Dominic Castellano.Observei o carro que levava meu Sojung desaparecer ao longe, um sorriso lento e satisfeito tomando conta do meu rosto. Ele está começando a entender, mesmo que relutantemente. Não há para onde correr. Não há como escapar. Ele é meu. E, no fundo, acho que ele sabe disso.Soltei um suspiro, ajustando o paletó, enquanto a sensação de controle me dominava. Jack não demorou a chegar com outro carro. Estacionou em frente a mim, saiu rapidamente e abriu a porta. Entrei sem pressa, puxando do bolso interno minha fiel carteira de cigarros. Acendi um e traguei profundamente, soltando a fumaça com calma.— Vamos para a casa principal de prostituição. — Minha voz saiu fria e direta. Jack assentiu em silêncio e deu partida no carro.Enquanto avançávamos pelas ruas, minha mente vagava de volta para meu pequeno Sojung. Não consigo parar de pensar nele. Cada toque, cada expressão assustada, cada gemido... tudo está gravado em mim. Quero reivindicá-lo de verdade. Quero marcá-lo com
Helena Bennett.Sentei-me no sofá, encarando o vazio da sala. O silêncio parecia gritar comigo, sufocante. O peso da culpa nunca me deixava, sempre ali, esmagador. Minhas mãos apertavam a coberta do sofá com força, os dedos trêmulos, enquanto minha mente vagava para aquele dia, aquele erro imperdoável.Como fui capaz? Como eu, mãe do Asher, pude fazer algo tão terrível com ele?Passei a mão pelos cabelos, frustrada, sentindo a dor corroer cada parte de mim. Fazia cinco anos, mas parecia que tinha acontecido ontem. A traição do meu marido… Ah, isso me destruiu. Não apenas me destruiu, mas me transformou em alguém que mal reconheço no espelho.Foi por raiva. Foi por desespero. Mas nada justifica. Eu o machuquei.Fechei os olhos, revivendo o momento exato em que cruzei a linha. Douglas. O namorado do meu filho. Ele era gentil, carinhoso, atencioso… tudo o que eu não tinha mais em casa. No início, foi apenas um deslize, um momento de fraqueza para apagar a dor da traição. Mas logo percebi
Robert Bennett.Douglas soltou um suspiro pesado e ajeitou o casaco.— Vou para casa arrumar minha mala e volto para partirmos. — Disse antes de se retirar rapidamente, deixando a porta se fechar com um leve estalo.O silêncio que se seguiu era esmagador. Permaneci imóvel por alguns segundos, encarando o vazio, antes de soltar um longo suspiro. A sala parecia maior e mais fria, como se o peso do momento tornasse tudo ainda mais sufocante.Minhas mãos tremiam levemente. Levei os dedos ao rosto, esfregando os olhos com força. Por um instante, senti a pressão de lágrimas acumuladas, mas as engoli. Não podia me permitir fraquejar… não agora. O que estávamos prestes a fazer era algo que desejei por anos, algo que silenciosamente implorei todas as noites.Finalmente, vamos encontrar Asher.Apenas pensar nisso fazia meu coração se apertar. Helena pode carregar sua culpa, mas, no fundo, sei que o maior peso recai sobre mim. Sempre recaiu.Tudo começou comigo.Fui o marido ausente, o homem que
Douglas Henrique. O som monótono do avião cortava o silêncio desconfortável entre nós três. Sentado à janela, observava as nuvens passarem como borrões. Helena estava ao meu lado, enquanto do outro lado do corredor, Robert parecia mergulhado em seus próprios pensamentos. Sua presença era pesada, quase sufocante.Meus dedos tamborilavam sobre a perna, inquietos. Como foi que chegamos a este ponto? Como permiti que tudo desmoronasse?No começo, pensei que o amaria para sempre. Asher tinha algo que me prendia, que iluminava até os dias mais escuros. Mas, com o tempo, aquele brilho começou a se apagar. Não nele, mas em mim. Meu coração já não vibrava como antes, mas não tive coragem de admitir. Deveria ter sido honesto, deveria ter terminado. Em vez disso, escolhi o pior caminho possível.Fechei os olhos, tentando afastar as memórias. No início, minha aproximação com Helena parecia inofensiva. Ela estava fragilizada, lidando com o colapso do casamento, e eu… eu estava cansado. Meu relaci
