A Ilha de Moroguba, também conhecida como Ilhas do Inferno, era composta por cinco ilhas. Este local servia como um centro de detenção, absorvendo condenados à morte e escravos de várias nações. Também era um centro para a criação de venenos e uma arena de lutas. Se desejasse sobreviver, devia correr incessantemente e lutar sem parar. Todos os agentes especiais mais competentes do mundo deviam passar pelo teste das Ilhas do Inferno. A regra era que os novos participantes seriam distribuídos aleatoriamente pelas quatro ilhas periféricas, iniciando um modo de sobrevivência selvagem. Dentro de três meses, noventa por cento eram eliminados, e os dez por cento restantes avançavam para a ilha principal, onde os três mais habilidosos finalmente seriam determinados. Os três sobreviventes, após passarem pelo teste, eram vendidos por um alto preço. No futuro, podiam se tornar guardas de alta patente do Ministério da Defesa, agentes de organizações secretas ou até mesmo assassinos de elite
Gabriel finalmente entendeu o que Teófilo planejava. Desde o início, ele não tinha a intenção genuína de enviar Patrícia para um treinamento, seu objetivo era encontrar uma oportunidade para administrar a ela a droga.No entanto, ele sentia que isso era inapropriado.- Mas Presidente Teófilo, mesmo que o passado da senhora esteja cheio de memórias ruins, ela tem o direito de decidir se quer esquecê-las ou não. Administrar a droga sem o consentimento dela pode ser problemático. E se ela recuperar a memória mais tarde? Ela poderia te culpar...- Você acha que eu não pensei nisso? Independentemente das dificuldades que Paty enfrentou ao longo do caminho, em sua mente resta apenas o desejo de vingança. Ela se tornou extremamente sensível, acorda ao menor ruído, é atormentada por pesadelos todas as noites, e um abismo profundo se formou entre nós. Eu não tenho outra escolha.Teófilo ergueu sua aliança de casamento, cujo metal prateado brilhava com um brilho frio ao sol.- Finalmente encontr
Risadas ecoavam pelo ambiente e Patrícia lançava um olhar sereno ao redor. No recinto, se encontravam onze pessoas: nove homens e duas mulheres, incluindo ela.A outra mulher se encolhia em um canto, visivelmente assustada. Todos ali eram condenados à morte, figuras indubitavelmente intimidadoras.Patrícia estava ciente de que Teófilo tinha feito seus preparativos, entre os presentes, havia aliados dele. Ela buscou refúgio em um canto desocupado, observando o cenário. O homem que primeiro falou com ela agora se aproximava novamente. Seu odor era pungente, denunciando a falta de higiene. Ele era alto, e apoiava uma mão na parede ao lado do ouvido de Patrícia, que franziu a testa, respondendo com uma voz fria e clara:- Precisa de algo?- Não importa como entrou, agora que está aqui, deve me obedecer. Faça o que eu mandar, entendeu?Patrícia ergueu os olhos para ele, indagando:- O que deseja que eu faça?O homem sorriu de forma grotesca, exibindo dentes amarelados.- Aqui só há ho
O resto do tempo passou sem incidentes, com Patrícia se mantendo num canto, de costas para a parede. De vez em quando, Cláudio e seus comparsas lançavam olhares hostis em sua direção. Patrícia sabia que eles esperavam por uma oportunidade. Uma vez na ilha, a verdadeira batalha teria início.Após um mês de treinamento, Patrícia se classificou entre os melhores. Exceto por Cláudio e seu grupo, Igor e seu irmão gêmeo, que frequentemente se agrupavam para dormir no mesmo canto, tentaram se aliar a ela, mas Patrícia recusou. Ela preferia agir sozinha e observava outra mulher, Kelly, que todos respeitavam e mantinham distância, inclusive Cláudio.Kelly tinha uma presença sombria, como uma serpente venenosa pronta para atacar das sombras. Ela não provocava ninguém, mas se provocada, revidaria com ferocidade. Durante esse mês, Patrícia tentou se aproximar dela, mas Kelly se manteve distante, sem interagir com ninguém.No dia seguinte, seriam levados para uma ilha deserta. Havia cem pes
Teófilo tinha uma expressão gélida. Estava disposto a conceder certa liberdade a Patrícia, mas apenas dentro dos limites que podia controlar. Com os perigos imprevisíveis da ilha, qualquer acidente poderia fazê-lo se arrepender pelo resto da vida.- Sim, Presidente Teófilo, providenciarei que ela seja eliminada agora mesmo.Minutos depois, Álvaro correu até ele, visivelmente perturbado.- Não são boas notícias, Presidente Teófilo. O rastreador da senhora foi desativado.Teófilo descartou o cigarro que segurava entre os dedos e o fitou intensamente.- O que você disse?- Eu acabara de verificar, e estava tudo bem. Não é que não haja sinal, ele foi apagado diretamente. O material do rastreador é muito resistente, difícil de ser destruído. A menos que a senhora o tenha desativado por conta própria.Teófilo franziu a testa, percebendo que Patrícia fez isso de propósito. Ela previu que ele agiria nesta rodada para eliminá-la e já estava pronta para se juntar à Preto X, então se antecipou.
