Dominic Castellano.A dor na minha cabeça era insuportável, latejante, como se martelos estivessem golpeando meu crânio sem trégua. Abri os olhos com dificuldade, a visão embaçada, tornando tudo ao redor indistinto. A luz forte do quarto parecia penetrar fundo demais, fazendo meus olhos lacrimejarem. Pisquei repetidamente, tentando me acostumar à claridade, mas a sensação de incômodo persistia.Cada movimento enviava ondas de dor pelo meu corpo, como se meus músculos estivessem sendo rasgados a cada tentativa de me mexer. Meus ossos pareciam frágeis, prestes a ceder sob qualquer pressão. Foi então que percebi uma presença ao meu lado.Alguém estava sentado perto da cama, com a cabeça apoiada no colchão. Observei a figura em silêncio. Quem era aquele rapaz? Seus cabelos cinza estavam desgrenhados e os ombros caídos davam a impressão de que carregava um fardo pesado demais. Havia algo nele que me inquietava.Tentei mover o braço, mas a dor explodiu como uma corrente elétrica atravessand
Dominic Castellano.Levantei o olhar para ele, deixando minha expressão o mais sincera e vulnerável possível.— Porque essa é a forma do meu amor. — Minha risada saiu fraca, carregada de melancolia. — Você realmente acha que eu faria tudo isso se não te amasse?Abriu e fechou a boca algumas vezes, incapaz de encontrar palavras. Seu rosto refletia uma mistura de choque, dor e incerteza.Inclinei levemente a cabeça, mantendo minha voz baixa, mas firme.— Eliminar qualquer obstáculo para ter você só para mim… essa foi a maneira errada que encontrei de amar. — Suspirei, sentindo um peso esmagador no peito. — Mas agora percebo o quanto fui cruel.Baixei o olhar, sentindo as lágrimas quentes deslizarem pelo meu rosto. Um soluço contido escapou quando minha respiração falhou.— Me perdoe… — Sussurrei, a voz embargada. — Fui um monstro. Um doente mental. Como pude fazer coisas imperdoáveis com a única pessoa que realmente importava para mim?A respiração dele estava irregular, o olhar oscilan
Asher Bennett.08:20 - Hospital - Castellano City.Uma semana depois. Terça-Feira.Já fazia uma semana desde que Taehyung foi internado. Sete dias que pareciam uma eternidade.Ele passava por exames diários, fazia fisioterapia para fortalecer o corpo após o coma e, lentamente, demonstrava sinais de recuperação. Mas, apesar do progresso, ainda não se lembrava de mim.No começo, tentei me convencer de que ele apenas precisava de mais tempo. O médico explicou que a amnésia poderia ser temporária e que forçá-lo a lembrar poderia piorar sua condição. Mas a incerteza sobre se um dia voltaria a se recordar de mim, me sufocava.O que mais me chocou foi vê-lo chorar. Taehyung, ou melhor, Dominic Castellano, soluçando contra meu ombro, implorando por perdão. Algo dentro de mim se despedaçou naquele momento. Nunca imaginei que um homem como ele pudesse derramar lágrimas, muito menos expressar arrependimento de maneira tão sincera.Mas a perda de memória parecia tê-lo transformado.Os primeiros
Asher Bennett.09:10 - Mansão do Dominic- Quarto - Castellano City.Meus dedos tremeram levemente ao segurar o tecido de sua camisa. Então, sem pensar muito, deslizei os braços até seu pescoço e fiquei na ponta dos pés, puxando-o para mim.O beijo começou hesitante, suave. Nossos lábios se tocaram com uma delicadeza inesperada, como se nós nos redescobríssemos. Mas essa ternura durou pouco. Assim que senti sua respiração entrecortada contra minha boca, algo mudou.Me puxou para mais perto, capturando meus lábios com um desespero contido. Sua mão deslizou até minha cintura, os dedos pressionando minha pele através da camisa. Arfei contra sua boca, e isso pareceu incentivá-lo ainda mais. O beijo se tornou profundo, avassalador, como se estivesse me reivindicando ali mesmo, marcando-me como seu.Um gemido escapou dos meus lábios quando sua língua invadiu minha boca, tomando-me para si sem hesitação. O gosto dele era quente, viciante, intoxicante. Meus dedos deslizaram até sua nuca, apert
