrer, eu não podia enganá-lo quanto ao filho que eu estou esperando. Pode ser dele, mas também pode ser do Dragão. E mesmo conhecendo o temperamento explosivo dele, eu falei das minhas dúvidas. Christopher não veio me ver no hospital depois que eu disse que o bebê poderia não ser dele, ele não fez um escândalo como eu imaginava, apenas foi embora sem dizer uma palavra. Depois de uma semana internada, hoje voltarei para casa. — Emily, vim te dar alta. Essas são as vitaminas que você precisa tomar e esse é o cartão da Dra. Joe, ela vai cuidar de vocês dois. — Obrigada — agradeci. Já estava saindo do hospital, quando dei de cara com Ralf. — Cheguei tarde? — Como assim? — perguntei confusa.— Eu vim te buscar, vou te levar pra casa, senhorita. — Christopher mandou você? — Não... — ele respondeu sem graça. — Emily, depois de tudo o que você passou, é o mínimo que posso fazer. Por favor, aceite a minha ajuda. — Tudo bem!
Christopher Quando saí do clube para ir até onde o jipe estava estacionado, eu só pensava em duas pessoas. Emily e o meu bebê. Enviei uma mensagem para ela. Emily, me perdoe por não ter ido ao hospital te ver. Amanhã vou a sua casa te buscar pra jantar, precisamos conversar. Descanse, querida! Ao me aproximar do jipe, vi Ralf no banco do motorista, esperando pacientemente. Entrei no carro e ele olhou para mim com curiosidade. — Alguma novidade? — ele perguntou, já ligando o motor. A minha cara dizia tudo, eu estava explodindo de felicidade. — Sim, vou ser pai, Ralf. A dúvida de Emily era entre o Dragão e eu, ou seja esse filho é meu! Ele soltou uma risada animada, desviando o olhar da estrada por um momento para me dar um tapinha no ombro. — Eu te disse para você conversar com ela e acabar com essas mentiras de uma vez por todas — Ralf franziu a testa, mas logo o seu semblante suavizou — Parabéns, meu rapaz! Vai ser papai, hein. — Obrigado por ter ido buscar a E
Emily Assim que Christopher saiu, mal tive tempo de suspirar aliviada antes que alguém batesse à porta. Hesitei por um momento, pensando se ele havia esquecido algo, mas quando abri a porta, meu coração congelou. Um homem armado me encarava, seus olhos frios e calculistas. — Não faça barulho, Emily. — Ele sussurrou. — Venha comigo, e não tente nada estúpido. Ele me agarrou pelo braço, firme, e me puxou para fora do apartamento. Minhas pernas tremiam, mas eu sabia que não adiantaria lutar ali. Fui levada para um carro estacionado na esquina, onde fui empurrada para dentro. O trajeto foi rápido e silencioso, e antes que eu pudesse entender, estávamos em um heliponto. Roman estava lá, aguardando. A figura imponente dele se destacava sob as luzes do heliponto. Meu coração batia descompassado, o medo e o desespero me dominando. Assim que saí do carro, meus olhos encontraram Roman, e as lágrimas que eu segurava começaram a cair. Minha voz saiu fraca e trêmula. — Você... você
Emily — Não há nenhum problema físico com Emily. A ferida foi bem tratada e está cicatrizando. O estado de choque que ela está enfrentando é psicológico. Ela precisa de tempo e cuidados. Roman assentiu, agradecendo ao médico enquanto eu lutava contra o cansaço que me dominava e finalmente, entreguei-me ao sono. Na manhã seguinte, fui despertada pelo som suave de alguém entrando no quarto. Abri os olhos lentamente e vi Roman trazendo uma bandeja com café da manhã. Ele colocou a bandeja na mesinha ao lado da cama e se sentou na cadeira próxima. — Trouxe café da manhã para você. Como se sente? — Melhor, eu acho — respondi, surpresa com o som da minha própria voz. — Vou te contar porque eu te trouxe aqui. Eu ia te contar ontem, mas você estava muito abalada. O vídeo que eu mostrei, foi enviado pelo irmão de Anastacia Romanova. Ele acabou de chegar em Nova York, quer vingança. — Ele quer me matar? — Não, Emily. A minha família quer te matar! Eu tinha que ter matado você o