Na manha seguinte ao enterro da professora Dulce Meyer, alguém bate a porta dos Wolfgang pela manha. Rebeca abre a porta.
- Olá irmã, sou eu o prefeito! – Disse aquele homem segurando um tipo de garrafa embrulhada em um papel de presente pardo, sem desenhos e amarrado com uma fita vermelha. – O pastor Wolfgang está? – Pergunta ele curioso tentado enxergar pela fresta da porta. - Está sim! – Respondeu ela. – Pode entrar prefeito! – Disse ela abrindo a porta por um todo. Enquanto aquele homem entra.- Vim pedir desculpa pro pastor por ontem! – Argumenta o homem.- Sim, já vou chama-lo fique a vontade prefeito. – Disse ela indo chamar a Hyldon, que se arrumava para dar sua corrida matinal. Depois de algum minutos ela volta com Hyldon.- Desculpe-me prefeito, eu já estava de saída para correr um pouco! - Exclama Hyldon apertando a mão daquele homem. ele [Hyldon] ainda achava estranho ter que apertar parte da manga junto com a mão daquele homem. por que seráNaquela manha Hyldon Wolfgang saiu para correr bem bravo. Queria mesmo era ficar em casa e beber sozinho toda aquela garrafa de vinho porém sabia que não iria adiantar de nada. Apenas iria piorar seu humor! Queria mesmo era ter dado um tiro naquele filho da mãe, porém quando comprou seu trinta e oito jurou que não usaria nesse tipo de coisa. Só usaria aquela arma se fosse um caso de vida ou morte. Na verdade somente ele e Rebeca sabiam da existência daquela coisa em casa. As crianças não sabiam que ele tinha uma arma. Ele comprou escondido delas.Hyldon dessa vez corria de cabeça baixa, ele não queria ver nenhuma daquelas pessoas hipócritas. Tinha largado o som dos fones a pau nos ouvidos. Nem ver aqueles corvos que sitiavam aquela maldita cidade de interior. Aquelas aves tinham algo contra ele ou contra a sua pregação. Parece que cada vez que ele ia pregoar aqueles corvos ficavam loucos. Ele [Hyldon] se sentia mal com isso. Por que eles [os corvos] agiam assim com ele? ser
Celso continuava intrigado com o forte cheiro de coisa podre que vinha do forro de seu quarto. Aquele odor o incomodava muito. O que fez com que fosse até o pai e lhe pedisse:- Pai tu olha em cima do forro pra ver o que esta morto sobre o meu quarto? – Indagou ele parado a porta do quarto que Hyldon Wolfgang fez de seu escritório. Aquele homem digitava em seu notebook, o que seria seu sermão de domingo.- O que foi guri?! – indagou Hyldon sem olhar para o filho.- O senhor pode ver o que tem morto em cima do meu quarto? – Insistiu Celso ainda parado a porta, com a mão direita segurando a mesma. – Eu não consigo dormir por causa do fedor de carne podre! – Argumentou.- Pare de frescura guri! – Asseverou Hyldon o fitando ali parado. – Tu veio me encodar só por causa de um cheiro de podre, “mulherzinha”?! – Esbravejou.- Mas está muito forte o cheiro! &
Os policiais logo chegaram e removeram o corpo rígido daquele guri do forro da casa dos Wolfgang. Enquanto ele era levado coberto com um lençol branco pelo rabecão da funerária. Hyldon que tinha uma duvida: “quem era aquele guri”? se aproxima de um dos policiais e pergunta curiosamente:- Quem era esse guri?Nesse momento uma voz conhecida surge de suas costas e responde:- Não adianta lhe enganar mais pastor! – Exclamou aquela voz. Hyldon vira-se a fita o prefeito que vinha a seu encontro. – O nome dele era Giovane Rodduit, o filho mais novo do pastor Marcos Rodduit, que havia desaparecido no dia do massacre protagonizado pelo pai! – Explicou aquele homem olhando para baixo.- Quer dizer que o pastor anterior a mim, o pastor Marcos Rodduit, realmente matou a família e se matou depois?! Marcos Rodduit- Asseverou Hyldon Wolfgang olhando com raiva para aquele homem. Ele [Hyldon] não podi
Quando Rebeca Wolfgang chegou em casa da escola a noite, Celso já foi logo lhe contando antes dela entrar pela porta da cozinha:- Mãe o pai achou o corpo de um guri morto no forro em cima do meu quarto! – Exclamou.- O que?! – Gritou ela deixando cair os cadernos, os livros e a bolsa de suas mãos.- Aquele cheiro de podre sobre o meu quarto, era um guri que estava morto lá em cima! – Exclamou ele ansiosamente a mãe.- Jesus, o que é isso! – Asseverou Rebeca em choque.- É verdade, encontrei o corpo do filho desaparecido do pastor anterior a mim nessa cidade! – Explicou Hyldon entrando na cozinha. – Parece que o guri se escondeu no forro depois que o pai lhe atacou! – Disse ele.- Como?! – Insiste Rebeca fitando o marido.- Não sei como, eu não estava no dia aqui! – Respondeu ele bravamente. – Não se lembra?! – Ironizou ele.- Eu sei que tu não estavas aqui Hyldon! – Retrucou ela. – Mas a policia não falou nada? – Perguntou curiosamente ela.- Não! – Respo