Dominic Castellano.15:20 - Mansão do Dominic- Quarto- Castellano City.Terça-Feira. Lentamente, fui despertando de um sono profundo, um que há muito tempo não experimentava. A primeira sensação foi um toque suave no rosto, dedos deslizando delicadamente pela minha pele, aquecendo-me de forma reconfortante. Por um instante, apenas me permiti sentir, afundando ainda mais no colchão.Então, os toques foram substituídos por beijos delicados na bochecha.— Está na hora de acordar, Tae. Você precisa comer.A voz doce e suave de Asher soou próxima, fazendo um arrepio percorrer minha pele. Movi a mão livre, aquela que não estava engessada, e deslizei-a por sua cintura, puxando-o para perto antes mesmo de abrir os olhos.Quando finalmente os abri, me deparei com os olhos mais encantadores que já vi. O rosto dele estava a poucos centímetros do meu, os lábios curvados em um sorriso terno.— Acho que posso me acostumar a ser acordado assim. — Murmurei, a voz ainda rouca pelo sono.Riu baixinho
Asher Bennett.10:20 - Mansão do Dominic- Quarto- Castellano City.Quatro dias depois. Sábado.Quatro dias se passaram, e eu ainda me surpreendia com a recuperação absurda de Taehyung. Era como se seu corpo não seguisse as regras normais da biologia humana. Primeiro, foram os pontos na cabeça, retirados em tempo recorde. Agora, o gesso. Seu osso estava quebrado e, de alguma forma, já estava pronto para ser retirado. Ele era assustador. Sua presença, seu físico, tudo nele deixava claro que não era um homem comum. Durante esses dias, tudo foi perfeito. Poder cuidar dele, ajudá-lo a tomar banho, vesti-lo, alimentá-lo. Momentos tão simples, mas que se tornaram profundamente íntimos. Acordar primeiro, observar seu rosto sereno enquanto dormia, sentir sua respiração tranquila contra minha pele. Beijá-lo suavemente para despertá-lo. Nunca imaginei viver algo tão intenso.Essa versão dele era diferente. Mais sincera, mais transparente com os sentimentos. Dizia exatamente o que pensava, olha
Asher Bennett.Parecia absorto em pensamentos. Seu olhar fixo na estrada indicava que sua mente trabalhava em algo.— Vamos passar em um lugar antes de voltarmos para casa. — Sua voz saiu tranquila, mas carregada de decisão.— Onde? — Perguntei, curioso.— Na joalheria. Precisamos das nossas alianças. — Respondeu, lançando-me um olhar de soslaio. — Quero algo à altura do meu bebê.Engoli em seco. O brilho intenso em seus olhos me deixou sem palavras por um momento. Sabia que ele não economizaria, mas a ideia de usar algo tão luxuoso ainda me deixava desconcertado.Sérgio alterou o trajeto. O caminho seguiu em silêncio, apenas o som baixo do rádio preenchendo o espaço. Fiquei observando nossas mãos unidas sobre sua coxa, sentindo um aperto sutil no peito.Esse homem me amava.Ao chegarmos à joalheria, um funcionário de terno impecável correu para nos receber, abrindo a porta do carro para Taehyung. Assim que pisamos no interior do estabelecimento, fomos conduzidos a uma área exclusiva,
Dominic Castellano.21:20 - Mansão do Dominic- Quarto- Castellano City.Sábado.Assim que entrei no quarto, um incômodo imediato tomou conta de mim. A cama parecia grande demais. O silêncio, profundo demais. Tudo estava errado.Asher não estava aqui.Soltei um suspiro pesado, passando a mão pelos cabelos enquanto me sentava na beira do colchão. Nunca imaginei que algo tão banal como dormir em quartos separados me irritaria tanto, mas a ideia de passar essa noite sem tê-lo ao meu lado testava minha paciência.Amanhã, ele será meu esposo. Meu. Oficialmente.O pensamento trouxe um sorriso satisfeito aos meus lábios.Peguei o celular sobre a escrivaninha e disquei rapidamente. Sérgio atendeu no primeiro toque.— Meu senhor. — Sua voz soou firme e atenta.— A suíte do hotel está preparada? — Perguntei, meu tom baixo, mas carregado de expectativa.— Sim, senhor. Tudo conforme suas instruções.Apertei os olhos por um instante, sentindo a excitação crescer dentro de mim.— Ótimo. Certifique-s