Patrícia mal teve tempo de reagir, com um movimento rápido, ela jogou o homem por cima do ombro e continuou a correr sem olhar para trás. Atrás dela, se ouviu Cláudio praguejando: - Gael, você está fraco? Não consegue segurar uma mulher?- Droga, ela escapou.- Vamos, rápido, atrás dela!Os homens correram atrás de Patrícia, enquanto Gael, ainda no chão, conectava seu fone de ouvido e falava com desdém: - Encontrei ela.Ele se levantou lentamente, observando as figuras apressadas dos homens se afastarem, um sorriso zombeteiro no rosto. Patrícia corria velozmente, mas o terreno irregular da selva e as ocasionais aparições de cobras dificultavam sua fuga. À medida que o crepúsculo caía, o suor cobria seu corpo. Os perseguidores estavam bem próximos, como num jogo de gato e rato.- Foge, vamos ver até onde você consegue ir hoje!Quando Patrícia começou a perder o fôlego, um dos homens aproveitou a oportunidade para pular em sua direção, pensando ter capturado a presa fácil. No enta
Os homens de Teófilo, em sua maioria, eram como ele: reservados e pouco inclinados ao riso.Gael, contudo, era uma exceção. Não seguia convenções e exalava uma aura de malícia.Sem obter resposta, Cláudio, fumando e com o ombro sangrando, zombou:- Você não acha que ela estaria na água, né? Se ela entrou lá, com essa correnteza forte, já era.Gael ignorou Cláudio e continuou:- Desta vez, farei uma saída ousada. Fique tranquila, senhora, farei o que você deseja.Cláudio estava prestes a retrucar quando, de repente, uma figura emergiu das águas com um ruído.Ele estava prestes a gritar quando viu uma mulher de pele alva como a neve, sem nenhuma imperfeição visível.Toda a sua maquiagem havia sido lavada pela água, e ela parecia ainda mais pálida que antes, refletindo luz.Seus cabelos negros e úmidos estavam colados às bochechas, a fazendo parecer uma sereia.Todos os homens presentes ficaram hipnotizados por sua beleza.Seria possível existir uma mulher tão bela?Gael já havia notado
Ficou evidente que as alegrias e tristezas humanas não se misturavam. Enquanto uns se divertiam, Patrícia se sentia inquieta.- Com tanto esforço cheguei até aqui, Teófilo, me deixa ir, tenho coisas a fazer.Mas ele não parou, e quando Patrícia tentou confrontá-lo, ficou claro que Teófilo estava num nível acima dela. Ela foi rapidamente imobilizada em seus braços.- Nada é mais importante do que a sua segurança.- Esta é a jornada que escolhi para mim. Se me ama, deveria apoiar qualquer decisão minha.- Porque eu te amo, não vou deixar você seguir um caminho tão extremo, Paty. Eu vingarei por nós, e você só precisa voltar a ser minha Sra. Amaral.Patrícia o encarou com os olhos arregalados.- O que você está dizendo? Já te disse que não vou me casar de novo contigo. Nós dois já não somos possíveis.- Neste mundo, nada é impossível.Gabriel e Lucas apareceram, e Patrícia, com olhar aguçado, notou uma seringa nas mãos de Gabriel. Ela instintivamente sabia que não era nada bom.- O que v