Asher Bennett.Sexta-feira. 09:55 - Lanchonete- Castellano City.O pano molhado deslizava pelo balcão, enquanto limpava as superfícies pela terceira vez naquela manhã. Meus dedos estavam dormentes, mas minha mente não parava. O que aconteceu ontem na casa de Taehyung girava incessantemente em meus pensamentos, como um pesadelo silencioso e, ao mesmo tempo… perturbadoramente reconfortante.O aviso de Sérgio no carro ecoava em minha mente. “Você é dele agora..” Era como uma marca invisível, um lembrete constante de que lutar contra Taehyung era tão inútil quanto tentar conter uma tempestade com as mãos. Tentava me convencer de que desistir era a escolha menos dolorosa, mas a verdade era que nem sabia se tinha escolha.Quando cheguei ao apartamento ontem, Nick quase arrancou a porta das minhas mãos, seu rosto uma mistura de preocupação e irritação. Bombardeou-me com perguntas antes mesmo que eu pudesse tirar os sapatos, como se eu tivesse acabado de escapar de um sequestro.Disse a ele
Asher Bennett.Sexta-feira. Sem pensar, saí de trás do balcão e corri para a saída, esbarrando no ombro de Douglas no processo. Minha visão estava turva pelas lágrimas que eu me recusava a derramar ali, na frente deles. O som abafado das vozes chamando meu nome ficou para trás enquanto meus passos ecoavam pela lanchonete.Assim que cheguei à rua, vi um táxi se aproximando. Minha mente estava em completo caos, a adrenalina me impulsionando. Levantei a mão, desesperado, e o carro parou.Entrei rapidamente, fechando a porta com pressa, como se algo pudesse me puxar de volta para dentro daquela lanchonete.— Para esta direção. — Dei o endereço da casa de Taehyung com a voz falhando, quase um sussurro.No banco do táxi, olhei para minhas mãos trêmulas, tentando estabilizar minha respiração, mas o peito ainda ardia, cada inspiração curta e irregular. O nó na garganta parecia maior, e a pressão no peito só aumentava. Tentei soltar o ar devagar, mas não adiantava. Era como se estivesse afund
Dominic Castellano.Depois de sair da casa de prostituição, onde finalizei ajustes financeiros e eliminei aquele desgraçado que ousou tocar na minha mercadoria, fui direto para casa. Precisava de mais detalhes sobre os pais do Asher. Assim que soube que não estavam sozinhos e que o ex-namorado dele também teve a audácia de aparecer, minha paciência, já escassa, desapareceu por completo. A simples ideia de Douglas em Castellano City me enojava. Aquele verme ainda se atrevia a tentar reentrar na vida do meu bebê.Ordenei que Lorenzo, Viktor e Enzo monitorassem cada passo deles. Saberei onde dormem, onde comem, que lugares visitam. Quero ter acesso a todas as mensagens enviadas e recebidas. Nenhum movimento passaria despercebido.Na manhã seguinte, enquanto tomava café em silêncio, o relatório de Enzo chegou. Vieram pedir perdão ao Asher. Ri, uma risada amarga e insana. Perdão? Eles realmente acreditavam que isso mudaria alguma coisa? Mesmo que meu Sojung fosse ingênuo o suficiente para
Dominic Castellano.11:45 - Mansão do Dominic- Castellano City.Acariciei suas costas uma última vez antes de recostar a cabeça no sofá, o olhar fixo no teto. Meus planos estavam em movimento, mas, por ora, meu único objetivo era mantê-lo ali. Seguro. Nos meus braços.Os desgraçados que o fizeram chorar não veriam o amanhecer.Soltei um suspiro, que logo se transformou em algo inesperado: uma risada baixa e satisfeita. Asher dormia profundamente, o rosto enterrado no meu peito, pequenos soluços espaçados indicando que ele ainda relaxava lentamente.Não queria acordá-lo, mas, por dentro, meu corpo vibrava com uma satisfação perigosa.O simples fato de ele ter vindo até mim… era como vencer uma guerra sem precisar atirar uma bala. No momento em que mais precisou de conforto, não procurou os amigos, muito menos aquele Nick. Correu para mim. E isso significava que meu plano estava funcionando.Deveria estar irritado pelo caos que os pais dele e aquele maldito ex causaram, mas, pensando be