Asher Bennett.06:20 - Mansão do Dominic- Quarto - Castellano City.Segunda-Feira. O som irritante do alarme do celular me despertou. Resmunguei, me encolhendo sob os lençóis enquanto minhas mãos procuravam automaticamente pelo calor familiar ao meu lado. Meus braços envolveram um corpo quente e firme, meu rosto se aconchegando contra a pele macia.Abri os olhos devagar, piscando algumas vezes para me ajustar à luz suave que filtrava pelas cortinas. Meu coração bateu em um ritmo calmo e reconfortante ao encontrar Taehyung ali, deitado ao meu lado. Ele está dormindo? Difícil dizer, já que sempre despertava antes de mim.O toque insistente do alarme me arrancou do momento de tranquilidade, me fazendo soltar um suspiro frustrado. Me ergui, sentindo o corpo ainda um pouco preguiçoso e dolorido da noite anterior. Me inclinei sobre ele, tentando alcançar o celular na escrivaninha ao seu lado, quando senti as mãos firmes apertando minha cintura.Um pequeno sobressalto percorreu meu corpo, o
Asher Bennett.O carro reduziu a velocidade quando se aproximou da lanchonete, mas, ao invés de desligar o motor imediatamente, virou-se para mim e sussurrou.— Espere, bebê.Fiquei confuso por um momento, mas obedeci.Saiu do carro, deu a volta e abriu a porta para mim, o sorriso malicioso brincando em seus lábios.— Venha.Peguei sua mão sem hesitar, sentindo a firmeza de seus dedos entre os meus. Quando desci, seu braço deslizou pela minha cintura, puxando-me para mais perto. Meu coração tropeçou no peito com a proximidade.— Devo vir buscá-lo? — Sua voz baixa roçou em minha orelha e fechei os olhos por um segundo, absorvendo a sensação.Suspirei suavemente, lutando contra a vontade de dizer sim. Mas sabia que precisava voltar ao apartamento. Nick ainda estava lá, e não nos falávamos desde que saí de casa para ficar com Taehyung. Não podia adiar essa conversa.— Preciso voltar para o apartamento.Percebi quando revirou os olhos, claramente contrariado, mas, em vez de se irritar, ap
Asher Bennett.Saí do prédio apressado, as lágrimas ainda escorrendo pelo rosto. Esfreguei-as rapidamente ao ver um táxi parando na calçada. Assim que um passageiro desceu, aproveitei a oportunidade para entrar e fechei a porta com pressa.— Para esse endereço, por favor. — Murmurei, tentando estabilizar minha voz enquanto passava o endereço da mansão de Taehyung.O trajeto seguiu em silêncio, mas dentro de mim o caos rugia. Meu peito parecia comprimido por um peso insuportável. Onde tudo começou a dar errado? Por que isso estava acontecendo? Fiz de tudo para proteger meus amigos, escondi deles a verdade sobre Taehyung para mantê-los a salvo… e, no fim, fui rejeitado.As palavras de Nick ecoavam incessantemente na minha mente.E se ele estiver te traindo, como Douglas te traiu com a sua mãe? Você é ingênuo demais para perceber os sinais!A dúvida se alojava como um espinho na minha pele. Eu confiava no Tae, mas… e se Nick estivesse certo?— Chegamos, meu jovem. — A voz calma do motori
Dominic Castellano.18:20 - Mansão do Dominic- Escritório - Castellano City.Segunda-Feira. Continuava acariciando os cabelos macios do meu bebê enquanto respirava suavemente contra o meu peito. Seu corpo estava completamente relaxado, entregue ao cansaço físico e mental. Exatamente como eu queria. Passei os dedos entre suas mechas até sentir sua respiração desacelerar por completo. Ele adormeceu.Deslizei a mão por sua bochecha quente, apreciando a suavidade da pele, e inclinei-me para depositar um beijo leve no topo de sua cabeça. Um sorriso satisfeito surgiu nos meus lábios, carregado com o prazer da vitória.Meu plano funcionou perfeitamente.Aqueles idiotas fizeram exatamente o que eu esperava: o desprezaram com frieza e crueldade, plantando a dúvida e a dor em seu coração. Mas o golpe final veio de Nick. Ah, Nick… Ele me surpreendeu, admito. Não estava nos meus planos. Esse desgraçado acabou sendo a peça essencial para quebrar o que restava da resistência de Asher. Entregou tu