Rebeca ainda não tinha se recuperado do choque da noite anterior, ela não podia acreditar que estava dormindo junto com um cadáver, na mesma casa. Rebeca levantou mais cedo que todo mundo naquele lugar. Pois não conseguia dormir. Poderia ser que tomando um chimarrão sozinha, pudesse relaxar. Esquentou a agua no fogão, preparou a erva na cuia e sentou-se na cozinha. Sem ninguém para lhe perturbar. Hyldon iria dormir mais uma hora ou duas e as crianças também. Poderia ficar ali sentada na cadeira tomando chimarrão e pensando sobre tudo o que estava acontecendo naquele fim de mundo.As vezes ela não tinha certeza se os filhos estariam seguros naquele lugar. Ou se mesmo eles, Hyldon e ela estariam seguros ali. Na verdade o medo dela eram aqueles malditos corvos, eles pareciam mesmo ter algum efeito sobre cada um deles. Talvez eles todos ali tinham um segredo obscuro que os corvos houvessem descoberto. Nenhum deles ali era um “santo”, disso ela sabia. Hyldon era egoísta, individ
O casamento de Hyldon e Rebeca nunca tinha sido bom. Ela [Rebeca] tinha se arrependido logo depois do casamento. Porém em 2003, quando Kimberley tinha seus quatro ou cinco anos, ela começou a dar aula na escola no centro de Caxias do Sul. Foi nesse tempo que ela conheceu Peter Krüger, um professor de filosofia. Peter assim como ela era casado e tinha um relacionamento conturbado com o cônjuge. Ele era alto, cabelos loiros e cheios, olhos azuis e um sorriso largo. Na verdade desde que ela foi apresentada na sala dos professores não se lembrava de ver ele seriamente. Peter era um homem que vivia sorrindo, o que fez com que ela se apaixonasse.O problema de Rebeca era o casamento com Hyldon Wolfgang, aquele homem rude e sem coração. Ela [Rebeca] sabia que seria um suicídio se envolver com outro homem, pois se Hyldon descobrisse era morte na certa. Aquele homem era muito possessivo. Ainda mais que fazia pouco tempo que o fi
Fazia dias que Hyldon não ligava seu velho Opala 1973. Tirando aquele carro da garagem improvisada que tinha feito nos fundos do templo. O pôs na frente de casa e ficou acelerando para o motor funcionar um pouco. Tinha comprado aquele carro em 1997 de um velho. Ele [Hyldon] sempre tivera um gosto por carros antigos, já tinha tido um Corcel Ford do mesmo ano 1973, um Fusca Volkswagen 1975, um Escort Ford 1986 entre outros carros. Sempre tirava fotos dos carros antes de repassa-los a outros. Aquele Opala porém era o seu preferido. Por isso tinha o mantido ainda consigo.Carros antigos para ele sempre serão melhores carros que os mais novos. Os novos são feitos de fibra de carbono e... Horríveis! Ele ainda preferia a batida da lataria. Aquele cheiro forte de carro antigo.Nesse momento um daqueles malditos corvos pousa sobre o capo do seu Opala 1973. Ele tenta espantar aquela ave buzinando, mas... Logo como anteriorm
Depois de todos os acontecidos daquela semana aquele era o primeiro dia da volta das irmãs Meyer a escola. Kimberley sabia que não era muito sociável, mas naquele momento poderia ser um pouco mais humana. Dora e Olinda eram um pé no saco ainda para ela [Kimberley], só que acabaram de perder a mãe e isso era terrível. Ela tinha que mostrar para aquelas gurias, que poderiam contar com uma amiga. Na hora do recreio Kimberley se aproxima das duas que estavam quietas encostadas no enorme muro pintado a cal de branco e com uma voz suave pergunta:- Como vocês estão indo gurias?- Mais ou menos! – Responde Dora que era a mais falante das duas. Elas ainda vestiam roupas pretas demonstrando o seus lutos.- Fiquei triste pela mãe de vocês. – Disse fitando as duas ali escoradas naquele muro de cabeça baixa. – Ela devia ser uma ótima pessoa. – Concluiu.- Sim era! – Concorda Olinda olhando para aquela guria de cabelos loiros e lisos.- Isso é uma fatalidade! – Argumenta Kim