Patrícia olhava para o céu estrelado, refletindo sobre o sonho que tivera. No sonho, o choro angustiante de uma criança ecoava incessantemente em seus ouvidos.

Será que seu filho conseguia sentir seus pensamentos?

— Eu não sei.

— Paty, você não pode ficar com essa criança. — Falou Daniel, que, ouvindo ela se mover, saiu e se sentou ao seu lado. — Você passou por quimioterapia antes e os efeitos colaterais podem perdurar. Não há garantias de que essa criança não foi afetada. Além disso, se você precisar de mais tratamento, mesmo que a criança sobreviva, há um grande risco de ela nascer com deformidades.

Patrícia fez as contas. Desde sua última sessão de quimioterapia, se passaram sete meses antes de ela ir embora. Depois, ela passou dois meses em um navio que foi atacado por piratas. Após o ataque, ela ficou mais de um mês em uma ilha antes de retomar sua jornada, que durou quase meio mês até ela engravidar.

Somando tudo, já fazia um ano desde sua última quimioterapia.

Talvez seu filh