Asher Bennett.08:20 - Mansão do Dominic- Quarto - Castellano City.Uma semana depois. A semana se arrastou como se o tempo estivesse me punindo por algo que eu não conseguia entender. Tudo parecia pesado, lento, sufocante. Desde que passei a morar com Taehyung, minha rotina virou de cabeça para baixo. Deveria estar me acostumando, mas, em vez disso, me sentia perdido entre o alívio silencioso de tê-lo por perto e a sensação de que algo escapava por entre meus dedos.O trabalho se tornou um inferno. Liam, Jack e Sophia me tratavam como um estranho, e era difícil pensar neles como amigos agora. Será que ainda eram? O ambiente da lanchonete, antes acolhedor, agora parecia apertado demais, carregado de olhares frios e silêncios cortantes. Cada vez que colocava o uniforme, sentia o peso de algo que não conseguia nomear.E, quando o expediente terminava, voltava para os braços de Taehyung. O ciclo se repetia: entrava no carro, ele me levava para casa e, assim que cruzávamos a porta da man
Asher Bennett.Ele ficou parado, surpreso, enquanto minha visão ficava turva pelas lágrimas que não paravam de cair. Meu corpo inteiro tremia.— Eu te odeio, Taehyung. — As palavras escaparam em um sussurro, mas carregavam um peso irreversível.Passei por ele sem olhar para trás, descendo as escadas às pressas. Meu coração pulsava violentamente contra o peito, mas minhas pernas continuaram correndo.Quando cheguei à saída, vi Sérgio encostado no carro, tragando um cigarro com a mesma calma de sempre.— P-Por favor... abre o portão... — Minha voz saiu fraca, quebrada.Suspirou pesadamente, mas sem questionar, apertou o botão. Os portões começaram a se abrir lentamente. Assim que houve espaço suficiente, corri para fora, sentindo o ar frio e úmido contra minha pele.A primeira gota de chuva caiu, seguida por várias outras, até que uma tempestade desabou sobre mim.Continuei correndo, mas as pernas começaram a fraquejar. A dor no meu peito era insuportável. Saber que o homem que eu amava
Jack Lawris.A tempestade se intensificava. O céu, antes nublado, agora estava coberto por nuvens escuras e carregadas, um aviso silencioso do que estava por vir. Encostado no carro, tragava calmamente um cigarro enquanto observava o horizonte cinzento. Foi então que vi Asher sair do carro em um ritmo anormalmente rápido. Seu rosto estava pálido, os olhos arregalados, como se tivesse acabado de receber um soco no estômago.Sabia que ele havia ido à lanchonete para pedir demissão, mas por que parecia tão devastado? Franzi o cenho, observando-o se afastar. Soltei a fumaça do cigarro e dei de ombros. Não era problema meu.Poucos minutos depois, meu chefe chegou à mansão. Algo estava errado. Ele tinha uma reunião importante com fornecedores de drogas e vendedores de explosivos ilegais. Não era do feitio dele abandonar compromissos tão cruciais. Ainda assim, lá estava ele, caminhando para dentro da mansão sem sequer olhar para os lados. Depois de alguns longos minutos, a tensão no ar só a
Dominic Castellano.A dor na minha cabeça era insuportável, latejante, como se martelos estivessem golpeando meu crânio sem trégua. Abri os olhos com dificuldade, a visão embaçada, tornando tudo ao redor indistinto. A luz forte do quarto parecia penetrar fundo demais, fazendo meus olhos lacrimejarem. Pisquei repetidamente, tentando me acostumar à claridade, mas a sensação de incômodo persistia.Cada movimento enviava ondas de dor pelo meu corpo, como se meus músculos estivessem sendo rasgados a cada tentativa de me mexer. Meus ossos pareciam frágeis, prestes a ceder sob qualquer pressão. Foi então que percebi uma presença ao meu lado.Alguém estava sentado perto da cama, com a cabeça apoiada no colchão. Observei a figura em silêncio. Quem era aquele rapaz? Seus cabelos cinza estavam desgrenhados e os ombros caídos davam a impressão de que carregava um fardo pesado demais. Havia algo nele que me inquietava.Tentei mover o braço, mas a dor explodiu como uma corrente elétrica atravessand